Boletim Letras 360º #493
DO EDITOR
1. Caro leitor, eis uma parte das
notícias que passaram durante a semana nas redes sociais do Letras. Na
edição passada, disse que durante a semana o leitor saberia qual livro
substituiu o sorteio da edição especial do Ensaio sobre a cegueira. A
semana ainda não acabou, então fique atento. Para participar dos sorteios basta
apoiar o Letras — todas as informações aqui.
2. E, não esqueça, na aquisição
de qualquer um dos livros pelos links ofertados aqui, você ganha desconto e
ainda ajuda ao Letras com as despesas de domínio e hospedagem na web
sem pagar nada mais por isso.
3. Bom final de semana com
descanso e boas leituras!
Luigi Pirandello. Foto: Mondadori. |
LANÇAMENTOS
Uma das obras principais de Pirandello em nova edição.
O Diretor, em mais um dia de trabalho, orienta os atores no ensaio de uma peça com o sugestivo nome de O jogo dos papéis, de ninguém menos que... Pirandello. De repente, irrompe no teatro um grupo de seis personagens que estão em busca de um autor para dar vida ao seu próprio drama. São eles o Pai, a Mãe, o Filho, a Enteada, o Rapazinho e a Menina. Mas quem pode representá-los da melhor maneira: eles mesmos ou os atores da companhia? Pelo seu inusitado, pela maneira inovadora de encenar o “teatro dentro do teatro”, pelo jogo cênico que se cria entre os atores e esses personagens, pela exploração dos vários níveis de ilusão e realidade, Seis personagens em busca de um autor nos surpreende até hoje. Quando foi encenada pela primeira vez, em 1921, o público ficou chocado com a quebra das regras dramáticas. Os críticos, que primeiro ignoraram a peça, posteriormente reconheceram este revolucionário trabalho por sua importância no desenvolvimento do teatro moderno, mas principalmente pela abordagem da natureza da condição humana — ao mesmo tempo absurda, trágica e cômica. Com tradução de Federico Carotti, o livro é publicado pela L&PM Editores. Você pode comprar o livro aqui.
Começa a ser publicada no Brasil
a trilogia biográfica de Franz Kafka concebida por um dos seus mais importantes
especialistas, Reiner Stach.
Numa noite insone de 1912, Franz
Kafka começou a compor a história que daria origem à novela O veredicto.
Entusiasmado pelo processo da escrita, o jovem de 29 anos atravessaria a
madrugada, colocando o ponto final na história quando os primeiros raios de sol
apareciam do outro lado da janela. Esse momento é narrado com gosto e rigor
informativo por Reiner Stach neste volume da monumental trilogia biográfica de
Franz Kafka. Aqui, o biógrafo alemão, um dos maiores especialistas mundiais na
obra do autor tcheco, concentra-se no que chama de “anos decisivos”: o período
entre 1910 e 1915, em que o jovem advogado experimenta a vida e a literatura. Trata-se
de uma época movimentada para o autor de A metamorfose. Stach o captura
durante suas incursões — nunca bem-sucedidas — no mundo sentimental de Kafka,
com destaque para o relacionamento tortuoso com Felice Bauer, a relação com sua
herança judaica, a vida social nos cafés literários, a chegada da Primeira
Guerra Mundial. Reiner Stach revisita vida e obra com cuidado e sempre evitando
oferecer uma chave interpretativa. Está interessado nos fatos. Fugindo do
clichê do kafkiano, ele se dedica a esquadrinhar as pistas de como o próprio
Kafka enxergava suas obras para além da vontade de leitores e críticos. Kafka: os anos decisivos tem tradução de Sofia Mariutti e sai pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
Obra reúne uma seleção de microcontos
de Cesare Pavese.
A obra Trabalhar é um prazer
traz catorze textos escritos por Cesare Pavese, importante poeta e escritor
italiano, que viveu no início do século XX. Os textos selecionados por
Francisco Degani são carregados de significado, mostram também que o autor com
a necessidade de passar pequenos vislumbres da vida em forma concentrada, onde
a precisão da palavra (e este é o grande desafio dos tradutores) assume o plano
simbólico em que é possível coexistir presente e passado, realidade e fantasia,
tempo e espaço. O livro sai pela Editora 7Letras.
Da autora de Uma vida
pequena, um romance ousado e brilhante sobre amantes, família, perda e a
promessa fugaz da utopia, abrangendo três séculos e três versões diferentes do
experimento americano.
Em uma versão alternativa dos Estados Unidos de 1893, Nova York integra os
Estados Livres, onde as pessoas podem amar quem quiserem (pelo menos é o que
parece). Um jovem herdeiro de uma família renomada resiste ao noivado com o
pretendente escolhido por seu avô, após cair nas graças de um charmoso
professor de música com parcos recursos. Em uma Manhattan de 1993, assolada
pela epidemia de aids, um jovem havaiano vive com seu companheiro muito mais
velho e endinheirado, escondendo sua infância conturbada e a história de seu
pai. E, em 2093, num mundo devastado por pandemias e sob um governo
autoritário, a neta traumatizada de um cientista poderoso tenta viver sem ele —
e solucionar o mistério dos sumiços do marido. Essas três seções se combinam em
uma sinfonia fascinante e engenhosa à medida que temas recorrentes se
aprofundam e se relacionam: uma casa em Washington Square Park em Greenwich
Village; doenças e tratamentos com custos enormes; riqueza e miséria; a
oposição entre fracos e fortes; raça; a definição de família e de nação; os
perigos da justiça dos poderosos e dos revolucionários; o desejo de encontrar
um paraíso terreno e a percepção gradual de que algo do tipo é impossível. O
que une tanto os personagens como esses diferentes Estados Unidos é o ajuste de
contas com aquilo que nos torna humanos: o medo, o amor, a vergonha, a falta e
a solidão. Ao paraíso é um exemplo formidável de técnica literária, mas
acima de tudo é um romance genial na forma como aborda as emoções. Sua grande
força resulta da percepção de Yanagihara sobre o desejo angustiante de proteger
aqueles que amamos — companheiros, amantes, filhos, amigos e até nossos
concidadãos — e sobre a dor que sentimos quando isso não é possível. Com
tradução de Ana Guadalupe, o livro sai pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
O primeiro livro de Romain Gary
como Émile Ajar.
Considerado um dos grandes autores
da literatura francesa no século XX, Romain Gary publicou mais de trinta
livros. Em meados dos anos 1970, era um medalhão nacional, cultuado, rico e
premiado. Cansado da ribalta, resolveu se reinventar. Assim nasceu Émile Ajar. Abraço
apertado é o primeiro livro escrito sob esse pseudônimo. Espécie de fábula
humorística, trata da relação entre um funcionário de escritório e seu animal
de estimação, uma serpente píton. A tradução de Rosa Freire d'Aguiar sai pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
Francisco J. C. Dantas parte
das memórias da infância para construir um romance cativante sobre a vida no
interior do Sergipe.
Em Moeda vencida, livro nostálgico e emocional, Francisco J.C. Dantas
mescla ficção a suas reminiscências de criança para alcançar uma realidade
preservada no fio da memória, sobre a vida no interior sergipano de meados do
século passado, com as disputas, as amizades e os acasos entre os moradores do
povoado de Cambuí. Desidério, o pai do narrador, é figura marcante nestas
páginas, assim como seu amor pelos animais: da vaca à beira da morte num
atoleiro, ao cavalo indômito e castigado pelos antigos donos. Em diferentes
camadas do passado, ele costura a história de fazendeiros e de gente humilde,
de desafetos e de figuras folclóricas, e compõe uma narrativa vibrante de
profunda dimensão humana. O livro sai pela Alfaguara Brasil. Você pode comprar o livro aqui.
No encalço dos fantasmas de
José Saramago, Fernando Pessoa, Camões e, claro, Eça de Queiroz, Miguel Sanches
Neto cria uma obra hilária, inteligente, vertiginosa, um romance feito de
encontros, desencontros, fugas, autoengano, paixão e muita literatura.
Nesta história contada de modo nada confiável por um sujeito que aspira
escrever um romance, a questão da identidade toma o primeiro plano. O narrador
assume o pseudônimo Rodrigo S. M., sequestrado de A hora da estrela, de
Clarice Lispector, e deixa para trás seu passado ordinário. Decidido a cruzar o
oceano em busca de, em suas palavras, “civilização”, ele parte para Portugal em
uma jornada que se equilibra entre a ironia cáustica e a homenagem ao panteão
de escritores da literatura lusa. Seu alvo logo se torna o lendário Eça de
Queiroz, cujos caminhos procura refazer atrás de inspiração para um livro.
Feito um Dom Quixote lusófono, o narrador personagem precisa amargar que os
cenários idealizados de suas leituras não coincidem com a realidade que o
aguarda nos mais diversos destinos, o que inclui uma bizarra celebração ao
aniversário de Hitler. Navegando entre a imaginação desvairada e a ironia
aguda, Miguel Sanches Neto compõe um romance que ousa tratar o cânone com
humor, tirando do pedestal os nomes europeus que assombram a literatura
brasileira lá do outro lado do Atlântico. Jornada desmistificadora e magnética,
O último endereço de Eça de Queiroz nos conduz, eletrizados, até seu
luminoso desenlace. O livro sai pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Romance lida com violências
concretas e simbólicas ao longo de gerações de uma família negra carioca.
Jorge Neto acorda com o
despertador no dia de seu aniversário, escova os dentes e se corta fazendo a
barba. Decidido a não sair de casa, rumina sobre a decadência do mundo à sua
volta. Pode parecer que habitaremos os subterrâneos da mente desse homem
amargurado, mas estamos no preâmbulo de uma história bem maior, composta de
três partes que encadeiam violências concretas e simbólicas ao longo de
gerações de uma família negra carioca. Agora agora, de Carlos Eduardo
Pereira sai pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
O primeiro romance de Geovani
Martins.
Depois de estrear na literatura com a coletânea de contos O sol na cabeça,
Geovani Martins publica seu primeiro romance — Via Ápia. Nesta engenhosa
narrativa sobre os impactos da instalação da Unidade de Polícia Pacificadora
(UPP) na vida dos moradores da Rocinha, a trama é dividida em três partes: a
expectativa com relação à invasão; a ruidosa instalação da UPP; e a silenciosa
partida da polícia e a retomada dos bailes funk que fazem o chão da favela
tremer. Em capítulos curtos, que trazem perspectivas cruzadas, o narrador nos
conduz pelas vidas dos cinco jovens protagonistas — suas paixões, amizades,
dramas pessoais, ambições, frustrações, sonhos e pesadelos. Brilhante nos
diálogos e mestre na narrativa, Martins é também certeiro no diagnóstico dos
efeitos perversos da guerra às drogas. Ao enviar sua tropa de choque para a
Rocinha, o Estado parece apresentar uma única resposta aos problemas do Brasil:
a morte. A resposta dos moradores é bem outra: a vida, sempre ela, é o que faz
a favela pulsar. O romance é publicado pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Romance explora nossas mazelas
físicas.
Este livro poderia tranquilamente
se chamar Uma história do corpo. Com mão levíssima, A cabeça do
pai segue um fio narrativo em torno de nossas mazelas físicas — e o quanto
nossa frágil condição tem reflexos na forma como nos relacionamos com o mundo.
A narradora parece acreditar, com razão, que por detrás de nossa fragilidade há
uma potência quase infinita: a capacidade de contar a nossa própria história e
a daqueles que nos deixaram. O livro é publicado pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
Uma nova edição e tradução do
primeiro romance de Jane Austen.
Catherine Morland, uma jovem ingênua e leitora voraz, vai passar um período
longe de sua pacata vida rural. Aos dezessete anos, a moça começa sua temporada
em Bath —importante área litorânea frequentada pela elite da Inglaterra — cheia
de expectativa. É lá que ela conhece os personagens que farão de seus sonhos
realidade: ela é convidada para se hospedar em uma abadia. A antiga construção
pode ter tudo que Catherine sempre imaginou, mistério, um passado sombrio e o
vislumbre de um amor. Paródia das narrativas góticas que eram sucesso no século
XVIII, A abadia de Northanger foi o primeiro romance concluído por Jane
Austen — apesar de só publicado postumamente, em 1818. Com a precisão
característica de Austen, este livro trabalha com elementos cômicos para
retratar uma sociedade estratificada que vê no dinheiro e nas posses a razão de
qualquer ação. O livro tem tradução de Paulo Henriques Britto, prefácio de
Genilda Azerêdo e sai pelo selo Penguin/ Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
REEDIÇÕES
Nova edição de um dos
principais livros de John Steinbeck.
Publicado em 1939, As vinhas da ira marcou o auge da carreira de John
Steinbeck, vencedor do Nobel de Literatura, e se mantém como um documento
social e um marco da literatura. Assim como o livro, o filme, que rendeu um
Oscar ao diretor John Ford e foi protagonizado por Henry Fonda, tornou-se um
clássico. Dez anos depois da Grande Depressão de 1929, Steinbeck criou um
manifesto perene com foco na luta dos excluídos. Tão americano quanto
universal, Steinbeck exibe na vida e na arte irredutíveis paradoxos, provocados
pela tensão entre instinto e mente, natureza e história, a civilização e seus
descontentes. Com tradução de Herbert Caro e Ernesto Vinhaes, o livro é
publicado pela Editora Record. Você pode comprar o livro aqui.
Nova edição da obra completa de
Ricardo Reis, um dos heterônimos mais fascinantes de Fernando Pessoa.
“Tão cedo passa tudo quanto passa!/ Morre tão jovem ante os deuses quanto/
Morre! Tudo é tão pouco!/ Nada se sabe, tudo se imagina/ Circunda-te de rosas,
ama, bebe/ E cala. O mais é nada”, discorre Ricardo Reis na ode número 66.
Marcada por referências mitológicas, concisão verbal, dicção rebuscada e
disciplina estoica, sua poesia é capaz de engendrar profundas reflexões sobre a
efemeridade da condição humana. A presente reedição reúne todas as odes
atribuídas a um dos heterônimos mais célebres de Fernando Pessoa, produzidas entre
1914 e 1935. O volume conta com estabelecimento de texto da especialista
Manuela Parreira da Silva e posfácio inédito do poeta Paulo Henriques Britto,
que joga luz sobre aspectos formais e simbólicos de uma das obras mais
admiráveis do século XX. O livro sai pela Companhia das Letras. Você pode
comprar o livro aqui.
Nova edição do primeiro romance
de Andrea del Fuego.
Após perderem os pais, os irmãos Nico, Júlia e Antônio veem-se diante de nova
realidade. O mais velho, ainda criança, passa a trabalhar na fazenda de um
poderoso da região; a menina, por sua beleza, é adotada e levada para outra
cidade; o caçula, um garoto que não cresce, é acolhido pelas freiras do
orfanato. Separados ainda na infância, os três vão seguir diferentes caminhos,
a um só tempo fantásticos e reais. A escassez de água, de amor e de unidade,
que acompanha a família desde o raio que a originou, torna-se abundância à
medida que as páginas do livro revelam novas e extraordinárias personagens —
freiras francesas, traficantes de bebês, espíritos ancestrais e pessoas que
desaparecem no vapor de um bule a ferver —, entremeadas por um vale mágico,
despertado pela chegada de uma hidrelétrica à cidade de Serra Morena, onde
pouco a pouco os Malaquias tentam se (re)encontrar. Romance de estreia de
Andréa del Fuego, Os Malaquias recebeu em 2011 o prêmio José Saramago.
Um tributo fascinante à memória, à família, à vida e à humanidade de cada um de
nós. O livro é reeditado pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Uma peça de análise e de
denúncia de um mal que nunca deixou de assolar o Brasil.
Quando Geografia da fome foi
publicado pela primeira vez, em 1946, o país passava pelo processo de
redemocratização e tentava enfrentar suas fraturas mais evidentes. Decorridos
mais de setenta anos, é doloroso notar como elas se aprofundaram. O autor
denuncia a fome coletiva como um fenômeno social presente em todos os
continentes, com foco no Brasil. E defende que ela é decorrente dos sistemas
econômicos e sociais, não de condições climáticas. A reedição do livro de Josué
de Castro é publicada pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
Nova edição da autobiografia de
Dias Gomes.
Autobiografia de um dos maiores nomes do teatro e da teledramaturgia nacional,
em Apenas um subversivo Dias Gomes relata sua vivência política e familiar e os
bastidores da vida profissional. Em Apenas um subversivo, Dias Gomes
apresenta seu lado família, sua relação com a política, sua vida nos bastidores
do teatro, do rádio e da televisão. Narra desde os tempos da Bahia, sua terra
natal, a vinda para o Rio de Janeiro, a temporada em São Paulo, passando pela
ditadura militar e os anos subsequentes. Assim como seus textos ficcionais,
marcados pelo humor e pela ironia, Apenas um subversivo tem um tom
descontraído em relação à sua obra, carreira e vida. O título foi dado em
referência irônica ao xingamento recebido quando sua peça O berço do herói
foi censurada por Carlos Lacerda, durante a ditadura militar: “Nelson Rodrigues
é só pornográfico. Dias Gomes é pornográfico e subversivo!” É também uma ironia
que o autor faz consigo próprio, e essa capacidade de falar de si de forma
crítica, sarcástica até, revela-se uma de suas grandes virtudes. Dias Gomes
revolucionou o teatro brasileiro, mesclando o cotidiano da classe trabalhadora,
seus dramas, suas lutas com tramas fantásticas. Autor de personagens plurais e
que abordavam o contexto político e social da época, Dias Gomes fez de seus
textos armas poderosas. Neste Apenas um subversivo, no centro do palco, o
dramaturgo narra suas memórias, quase como um diário, tentando decifrar quem
ele é. O livro é reeditado pela Bertrand Brasil. Você pode comprar o livro aqui.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1. O regresso de Júlia Mann a
Paraty, de Teolinda Gersão. A obra de muitos importantes nomes da literatura
portuguesa só chega ao Brasil, na maioria das vezes, pelo esforço das pequenas
editoras. É o caso dos livros dessa escritora. O aqui recomendado é o terceiro
título a sair pela Oficina Raquel. Freud, Thomas Mann e sua mãe, Júlia Mann são
os protagonistas das três novelas que entrecruzam numa tessitura de investigação
interior e simultaneamente dissecação das ideologias de um tempo terrível que
depois do seu afloramento na segunda metade do século XX nunca deixou de mostrar
suas feições. Você pode comprar o livro aqui.
2. O jardim de Reinhardt,
de Mark Haber. Quem está à espreita de, na primeira oportunidade, encontrar a
primeira tradução de um livro de László Krasznahorkai, pode preencher o curto tempo
da espera com este romance igualmente inventivo, filosófico e hilário — este
último, um ingrediente a mais. É o livro de estreia do escritor estadunidense. Uma
viagem por vários continentes em busca de um homem desaparecido que possuiria o
último segredo sobre a melancolia. A tradução de Fábio Bonillo está publicada
pela editora DBA. Você pode comprar o livro aqui.
3. Duas vidas, de Emanuele
Trevi. “Tudo aquilo que é encantador produz uma espécie de brilho perpétuo, e
as pessoas encantadoras em geral se consomem e enfim se dissolve em seu vertiginoso
enxame de luzes minúsculas”. A poética escrita de Trevi redivive as vidas do
romancista Rocco Carbone e da escritora Pia Pera; os dois amigos do escritor
morreram prematuramente e seu livro busca pelos escombros da memória as peças que
recompõem um retrato deles, vivo e comovente. A tradução é de Davi Pessoa e foi
publicada pela editora Âyiné. Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
1. Um dos importantes nomes da
Poesia Concreta, Décio Pignatari (1927-2012) também marcou o cenário da crítica
no Brasil. Em 1989, o escritor foi recebido no Programa Roda Viva. Fica a
recordação para este dia 20 de agosto, quando celebramos seu 95.º aniversário. Veja aqui.
BAÚ DE LETRAS
Neste 19 de agosto de 2022, passou
o aniversário de 70 anos de Milton Hatoum. Esta seção aproveita a data para
recordar algumas das publicações sobre o escritor (e também do escritor) já apresentadas
por aqui.
1. Começamos com este texto em que
Milton Hatoum faz um percurso pela biografia e pela literatura de Clarice
Lispector.
2. Depois, este texto de Pedro
Fernandes sobre A noite da espera, o primeiro volume de uma
trilogia que se situa no período escuro da ditadura militar no Brasil.
3. Também Pedro Fernandes escreveu
sobre o mais conhecido romance de Hatoum, Dois irmãos; o texto de 2011
está disponível aqui.
DUAS PALAVRINHAS
As palavras não curam, mas são uma
trégua no desamparo, melodia na solidão.
― De Milton Hatoum, em Um solitário à
espreita
...
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