Boletim Letras 360º #512
DO EDITOR
1. Caro leitor, o Letras está
no mês de recesso. As atividades neste blog ficam à própria sorte, caindo vez
ou outra uma postagem nova; as redes permanecem ativas; e estes boletins deixam
de apresentar as seções extras.
2. Assim como acontecerá deste
lado, é tempo oportuno para re-visitar nosso extenso arquivo, sempre aberto à
leitura, à partilha e ao comentário.
3. Aproveito a ocasião para
reiterar o convite para as ajudas ao Letras. Você pode se inscrever para
sorteios de livros e/ ou na aquisição de qualquer um dos livros pelos
links ofertados neste Boletim; nesse último caso, você garante desconto sem pagar
nada mais por isso. Para saber mais, visite aqui.
4. Em tempo, um excelente e rico
2023 a todos! Receba os nossos agradecimentos pela companhia, constante ou não,
nesse espaço de convívio pelos livros.
Carlos Drummond de Andrade. Foto: Lena Muggiati |
LANÇAMENTOS
Viola de bolso, reunião de poemas de Carlos Drummond de Andrade lançada
nos anos 1950, chega a sua terceira edição, com 25 poemas inéditos nas edições
anteriores.
Uma das joias que marcam o retorno do poeta Carlos Drummond de Andrade
ao catálogo da Editora José Olympio é sem dúvida a nova edição de Viola de bolso.
Lançado originalmente em 1952, pelo Ministério da Educação e Saúde, o livro
teve segunda edição pela Livraria José Olympio Editora, em 1955, com adição de
56 novos poemas, totalizando 91. Esta terceira edição, de 2022, reúne os poemas
da segunda — acrescidos de marcas de revisão feitas à mão por Drummond em seu
exemplar — e inclui novas peças, 25 poemas inéditos nas edições anteriores
recentemente encontrados pelos netos do poeta. Esses poemas, que haviam sido
organizados pelo próprio autor em uma pasta intitulada “Viola de bolso (nova)”,
aparecem também em versão fac-similar. Tanto para estudiosos de Drummond quanto
para leitores de poesia, é possível observar as mudanças feitas em certos
poemas de uma edição para a outra. Mudanças que mostram a preocupação do poeta
com seus escritos e que provam como uma criação literária é um processo
contínuo, que nunca se dá por acabado. Além de a nova edição apresentar um
projeto gráfico caprichado, em capa dura, será uma experiência muito proveitosa
ler os escritos que Drummond reúne em Viola de bolso. O livro é uma
espécie de inventário sentimental do poeta em homenagem a lugares, afetos,
pensamentos e, em sua maioria, a pessoas próximas; amigos, artistas e
personalidades importantes — dentre estes, o próprio José Olympio —, que
conquistaram o coração do grande escritor itabirano. As dedicatórias compõem
uma constelação que evidencia a rara destreza de Drummond para construir belas
peças poéticas amarradas à própria vida. Você pode comprar o livro aqui.
Uma das principais peças de William Shakespeare em nova tradução.
Levada aos palcos pela primeira vez em Londres, em 1606, a peça Rei
Lear é não só uma das maiores criações de William Shakespeare (1564-1616)
como também assinala um dos pontos mais altos da dramaturgia mundial. A
tragédia do rei majestoso e octogenário, que tem início quando este decide
abdicar do trono e partilhar seu reino entre as três filhas, equiparando a
herança de cada uma ao afeto que lhe demonstram, lança o protagonista numa espiral
vertiginosa em que este passa do ápice do poder à crua indigência, encontrando
sua perfeita realização dramática na célebre cena da Tempestade, no ato
III. Ao longo da peça, Lear e as demais personagens — com destaque para a
figura genial do Bobo que, com suas tiradas certeiras e imprevistas, antecipa
aspectos do que modernamente se chamaria “teatro do absurdo” — põem a nu uma
ampla gama de emoções, normalmente ocultas, bem como variadas formas de luta
pelo poder. Combinando enredos familiares e questões de Estado, códigos de
conduta ancestrais e a emergência de valores mercantis, Rei Lear se situa
precisamente na encruzilhada entre modos de vida e de atividade política que
estão na raiz do mundo moderno. Tudo isso ganha cor e relevo extraordinários
nesta edição bilíngue com a tradução de Rodrigo Lacerda, que, na nota de
abertura e no posfácio, explicita o quadro geral da obra, os dilemas de suas
personagens e os pontos-chave da peça, bem como os critérios de tradução, que
resultaram num texto apto a ser lido com beleza e fluência, seja por atores em
cena, seja pelo leitor solitário no palco de sua imaginação. O livro é
publicado pela Editora 34. Você pode comprar o livro aqui.
Antologia reúne textos de Fernando Pessoa sobre a própria atividade da
escrita.
Em Escrever é esquecer, o poeta português que criou múltiplos eus
através das letras reflete de maneira labiríntica sobre escrita e
subjetividade, escrita e esquecimento, escrita e sensação. A antologia é
composta por 25 textos extraídos do Livro do desassossego, a grande obra
inacabada de Pessoa, criada sob o heterônimo de Bernardo Soares. Mas o livro
traz um diferencial inédito: os textos são atravessados por interferências
gráficas feitas pelo próprio Pessoa, e que foram extraídas dos originais da
obra. São rasuras feitas à mão ou à máquina de escrever, e que revelam as
oscilações, vacilações, dúvidas e escolhas do autor. Dessa maneira, Escrever
é esquecer também mostra um pouco do próprio processo de criação de um dos
maiores autores da língua portuguesa. Além disso, a obra traz alguns
fac-símiles dos originais manuscritos por Pessoa, e que ficam semiocultos sobre
as transparências das folhas (sendo que o leitor, se quiser, pode acessá-los
rasgando as laterais das páginas). Pensado como livro-objeto, a obra explora
diversos tipos de papéis e uma encadernação alternativa, feita manualmente. O
livro teve organização do pesquisador hispano-argentino Diego Giménez,
especialista na obra de Fernando Pessoa. Giménez é doutor em Literatura e
Pensamento pela Universidade de Barcelona, onde defendeu tese sobre o Livro
do desassossego. Atualmente é pesquisador de pós-doutorado do Centro de
Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, em Portugal, onde trabalha
diretamente com os arquivos pessoanos. O livro é publicado pela Grafatório
Edições.
Pequena obra de arte do autor de A montanha mágica, novela retrata — a
partir das atitudes cruéis de um obscuro ilusionista — o gérmen do fascismo na
Europa do século XX.
Irritabilidade, raiva e um humor peculiarmente malicioso caracterizam as
férias em família do narrador de Mário e o mágico em Torre di Venere, na
Itália. A inquietação dos personagens aumentará pela presença do infausto
Cipolla, um ilusionista cuja performance é aterrorizar e humilhar seu público,
subjugando-o à sua própria revelia. Em um ataque direto à dignidade humana, a
apresentação encontra sua vítima perfeita no garçom Mário, que deve se submeter
às vontades do mágico sem restrições — até que uma tragédia se instaura. Esta
novela de Thomas Mann pode ser considerada como uma das primeiras obras da
literatura mundial a captar com precisão aspectos fundamentais da mentalidade
que propiciou o alastramento do fascismo no século XX, ecoando sua vigorosa
advertência toda vez que se delineia, ainda hoje, a ameaça de um novo Cipolla. A
tradução de José Marcos Macedo é publicada pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
William Butler Yeats e os contos de fadas.
“Venha! Oh, criança humana!/ Para os bosques e águas insanas,/Com uma
fada, de mãos dadas [...]” Esses versos de “A criança roubada”, que abre esta
antologia de contos de fadas do escritor, poeta e dramaturgo irlandês William
Butler Yeats (1865 -1939), laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1923, é
uma espécie de convite ao leitor, um chamado para que ele se aproxime de
algumas das muitas figuras lendárias que povoam o folclore da Irlanda e que
reverberaram nas obras de diferentes escritores, irlandeses ou não, tais como,
por exemplo, James Joyce e Leonora Carrington. O interesse de Yeats pelas
lendas de seu país retomava um fascínio de infância pelo sobrenatural e tinha,
igualmente, um motivo político, pois implicava o resgate das tradições célticas
e da história da Irlanda, obscurecidas pelos anos de dominação britânica. O
escritor atuou ativamente no movimento conhecido como “Renascimento literário
irlandês”. Como afirmou a escritora brasileira Cecília Meireles, os escritores
que coligiram e redigiram histórias transmitidas oralmente “foram, na verdade,
uns beneméritos; pois sem eles muito mais do que desapareceu teria desaparecido
da memória dos povos ou se teria corrompido a ponto de tornar-se
ininteligível”. Sem dúvida, Yeats é um desses beneméritos. Os contos de fadas
de um modo geral não se destinavam especialmente às crianças. Contudo, dizem os
estudiosos, a literatura infantojuvenil teve sua origem neles. Esta antologia, organizada e traduzida por João Pedro Spinelli, foi
pensada para crianças de todas as idades que mantêm vivo o fascínio pelo
maravilhoso e pela livre imaginação. As ilustrações de Alison Morais parecem
corroborar essa ideia. Já os paratextos, um deles assinado por Maria Rita
Drumond Viana, estudiosa de Yeats, não deixa de fora os aspectos históricos e
estilísticos do mestre irlandês. (Dirce Waltrick do Amarante) Contos de
fadas da Irlanda é uma publicação da editora Iluminuras. Você pode comprar o livro aqui.
Emmanuel Carrère e a ioga — mas não só.
Este é um livro sobre ioga e meditação, mas também sobre depressão e
terrorismo. Um autorretrato desconcertante, bem-humorado e honesto de um homem
que luta para viver em harmonia com o mundo e consigo mesmo. Neste
entrecruzamento entre o romance e a autobiografia, Carrère não explora apenas
os limites da literatura, mas também os da alma humana: a sua e a dos outros. Ao
longo dos anos, Emmanuel Carrère galgou o posto de um dos mais importantes
escritores franceses da atualidade. Em 2015, já tendo se aprofundado nas
práticas de meditação e ioga, decide passar dez dias num retiro de silêncio no
interior da França, que ele mesmo chama de “nível hard”. Deixa para trás o
celular e os livros, mas seu objetivo não é apenas meditar: contra as
recomendações do retiro, ele leva consigo caneta e caderno, e pretende tomar
notas para um “um livrinho simpático e perspicaz” sobre a ioga. Quatro dias
depois, entre sentimentos conflitantes sobre a meditação, é obrigado a
abandonar o refúgio: um amigo foi morto no atentado ao Charlie Hebdo. Sua vida
então vira do avesso. A cidade está em polvorosa, seu projeto de livro não
avança, sua relação amorosa começa a ruir. Para completar, é diagnosticado com
transtorno bipolar, e a própria escrita, que o salvou tantas vezes, agora
parece difícil, sem perspectivas. E nós, leitores, seguimos seu périplo em
busca de — se não a iluminação anteriormente almejada — pelo menos um pouco de
paz. Com tradução de Mariana Delfini, Ioga sai pela Alfaguara Brasil. Você pode comprar o livro aqui.
Com personagem espirituoso, novo romance do autor de Pátria inspira reflexões sobre a vida, a morte, as pessoas e como nos relacionamos.
Toni está cansado do mundo. Embora tenha uma saúde de ferro, o professor
de ensino médio de história da filosofia não enxerga grandes perspectivas. Por
mais que tenha lido uma quantidade considerável de livros, confessa que há
coisas que não entende e acredita já ter experimentado tudo que há para
experimentar. Decide, assim, pôr fim à própria vida. Metódico e sereno, ele
escolhe inclusive a data da morte voluntária: 31 de julho do ano seguinte, o
que lhe dá exatamente 365 dias para acertar pendências e tentar descobrir as
verdadeiras razões por trás de sua polêmica escolha. Mas há um prazo-limite
autoimposto para bater o martelo sobre seguir com o plano: o fim da migração
dos andorinhões. Quando o primeiro deles despontar no céu em seu regresso, na
primavera espanhola, Toni terá decidido. Nessa contagem regressiva até o dia derradeiro, ele vai gradualmente se
desfazendo de seus pertences e, todas as noites, no apartamento que divide com
Pepa, sua cachorra, dedica-se a escrever memórias e anotações pessoais, duras e
desesperançadas, mas não menos ternas e espirituosas. A partir dessa espécie de
diário, revela toda a sua intimidade — inclusive os recônditos mais
controversos —, revisita o passado e discorre sobre os assuntos cotidianos de
uma Espanha politicamente turbulenta. Com seu bisturi implacável, Toni fala dos
pais; do irmão, que não suporta; da ex-mulher, de quem não consegue se
desvincular; do filho problemático, Nikita; do mordaz amigo, Patamanca; e de
uma inesperada Águeda. Na sucessão de episódios amorosos e familiares de uma
constelação humana viciante, esse homem desnorteado, porém determinado a contar
as próprias derrotas, nos oferece, paradoxalmente, inesquecíveis lições de
vida. A tradução é de Ari Roitman e Paulina Wacht. Quando os pássaros voltarem
sai pela editora Intrínseca. Você pode comprar o livro aqui.
Ilustrada com monotipias de Luiz Zerbini e organizada por Omar Salomão, antologia
com poemas de Waly Salomão é um convite para refletir sobre o significado de
viajar — e de voltar para a própria casa.
“Viajar, para que e para onde,/ se a gente se torna mais infeliz/ quando
retorna?”, questiona Waly Salomão no emblemático “Poema Jet-lagged”. A viagem
surge como um dos temas centrais na obra do poeta de origem síria nascido em
Jequié, na Bahia, e radicado no Rio de Janeiro. O deslocamento, como se vê,
compõe um rico testemunho do percurso do autor — tanto íntimo quanto poético –,
mas funciona também como provocação ao leitor: “perambule agarrado e desgarrado
perambule”, aconselha em “Tarifa de embarque”. Ao reunir versos de uma das
principais vozes da cultura brasileira do século XX, a presente antologia
atesta que a viagem, assim como a poesia, oferece a possibilidade de
compreender o mundo com novos olhos, alargar fronteiras, retornar de outra
forma — em outras palavras, se transformar. Jet lag é publicado pela
Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Neste livro Jack Kerouac, mestre da Geração Beat, captura os sons e a textura
de sua infância e retrata as aventuras de um menino que descobre os primeiros e
insondáveis mistérios da existência.
Escrito em 1952, enquanto Jack Kerouac vivia com William Burroughs no
México, mas publicado apenas em 1959, este romance conta a história da infância
de Jack Duluoz, alterego do autor que protagoniza vários de seus romances. O
menino de origem franco-canadense cresce na lúgubre cidadezinha industrial de
Lowell, no estado americano de Massachusetts. A sensibilidade do garoto é
habitada por Doutor Sax, uma figura fascinante, enigmática e assustadora, com
sua capa e seu chapéu peculiares. Misturando memória e fantasia, lançando mão
da prosa poética que eternizou na literatura, Kerouac captura aqui os sons e a textura
de sua infância e retrata as aventuras de um menino que descobre os primeiros e
insondáveis mistérios da existência. Com tradução de Rodrigo Breunig, Doutor
Sax é publicado pela L&PM Editores. Você pode comprar o livro aqui.
Um militar condenado à reclusão após matar um oponente de duelo escreve
estas memórias, que figuram entre as obras mais queridas por Machado de Assis.
Acostumado aos combates e deslocamentos, o oficial do exército Xavier de
Maistre se vê confinado em seu quarto — e enxerga nessa pena uma oportunidade
para mergulhar a pena da galhofa na tinta da melancolia. Mestre das linhas
tortas, digressões e ziguezagues, De Maistre nos apresenta uma nova maneira de
viajar: por meio de uma incursão no mundo das letras. Para cada dia preso em
seu quarto, um capítulo. Assim é construída esta obra, que transita entre a
narrativa memorialista, a autobiografia e o relato de viagem. Escrita em 1793,
inaugura uma febre de narrativas que percorrem mundos sem sair do lugar. Lá
fora, se desenrolam guerras revolucionárias, ao mesmo tempo que as ruas se
agitam em um Carnaval. Do lado de dentro, De Maistre contempla o imobilismo dos
móveis, mas abre uma janela para a imensidão. A nova edição de Viagem ao
redor do meu quarto publicada pela editora Antofágica traz ilustrações de
Carla Caffé, feitas em um caderno de viagens de mais de 30 anos de idade. A
tradução é de Debora Fleck, que escreve também um posfácio sobre os desafios
desse trabalho e a relação entre de Maistre e Machado de Assis. Completam a
edição um panorama sobre a vida e a obra do autor de Verónica Galíndez, um
texto Leda Cartum que nos ajuda a mergulhar na miríade de referências evocadas
nesse dinâmico texto e um texto de apresentando a edição de Camila Fremder. Você pode comprar o livro aqui.
REEDIÇÕES
Nova edição de um dos principais livros de Ecléa Bosi.
Ensaio polifônico sobre a memória e suas relações com a vida dos
imigrantes e operários da cidade de São Paulo, elaborado a partir de
depoimentos de pessoas idosas — de “lembranças de velhos”. Uma fonte preciosa
de ensinamentos sobre o mundo do trabalho no Brasil. Memória e sociedade:
lembranças de velhos é reeditado pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Romance repleto de revelações sobre a mulher mais arbitrária e magnética
da Argentina.
Quando Eva morreu, em 1952, seu marido, o general Juan Domingo Perón,
ordenou que seu corpo fosse embalsamado e exposto à nação argentina numa redoma
de vidro. Três anos depois, quando o ditador caiu, o cadáver de Evita tornou-se
um fardo pesado demais para qualquer regime. Assim teve início uma das mais
insólitas peregrinações de que se tem notícia. Sequestrado pelo Serviço de
Inteligência do Exército, o cadáver vagou semanas pelas ruas de Buenos Aires,
estacionou durante meses nos fundos de um cinema, prestou-se a todo tipo de
paixões no sótão da casa de um capitão desmiolado até reaparecer, dezesseis
anos mais tarde, no Velho Continente. A nova edição de Santa Evita, de
Tomás Eloy Martínez sai pela Companhia das Letras. A tradução é de Sérgio
Molina. Você pode comprar o livro aqui.
OBITUÁRIO
Morreu António Mega Ferreira.
O jornalista, escritor e tradutor António Mega Ferreira nasceu em Lisboa
a 25 de março de 1949, cidade onde residiu até a sua morte a 26 de dezembro de
2022. Como jornalista atuou em vários periódicos, sendo chefe de redação do
importante Jornal de Letras, colunista em veículos como Expresso,
Diário de notícias, Público, Visão e Egoísta, e
diretor editorial da revista Ler, também seu fundador. Na literatura,
Mega Ferreira, cultivou em todos os gêneros: na prosa (ensaio, crônica e
ficção) e na poesia. Entre os títulos publicados estão Graça Morais: linhas
da terra (ensaio, 1985), A borboleta de Nabokov (crônicas, 2000), Amor
(novela, 2002), A blusa romena (romance, 2008), Hotel Locarno
(conto, 2015), entre outros. Foi tradutor para o português de Dante, Stendhal,
Blaise Cendrars, Yukio Mishima, Unamuno, Anna Akhmátova e Marina Tsvétaieva.
Destaca-se na reconhecida coleção “O Essencial”, da Imprensa Nacional Casa da Moeda,
onde escreveu sobre Dante Alighieri, Marcel Proust, Albert Camus e o Dom
Quixote, de Cervantes.
Morreu Dejan Tiago-Stanković.
Dejan Tiago-Stanković nasceu em Belgrado em 1965. Concluiu o curso de
Arquitetura em 1989, quando se mudou para Londres e depois para Lisboa, onde
viveu até os últimos anos de vida. Construiu sua breve obra literária entre o
servo-croata, sua língua materna, e o português. Publicou na imprensa da
Sérvia, Croácia, Brasil e Portugal. Na ficção, escreveu Estoril, romance de
guerra (2016) e Contos de Lisboa (2017), livros que lhe renderam os
melhores lugares em importantes prêmios literários no seu país e em Portugal.
Traduziu autores de sua língua para o português, como Ivo Andrić e Dragoslav
Mihailović, e do português para a sua língua, como José Saramago, José Cardoso
Pires e Fernando Pessoa. A confirmação da morte de Tiago-Stanković saiu na
imprensa no dia 21 de dezembro de 2022, um dia depois de quando o seu corpo foi
encontrado na sua casa em Lisboa.
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