Boletim Letras 360º #507

 
 
DO EDITOR
 
1. Caro leitor, estão abertas desta há duas semanas as inscrições para o clube de apoios ao Letras no mês de dezembro. Esperamos realizar o sorteio no dia 17. Disponibilizamos quatro livros e queremos sortear quatro leitores.
 
2. Os livros disponíveis são: a edição de luxo da Ed.ufpa com os poemas inéditos de Max Martins Say it (over and over again) [detalhe, o título é inglês, mas o poeta brasileiro escreve em português]; Mobiliário para uma fuga em massa, de Marana Borges (Dublinense); a edição especial de Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago (Companhia das Letras); e Sátántangó, de László Krasznahorkai (Companhia das Letras).
 
3. Para participar é simples: colabora com R$20 e depois entrega o comprovante via blogletras@yahoo.com.br — este e-mail é também a chave do PIX. Saiba mais aqui.
 
4. Outra forma permanente de ajudar é na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste Boletim: você garante desconto sem pagar nada mais por isso.
 
5. Aos que têm ajudado este trabalho, registre-se, sempre, nossos agradecimentos. Um abraço e bom final de semana com boas leituras!

Juan José Saer.


 
LANÇAMENTOS
 
Dois livros recolocam a obra de Juan José Saer em órbita entre os leitores brasileiros.
 
1. Reconhecido por seus romances e contos, Juan José Saer também foi um importante e incisivo crítico e estudioso da literatura. Suas posições ácidas e suas análises penetrantes revelavam novas visadas sobre a literatura argentina, na qual havia se formado, mas também sobre as tendências da literatura mundial, com destaque para o confronto que o romancista argentino travou com relação às tendências experimentais do Nouveau Roman francês. Nos ensaios reunidos em O conceito de ficção podemos encontrar análises afiadas sobre alguns de seus conterrâneos — Borges, Bioy Casares, Cortázar, Antonio di Benedetto, Arlt — e sobre grandes figuras da literatura mundial, como Faulkner, Henry James, Freud, Joyce, Robbe-Grillet. Mas, acima de tudo, podemos apreciar os embates de um grande escritor com questões essenciais à literatura, à narrativa e ao fazer literário. Os ensaios aqui reunidos permitem ver o óbvio de uma forma singular: todo excelente escritor é, ele mesmo, um leitor preocupado com os muitos conceitos de ficção. Você pode comprar o livro aqui.
 
2. Um romance aclamado pela crítica, O limoeiro real verte toda a potência narrativa de um autor que dedicou sua vida a reconstruir as possibilidades da literatura. Ambientado em um povoado pobre à beira do rio, este romance nos apresenta vislumbres sobre a vida de Wenceslao, um homem que vive em uma ilha com sua mulher enlutada após a morte do filho. Na passagem do ano novo, Wenceslao reúne-se com seus familiares para uma celebração que deverá culminar com um cordeiro assado. Saer toma essa história aparentemente simples para explorar todas as potências de uma narrativa que emprega linguagens esculpidas, temáticas universais e questões existenciais profundas. Um romance de luz e sombra que distende tempo e espaço em repetições que abrem novos lampejos narrativos a cada página. As duas traduções são de Lucas Lazzaretti e saem pela editora 7Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
A poesia de Margaret Atwood
 
Comoventes, lúdicos e sábios, os poemas aqui reunidos falam de ausências e finais, envelhecimento e retrospecção, mas também de presentes e renovações. Eles exploram corpos e mentes em transição, bem como os objetos e rituais cotidianos que nos inserem no presente. Lobisomens, sereias e sonhos surgem ao lado de diferentes formas de vida animal e fragmentos de nosso ambiente danificado. Poemas tardios reúne muitos dos temas mais reconhecidos e celebrados de Margaret Atwood, permeados por descrições minuciosas do mundo natural, passando por encontros espirituosos com alienígenas, situações triviais e divertidas (como guardar passaportes velhos), questões políticas urgentes, lendas, mitos e a sempre obstinada defesa da mulher. Mestre da escrita, Atwood nos lembra de viver o momento e não apenas estar vivos. O mais importante, segundo a autora, é aproveitar todos os dias, seja esculpindo lanternas de Halloween em abóboras, fazendo sexo ou simplesmente lembrando-nos de ver os cogumelos de setembro brotarem. Com tradução de Stephanie Borges, o livro é publicado pela editora Rocco. Você pode comprar o livro aqui.
 
Outro resgate hispânico importante: Ana María Matute.
 
Matia, uma menina alta para seus quatorze anos, passa as férias com o primo Borja, de quinze, na casa da avó, uma mulher rígida de classe alta que é uma autoridade na ilha onde mora. Sua mãe morreu há quatro anos, ela não sabe do paradeiro do pai, e traz consigo seu inseparável boneco de pano Gorogó, que a aconchega nos momentos de tristeza. A guerra eclode, uma guerra cujas notícias demoram para chegar e são sempre inexatas. “Uma guerra que parecia fantasmal, longínqua e próxima ao mesmo tempo, quem sabe mais temida porque era invisível.” Pelo olhar singular de Matia, vão se descortinando realidades e descobertas que ela não compreende bem. Sua relação de amor e ódio com o malandro, intrépido e por vezes perverso primo. Seus sentimentos em relação a Manuel, filho mais velho de uma família marginalizada e hostilizada na ilha, um menino de dezesseis anos cujo pai foi assassinado e com quem gosta de ficar de mãos dadas. As palavras que ouve sobre seu pai, que combate na trincheira oposta à da avó. O cotidiano de aulas com o submisso jovem Lauro, os cigarros surrupiados da tia Emília, as histórias que cercam o lendário Jorge de Son Major, as guerras com os outros meninos, suas guerras internas, a guerra na Espanha. Nesta obra-prima de Ana María Matute, que figura entre os escritores mais importantes da Espanha do pós-guerra, Matia envereda pelos tortuosos e doloridos caminhos da difícil fase da vida em que a casca da infância se rompe e a adolescência explode. Que estranha raça a dos adultos, a dos homens e das mulheres. “Que estranhos e absurdos, nós. Que fora de tempo e lugar. Já não éramos crianças. De repente, já não sabíamos o que éramos.” Com tradução de Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra, Primeira memória é publicado pela editora Grua. Você pode comprar o livro aqui.
 
Nova edição e tradução de Antígona.
 
Na lendária Tebas, Creonte, um novo tirano, ordena que sejam dados tratamentos desiguais aos dois irmãos de Antígona. Sua imposição é didática. Se aquele que lutou ao lado da cidade deve receber as honras do sepultamento, o outro, que atacou as muralhas, deve ser jogado no ermo para que sirva de exemplo aos opositores. A ordem, no entanto, não é aceita por Antígona. Ela se insurge contra o édito, honrando seu irmão, defendendo os ritos sacros devidos aos deuses, pondo em risco sua própria vida, trazendo à tona a herança e a verve da antiga estirpe dos Labdácidas. Composta por volta de 442 a. C., Antígona é ainda hoje uma peça conturbada e polêmica. É uma tragédia que pontua os limites do poder, o seu lugar e as suas instâncias, e que oferece o espetáculo grandioso da vontade, do sentimento de estirpe, da piedade e da justiça. A tradução de Lawrence Flores Pereira é publicada pela Penguin/ Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
Anne Carson encontra Eros.
 
Anne Carson, uma das mais premiadas e admiradas autoras da atualidade, é conhecida por esgarçar as linhas que definem os gêneros literários. Eros, o doce-amargo é o seu primeiro livro de crítica literária, resultado de sua tese de doutorado, e se tornou um clássico, mesclando ensaio, teoria e poesia. “Safo foi a primeira a chamar Eros de ‘doce-amargo’. Ninguém que já se apaixonou discorda. O que significa essa palavra?”, se pergunta Anne Carson. A resposta é a investigação que a ensaísta e poeta canadense empreende nesta obra, perscrutando o conceito de “eros” a partir da Grécia antiga e evocando referências da poesia, filosofia, literatura, história e psicanálise ao longo dos séculos. Assim, Carson produz um panorama sobre as interpretações do amor, analisando em uma abordagem ao mesmo tempo profunda e espirituosa o caráter duplo e ambíguo do sentimento erótico. Entre as muitas referências apresentadas neste livro, está “O pião”, de Kafka. Para a autora, o prazer de se apaixonar é semelhante à busca do filósofo deste conto, pelo entendimento do que faz o brinquedo se manter estável em meio à vertigem do giro. Mais do que compreender, diz ela, “sentimos prazer no movimento”, hipótese válida para a incessante busca de Eros. O livro é publicado pela editora Bazar do Tempo. Você pode comprar o livro aqui.
 
Outro título da Bazar do Tempo repassa a descoberta de África pelo Louvre.
 
No quadro pintado em 1800 por Marie-Guillemine Benoist, então uma artista parisiense de 38 anos, uma jovem negra exibe uma pose ao mesmo tempo altiva e serena. A maneira como a bela africana é representada procede de uma construção revolucionária, tanto do ponto de vista artístico quanto do histórico. A obra mudaria de nome algumas vezes, acompanhando mudanças de perspectiva da própria história da arte, até que Madeleine, a modelo, aparece como protagonista de uma historiografia renovada pelas questões da África diaspórica na época do tráfico atlântico. Esta é a história que Anne Lafont quer contar: “Exposta no Louvre em 1800, a obra foi objeto de inúmeros comentários publicados em libelos e jornais da época. Logo, ainda seria possível acrescentar mais uma pedra ao seu edifício interpretativo, uma pedra colonial. É o que me proponho a fazer neste livro.” Uma africana no Louvre tem tradução de Ligia Fonseca Ferreira. Você pode comprar o livro aqui.
 
Pauliceia desvairada comentado poema a poema.
 
Para marcar os 100 anos de Pauliceia desvairada, Maria Augusta Fonseca e Raul Antelo organizam uma reunião inédita de ensaios sobre a obra, para a qual concorre uma grande variedade de análises interpretativas, paleta artística e olhar fotográfico. Com um estudo do prefácio de Mário de Andrade, na abertura, a presente obra — Lirismo+Crítica+Arte=Poesia — traz leituras alentadas dos 22 poemas de Pauliceia desvairada de que se ocupam ensaístas (do Brasil e do exterior), cada qual respondendo por um poema. Livro sai pela SESC São Paulo Edições. Você pode comprar o livro aqui.
 
O terceiro volume das edições especiais com os manuscritos e datiloscritos de Clarice Lispector, iniciadas com A hora da estrela e Água viva.
 
A nova edição de Perto do coração selvagem reproduz quatro ensaios inéditos especialmente escritos para esta ocasião por renomados especialistas na obra de Clarice: “O nascimento da escrita ou ‘o girassol é ucraniano’”, de Marília Librandi; “Clarice, Joana e a recusa da banalidade”, de Maria Clara Bingemer; “A pulsação da vida: Perto do coração selvagem”, de Faustino Teixeira; “Clarice-Joana: Vozes perto do selvagem coração da vida”, de Evando Nascimento. Ensaios imprescindíveis para o entendimento não apenas da estreia literária de Clarice Lispector, como também de toda a sua obra. Publicação da Editora Rocco. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um romance nos passos de Iberê Camargo.
 
Dono de uma das obras mais fortes, se não a mais forte, da arte brasileira, Iberê Camargo (1914-1994) há tempos não era tema de livro. Esse jejum termina agora, com a publicação de “Iberê Camargo: Um Homem Valente [fricções]”, romance da escritora carioca Nilma Lacerda que inaugura a coleção Tipos Raros, projeto da nova editora Mínimo Múltiplo. No que classifica como narrativa de “fricção” (um atrito entre invenção e realidade), Nilma parte das telas mais marcantes e também dos textos memorialísticos e ficcionais deixados por Iberê para recriar a trajetória inquebrantável do artista. Dá aos leitores, assim, a possibilidade de imergir num universo de busca de expressão estética e de reflexões morais e existenciais que poderiam ser as de todos nós. O resultado dessa fricção é uma faísca incendiária, uma homenagem calorosa ao autor de uma pintura “viva, gestual, urgente”, conforme diz a compositora Adriana Calcanhotto no prefácio. Homenagem a um artista que foi, acima de tudo, livre. Além de estudar profundamente a obra do pintor, Nilma visitou cidades que foram fundamentais para a vida dele: Restinga Seca (município de nascimento), Santa Maria e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e, é claro, percorreu locais também do Rio de Janeiro, onde ela vive e onde Iberê morou por muitos anos. Nessas andanças, ouviu de amigos e colegas dele histórias que a subsidiaram na elaboração de Um homem valente. Entre essas pessoas, estão Ferreira Gullar (1930-2016), Eduardo Haesbaert, Katie van Scherpenberg, Edmundo Cardoso (1917-2002), Paulo Herkenhof, Décio Freitas (1922-2004) e Protógenes Solon de Mello. Nilma pôde conversar, ainda, com a própria viúva de Iberê, Maria Camargo (1915-2014). O resultado é uma prosa densa e intimista, uma narrativa em primeira pessoa criada com a liberdade que a literatura proporciona. O livro é publicado pela editora Mínimo Múltiplo na coleção Tipos Raros. Você pode comprar o livro aqui.
 
RAPIDINHAS
 
Toda obra romanesca de Luis Fernando Verissimo. Volta a circular em novo projeto editorial da Alfaguara. Publicam-se O jardim do Diabo, O clube dos anjos, Borges e os orangotangos eternos, O opositor, A décima-segunda noite e Os espiões. Os interessados podem adquirir os seis títulos numa caixa exclusiva.
 
Paulo Mendes Campos poeta. O mesmo grupo editorial, agora o selo Companhia das Letras, reúne num só volume toda poesia do cronista mineiro. E Poesia, a nova edição, inclui ainda uma seleção de textos que ficaram guardados por anos no acervo de Campos.
 
REEDIÇÕES
 
Nova edição da aventura pelo romance do poeta Jorge de Lima.
 
Publicado originalmente em 1935, Calunga é, em grande medida, fruto do assombro de Jorge de Lima diante do sofrimento humano, que conheceu muito de perto nas inúmeras viagens que fez pelo interior alagoano como médico. Lula Bernardo regressa ao interior de Alagoas na intenção de reencontrar sua família e trazer as boas-novas da modernidade à terra natal. Influenciado por tudo o que leu e viu na cidade grande, pretende salvar os habitantes da ilha de Santa Luzia de uma vida miserável e repleta de doenças. Mas suas ideias encontram um ferrenho opositor: o coronel Totô de Canindé, personagem que encarna o latifúndio, a incivilidade e, principalmente, a violência. Nas falas de Totô podemos identificar os códigos de segregação racial e social que, até hoje, dizem muito sobre o nosso país. Jorge de Lima, ao contrário de tantos gigantes da nossa literatura que fundaram suas obras na paisagem seca e flagelada do Nordeste — como Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Graciliano Ramos —, ambientou seu Calunga na terra ensopada dos mangues, em meio a chuvas torrenciais, no lamaçal açoitado pelo vento e o frio úmido. Uma região devastada pelo descaso e pela ganância, com consequências terríveis para aqueles que tiram da lama o seu sustento. A nova edição sai pela Alfaguara Brasil. Você pode comprar o livro aqui.
 
PRÊMIO LITERÁRIO
 
O Prêmio Jabuti 2022, seus ganhadores.
 
Na edição 64, a Câmara Brasileira do Livro continua a apostar na diversidade autoral, criativa e editorial. Na categoria Poesia, o premiado foi Também guardamos pedras aqui, de Luiza Romão (Editora Nós); no Conto, A vestida, de Eliane Alves da Cruz (Editora Malê). O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk, recebe o prêmio na categoria Melhor Romance. Publicado pela Companhia das Letras, o livro é inspirado na história de duas crianças indígenas levadas do Brasil para a Alemanha por exploradores em 1820.

OBITUÁRIO

Morreu Hans Magnus Enzensberg. 

Hans Magnus Enzensberg nasceu na Baviera a 11 de novembro de 1929. Estudou Literatura e Filosofia em várias universidades europeias, incluindo Hamburgo e Sorbonne. Entre 1965 e 1975 formou parte do Grupo 47, período quando criou e dirigiu a revista Kursbuch e a série literária Die andere Bibliothek. Autor de extensa obra, escreveu ensaio, romance, novela crônica e poesia, gênero no qual estrou na literatura, em 1957, com Defendendo os lobos. Alguns dos seus livros estão traduzidos e publicados no Brasil; são títulos como Raiva e paciência (1985), O curto verão da anarquia (1987), A outra Europa (1988), Guerra civil (1995), Mediocridade e loucura e outros ensaios (1995), O naufrágio do Titanic (2000), Ziguezague (2003), Hammerstein ou a obstinação (2009) e Tumulto (2019). Em 2022, Enzensberg recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias. Ele morreu no dia 24 de novembro de 2022, em Munique.
 
DICAS DE LEITURA
 
Na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
 
1. Um homem bom é difícil de encontrar e outras histórias, de Flannery O’Connor. Apesar de continuarmos carentes de boa parte da obra dessa que é uma das mais importantes escritoras da literatura estadunidense do século XX, alguma coisa aparece com frequência. Estes boletins são testemunhas. Em 2018, por exemplo, noticiamos o regresso do livro agora recomendado. Com tradução e prefácio de Leonardo Fróes, reúne-se aqui dez contos que revelam o singular universo criativo de O’Connor: o grotesco, o simbolismo religioso, o humor, a violência, a manifestação da graça divina, o tragicômico, as complexidades da alma humana. Foi publicado pela editora Nova Fronteira. Você pode comprar o livro aqui
 
2. Ar-reverso, de Paul Celan. Sublinhando a data de nascimento do poeta, deixamos a recomendação de um dos dois livros com poemas seus publicados quase simultaneamente no ano passado. Ar-reverso tem tradução de Guilherme Gontijo Flores. Escrito entre 1963 e 1965 é um livro que dialoga com o seu famoso discurso “O meridiano”, de 1960”, quando o autor utiliza pela primeira vez o termo que nomeia a obra. O outro livro de Celan saído também pela Editora 34 em 2021 foi A rosa de ninguém já recomendado nesta seção no Boletim n.431. Você pode comprar o livro aqui
 
3. Corpos benzidos em metal, de Pedro Augusto Baía. Este é um livro de estreia e com o qual o seu autor recebeu o Prêmio SESC de Literatura neste ano. Reúne onze contos que se alinhavam por um fio em comum: as vivências de gente diversa da região norte do Brasil. Uma vítima do garimpo, um repórter que investiga a morte de um quilombola, uma fotógrafa que sofre um ataque de pânico numa cidade alagada etc. Um Brasil em ferida contínua. Publicação da editora Record. Você pode comprar o livro aqui

VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
 
1. No passado 23 de novembro foi aniversário de Herberto Helder. Fica a recomendação para a audição de “A última bilha de gás durou dois meses e três dias”, um poema que se encontra no que ficou sendo um dos últimos livro do poeta português — A morte sem mestre. O poema é dito pelo próprio Herberto Helder para o CD que acompanhava a referida edição. Aqui.
 
BAÚ DE LETRAS
 
1. O premiado O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk foi recomendado na seção Dicas de Leitura da edição 417 do Boletim Letras 360.º — o livro estava há poucos meses da sua publicação pela Companhia das Letras.
 
2. Ainda O som do rugido da onça. Em março deste ano, o blog publicou uma resenha de Lucas Pinheiro sobre o romance de Micheliny Verunschk. Leia aqui.
 
2. Pelo destaque que este Boletim dá ao regresso de Juan José Saer, recordamos o que foi o texto mais recente sobre um livro do escritor argentino: este sobre As nuvens, um dos vários romances seus publicados no Brasil e há muito esgotados.
 
DUAS PALAVRINHAS

Escreva-se sempre para estar só. A escrita afasta concretamente o mundo. Não é o melhor método, mas é um.
 
— Herberto Helder, Photomaton & Vox

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