Boletim Letras 360º #479
DO EDITOR
1. Até a hora de fechamento da
edição deste Boletim, contamos seis leitores inscritos para o próximo sorteio
entre o clube de apoiadores do Letras, uma iniciativa cuja primeira temporada
finda-se agora interessada em ajudar a arrecadar fundos para custeio de domínio
e hospedagem do blog online.
2. Quem ainda se interessar,
atenção! As inscrições findam no próximo dia 29 de maio. Desta vez, os três
livros que compõem o Kit são da editora-parceira Companhia das Letras: o romance
O avesso da pele, de Jeferson Tenório; o livro de contos Gótico nordestino,
de Cristhiano Aguiar; e o romance Ossos secos escrito pelo coletivo formado
por Luisa Geisler, Marcelo Ferroni, Natalia Borges Polesso e Samir Machado de
Machado.
3. Para se inscrever é simples.
Envia R$25 através do PIX blogletras@yahoo.com.br; finalizada a
operação, envia neste mesmo endereço (nosso e-mail) o comprovante.
4. Outras formas de colaborar com o
Letras estão disponíveis aqui. E, cabe não esquecer que na aquisição
de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você tem
desconto, também ajuda a manter o Letras sem pagar nada mais por isso.
5. A todos que já se inscreveram e
aos que ajudam indireta ou espontaneamente, reiteramos nossos agradecimentos. É
certo que sem vocês não estaríamos aqui em tempos de tanta dificuldade como o
que agora passamos neste país sitiado.
José Saramago. Foto: Fernando Peres Rodrigues |
LANÇAMENTOS
Uma viagem extraordinária,
através de imagens, relatos e trechos de livros, à vida de José Saramago.
José Saramago é,
incontestavelmente, um dos grandes mestres da literatura. Único autor de língua
portuguesa a receber o Prêmio Nobel, ele deixou tesouros como Ensaio sobre a
cegueira, O Evangelho segundo Jesus Cristo e O ano da morte de
Ricardo Reis. Em 2022, celebra-se o centenário de nascimento desse homem
que começou como serralheiro mecânico, tornou-se funcionário público, editor e,
por fim, escritor — ofício que foi levado a outro patamar por suas mãos. Este
álbum biográfico sem precedentes, dividido em quatro perspectivas —
espaços/lugares, leituras/sentidos, escritas/criações e laços/pessoas —, traz a
vida de José Saramago ao entrelaçar mais de duzentos nomes, entre cidades,
marcos históricos, amigos, personagens. Lanzarote, Brasil, Blimunda, Deus,
Judas, Fernando Pessoa, Marx, Jorge Amado, Pilar, todos estes relembrados por
imagens do acervo da Fundação Saramago e registros em livros. Saramago. Os
seus nomes, de Alejandro García Schnetzer e Ricardo Viel, é publicado pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
Nova edição do esperado romance
principal de Hermann Broch.
Obra-prima do autor e um dos
maiores romances do século XX, A morte de Virgílio narra as últimas
dezoito horas do grande poeta romano em seu retorno de uma viagem à Grécia. Por
ruas barulhentas e movimentadas o poeta vai do navio ao palácio do Imperador
Augusto em Brindisi, onde, desiludido com o seu tempo, decide destruir o
manuscrito da Eneida. Composto por sonhos, pensamentos e
falas do poeta, esse monólogo interior, onde se condensam e se cruzam diversos
tempos e espaços, memória e experiência, transporta o leitor por uma vasta
meditação lírica que exprime a inquietação sobre a morte, o sentido da vida e a
possibilidade de conhecer o mundo, traçando um paralelo simbólico com a crise
espiritual do mundo atual. O resultado dessa combinação única de reflexão
poética, filosófica e análise psicológica é uma das obras essenciais da
narrativa do século XX. A tradução de Wagner Schadeck é publicada pela editora
Sétimo Selo. Você pode comprar o livro aqui.
A face menos conhecida da
Geração Beat.
Primeira publicação de poemas de
Diane di Prima (1934-2020) no Brasil, organizada e traduzida pela poeta
Fernanda Morse, Poemas mais ou menos de amor & outros poemas dá a
ver facetas menos conhecidas da Geração Beatnik estadunidense. Na antologia,
nos deparamos com uma seleção de poemas escritos em diversos períodos da vida
de di Prima, em meio aos quais é possível perceber a complexidade temática e
estilística que a autora explorou. Amor, família, amizade, maternidade,
espiritualidade e resistência política são investigados em versos ora prolixos,
que a atrelam ao rastro de Walt Whitman, seguido também pelos seus colegas
beatniks; ora finamente sintéticos, atestando a declarada influência de Ezra
Pound sobre a sua poesia. Lançando-se como poeta no fim da década de 1950, di
Prima é beat à sua maneira, projetando uma voz constituída a partir de sua
experiência como uma mulher que percorreu caminhos improváveis à época, tanto
na literatura quanto na vida. O livro é publicado pelas Edições Jabuticaba.
Um retrato inédito da história
estadunidense contemporânea pelo diário de viagem de Joan Didion, uma das vozes
mais importantes do novo jornalismo.
Joan Didion sempre manteve
cadernos com diálogos, entrevistas, rascunhos de ensaios e cópias de artigos.
Em Sul e Oeste, ela compartilha dois trechos estendidos de anotações escritas
na década de 1970; lidos juntos, eles formam uma visão penetrante da paisagem
política e cultural estadunidense. “Notas sobre o Sul” traça uma viagem que ela
e seu marido, John Gregory Dunne, fizeram por Louisiana, Mississippi e Alabama.
Com observações perspicazes sobre as pequenas cidades pelas quais passaram,
entrevistas com figuras locais e sua preocupação com raça, classe e herança
descrevem um Sul praticamente inalterado até hoje. Já em “Notas da Califórnia”,
ela escreve sobre o Ocidente e sua própria educação em Sacramento. Aqui, não
vemos apenas a ironia e a imaginação de Didion em jogo, mas também um vislumbre
esclarecedor de sua criação e privilégios, de sua mente e do processo de escrita
que a tornou uma das jornalistas mais proeminentes de seu tempo. Com prefácios
de Nathaniel Rich e Noemi Jaffe para a edição brasileira, Sul e Oeste é
um retrato fiel dos Estados Unidos da década de 1970, e mais uma das
obras-primas de uma das maiores vozes do jornalismo estadunidense. Com tradução
de Marina Vargas, o livro é publicado pela HarperCollins. Você pode comprar o livro aqui.
Dezessete jovens poetas
nascidos em Gaza, na Palestina, encontram um coletivo de jovens tradutores
brasileiros em antologia inédita no Brasil.
Gaza, terra da poesia (no original Ghazza, ard al-qasida), é uma antologia que reúne poemas de 17
jovens poetas nascidos em Gaza na Palestina, dentre os quais o organizador da
coletânea, Muhammad Taysir. O livro foi publicado em Beirute, em finais do ano
passado, pela editora Almuassasa Alarabiyya Liddirasat Wannachr, e a edição
brasileira, que a Editora Tabla lança este ano, será a primeira tradução da
obra, em fato que constitui um ineditismo editorial: um livro árabe
contemporâneo, um livro de poemas especificamente, terá como primeiro destino
estrangeiro o Brasil de língua portuguesa. A tradução é uma iniciativa do Grupo de Tradução da Poesia Árabe Contemporânea, coletivo coordenado pelo
poeta e tradutor Michel Sleiman, professor de Língua e Literatura Árabe da USP,
ao lado de alunos e ex-alunos da Graduação e da Pós-Graduação. O livro é
publicado pela editora Tabla.
Novo livro de Ayelet
Gundar-Goshen.
A israelense Lilach vive no Vale
do Silício com o marido e o filho Adam. A vida deles parece perfeita, até que
Jamal, colega de Adam, desmaia e morre em uma festa. À medida que os rumores
sobre o relacionamento entre Jamal e Adam começam a surgir, Lilach se converte
numa detetive compulsiva em busca de uma verdade que tem o poder devastador de
arruiná-la para sempre. Esta é uma história sobre um choque entre o sonho
americano e a identidade estrangeira. Outro lugar tem tradução de Paulo
Geiger e é publicado pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
Tantos anos depois, algum retorno
de A. B. Yehoshua aos leitores brasileiros.
A tarefa parecia simples: ajudar a
construir uma estrada no deserto israelense. O engenheiro Zvi Luria, na faixa
dos 70 anos, aceitou-a para manter o cérebro ativo e não se render ao
diagnóstico inicial de demência. No entanto, a jornada o conduz a uma família
palestina que vive nos escombros do local, e o contato com essas pessoas
provocará uma revolução em sua vida e na das pessoas próximas a ele. Um livro
acessível e cômico que, ao mesmo tempo, revela-se provocador e corajoso na maneira
como encara as tensões de um país cujo conflito possui longa história que nem a
enfermidade cerebral mais severa permite que alguém o esqueça. O túnel tem
tradução de Tova Sender e é publicado pela editora DBA. Você pode comprar o livro aqui.
Romance reimagina a fundação da
Libéria.
Na aldeia de Lai, Gbessa é
amaldiçoada ao nascer e exilada de seu povo, pela suspeita de que seja uma
bruxa. Mordida por uma cobra e deixada para morrer, ela sobrevive. Nascido como
escravizado em uma plantação na Virgínia, June Dey esconde sua força incomum,
até que um confronto o obriga a fugir. E, nas montanhas azuis da Jamaica,
Norman Aragon, filho de um colonizador britânico branco e de uma escravizada
Maroon, herdou o dom da mãe e consegue ficar invisível. Três vidas diferentes,
mas com habilidades ― ou maldições ― em comum. Estreia literária de Wayétu
Moore, Ela seria o rei aborda a fundação da Libéria ― um dos únicos
países africanos não colonizados pelos europeus ― a partir de uma mistura
verdadeiramente fantástica de história e realismo mágico. O país foi fundado e
colonizado no século XIX por escravizados americanos libertos, com o auxílio de
uma organização privada, que acreditava que pessoas negras teriam mais chances
de prosperar na África do que nos Estados Unidos. Gbessa, incompreendida por
seu próprio povo, encontra uma nova vida na colônia de Monróvia. Quando conhece
June Dey e Norman Aragon, não demora muito para que eles percebam que são todos
amaldiçoados. Juntos, eles protegem os fracos e vulneráveis, amenizando as
tensões entre os colonos e as comunidades indígenas à medida que uma nova nação
se forma. Quando Wayétu Moore tinha 5 anos de idade, sua família deixou a
Monróvia para escapar da Primeira Guerra Civil da Libéria. Para proteger as
crianças dos horrores do conflito, a avó e o pai de Moore criaram uma narrativa
em que os tiros eram lutas de dragões, e os cadáveres, pessoas que dormiam na
rua. Após alguns desencontros, a família se mudou para os Estados Unidos, onde
Moore começou a escrever para digerir e superar o trauma. Ela seria o rei
é um livro de muitas camadas, abordando com maestria temas como exploração de
poder, feminismo negro, rebelião contra o colonialismo e a escravidão,
resiliência negra e maternidade. O resultado é um romance de estreia comovente,
com uma trama mágica e politizada, personagens profundos, espíritos e vozes da
natureza, viajantes audaciosos e acontecimentos peculiares ― elementos
entrelaçados com perfeição em uma narrativa única. Acima de tudo, uma ficção
histórica sobre pertencimento, seja de um país recém-nascido, que acabou de
fincar suas raízes e busca uma identidade própria, seja de seus personagens,
que procura seu lugar no mundo e dentro deles mesmos. Com tradução de Larissa
Bontempi, o romance é publicado pela editora Darkside. Você pode comprar o livro aqui.
Outra vez te revemos Giorgio
Bassani.
Publicado em 1958, este é o
primeiro de cinco livros sobre Ferrara, cidade italiana onde o autor viveu. O
médico Athos Fadigati é uma figura admirada. Quando seu pendor homossexual fica
impossível de disfarçar, Fadigati cai em desgraça, num processo de dilaceração
com paralelos evidentes com o destino da Itália entregue aos horrores do
fascismo. Bassani pertence a uma extraordinária geração de autores judeus
italianos, como Natalia Ginzburg e Primo Levi. Os óculos de ouro sai
pela editora Todavia com tradução de Maurício Santana Dias. Você pode comprar o livro aqui.
A poesia do angolano Ruy Duarte
de Carvalho.
O poeta e antropólogo, passou longos
períodos no Sul de Angola, no território kuvale, povoado de pastores nômades
que lidam com gado e leite, e aprendeu com eles não só seus hábitos da terra,
mas também suas tradições, rituais e cantos. O escritor, então, registrou e
traduziu de forma bem singular essas manifestações orais, compondo poemas em
língua portuguesa. Antes disso, já tinha feito o mesmo com diversos testemunhos
orais de outros povos e etnias pela África afora, colhendo matéria oral ou
pesquisando e traduzindo poeticamente textos recolhidos por outros antropólogos
e poetas ao longo dos séculos XIX e XX. O resultado dessas imersões criativas
de Ruy Duarte de Carvalho pode ser visto nos já clássicos da literatura
angolana Ondula, savana branca, de 1982, e Observação directa, de
2000, livros que agora se encontram pela primeira vez reunidos nesta edição
brasileira. Reunião riquíssima, um baú aberto de legados e heranças da cultura
oral que não folcloriza a África, pelo contrário, altera o que se entende por
poesia em língua portuguesa, já que não é a língua do colonizador a formatar
tais tradições orais, e, sim, ela que é transformada para receber essa pulsante
matéria de vida. A presente edição conta com um texto de orelha de Rita Chaves
e um posfácio de Prisca Agustoni, ambas pesquisadoras da poesia africana em
língua portuguesa. O livro sai inicialmente no Clube Círculo de Poemas, da Luna
Parque Edições e Editora Fósforo e em seguida fica disponível para os demais
leitores.
Ainda a Semana de Arte Moderna
de 1922.
O novo livro de Luís Augusto
Fischer propõe uma releitura da entronização da Semana de 22 no imaginário
artístico e ideológico do Brasil. Com iguais doses de erudição e humor, agudeza
interpretativa e fluência argumentativa, o autor desmonta mitos em torno de
Mário, Oswald e demais participantes de um dos eventos culturais mais
influentes (ou não?) do século XX. De quebra, oferece um passeio informativo
através da recepção historiográfica da Semana ao longo dos últimos cem anos. A
ideologia modernista. A Semana de 22 e sua consagração sai pela editora
Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
REEDIÇÕES
Edição especial da obra-prima
de José Saramago.
Publicado pela primeira vez em
1995, Ensaio sobre a cegueira é uma verdadeira viagem às trevas da
humanidade. Neste clássico moderno da literatura em língua portuguesa, o leitor
é dragado para um cenário devastador, onde uma “treva branca” passa a assolar a
sociedade, espalhando-se incontrolavelmente. Toda a população deixa de
enxergar, exceto por uma mulher, que se passa por cega para acompanhar o marido
na quarentena compulsória a que todos foram submetidos. Presos à nova
realidade, os cegos se descobrem reduzidos à essência humana. No ano em que se
celebra o centenário de nascimento do autor, vencedor do prêmio Nobel de
literatura em 1998, a Companhia das Letras lança uma edição especial, em capa
dura, com projeto gráfico de Raul Loureiro e obra de William Kentridge na capa,
além de prefácio inédito de Julián Fuks e fortuna crítica com textos de Leyla
Perrone-Moisés, Marco Lucchesi e Maria Alzira Seixo. Os leitores também terão
acesso aos trechos de Cadernos de Lanzarote em que Saramago trata do
processo de escrita da obra, um diário do romance organizado por Pedro Fernandes de Oliveira Neto e Graciela Castañeda. Você pode comprar o livro aqui.
O retorno da obra de Autran
Dourado? Provavelmente.
No fim do século XVIII, em Vila
Rica, Minas Gerais, uma jovem arruinada financeiramente casa-se com um abastado
fazendeiro na esperança de salvar o futuro da família. De início satisfeita com
o arranjo, a jovem logo percebe que não será nos braços do rico e importante
senhor que encontrará a felicidade, e sua busca se transforma numa verdadeira
tragédia. Recriação do mito grego de Fedra e Hipólito, em que a protagonista se
apaixona pelo próprio enteado, Os sinos da agonia não tem apenas um
narrador, mas vários. João Diogo Galvão, sua mulher, a ruiva Malvina, e seu
filho Gaspar, enteado de Malvina, são dilacerados pelo amor impossível e pela
agonia. Intensamente apaixonados, culpados e vingativos, eles compõem a pontas
de um triângulo amoroso impossível. Os sinos da agonia, de Autran
Dourado — um dos mais importantes escritores brasileiros — a alternância de
vozes, somada ao uso de técnicas narrativas como fluxo de consciência e
flashbacks, leva o leitor aos mais variados questionamentos sobre desejo,
destino e o que é a verdade. O livro é publicado pela HarperCollins Brasil.
Publica-se em dois volumes, o
romance Mulherzinhas, obra-chave da literatura de Louisa May Alcott.
Os livros já publicados pelo selo
José Olympio são agora reunidos num kit que ressalta seu valor como um dos mais
significativos títulos da literatura estadunidense. Abolicionista ferrenha,
sufragista, feminista até os ossos em uma sociedade cuja voz da mulher mal
passava de um sussurro, ela ousou desafiar as convenções ao decidir viver de
sua escrita, Louisa May Alcott deixou sua marca indelével na literatura dentro
e fora do seu tempo com Little Women publicado em 1868, um enorme
sucesso desde seu lançamento, a ponto de os leitores escreverem para a autora
implorando por mais um pouco das quatro irmãs. E Louisa prontamente atendeu aos
pedidos no ano seguinte, com Good Wives. O motivo de tanto encantamento
fica claro tão logo conhecemos as irmãs March: quatro meninas cheias de sonhos
tentando extrair o melhor de cada dia, numa América assolada pela Guerra Civil
e assombrada pela fome. Na primeira parte, acompanhamos a vida das filhas de um
clérigo, que escolheu servir ao país na guerra, fazendo o melhor que podem para
distrair a mãe e manter alguma normalidade na casa. É fácil para Meg, a mais
velha das quatro, com sua personalidade serena e quase maternal. O oposto
acontece com a intempestiva Jo; a aspirante a escritora tem dificuldade para
domar seu gênio e não se conforma com a “má sorte” de ter nascido mulher, sendo
assim proibida de lutar ao lado do pai. Já Beth, tão doce quanto as músicas que
seus dedos extraem do velho piano, enfrenta os próprios demônios. A mimada Amy
sonha acordada com belos vestidos, joias brilhantes e um príncipe encantado.
Essas adoráveis mulheres não poderiam ser mais diferentes. No entanto, há algo
que as une mesmo nas piores desavenças: o amor de umas pelas outras. Em sua segunda
parte, Boas esposas, as quatro filhas dos March enfrentando os novos desafios
que a vida adulta proporciona. Meg agora é uma mulher casada e responsável por
gerir um lar; a rebelde Jo continua sua saga para se tornar escritora, mas se
depara com sentimentos que jamais imaginara ter; Beth, com seu jeito doce e
singelo, é envolvida em uma grave situação e precisa lidar com ela sem perder a
coragem; e Amy, por sua vez, tem a oportunidade de fazer uma viagem que mudará
sua vida para sempre. As traduções são de Maryanne Linz e Thalita Uba. Você pode comprar o livro aqui.
Obra-prima de Sterne com
tradução de José Paulo Paes, Tristram Shandy, volta às livrarias brasileiras em
nova edição.
Obra-prima do humor e da sátira
social, A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy é o
testamento literário de Laurence Sterne. Estruturada como uma sequência de
conversas alimentadas por um anti-herói sempre disposto a mais dois dedos de
prosa, ela é comparada a Dom Quixote de Cervantes e Tom Jones de Fielding. Esta
“autobiografia”, publicada em nove volumes a partir de 1759, é povoada por
alguns dos personagens mais espirituosos da ficção inglesa. Parte romance,
parte digressão, ela envolve o leitor em um labirinto criativo que antecipa
tendências até mesmo do pós-modernismo. Grande influência em autores do mundo
todo, entre eles Machado de Assis e seu Memórias póstumas de Brás Cubas,
o livro é considerado um dos pilares do romance moderno por ter distanciado em
definitivo este gênero da poesia e do teatro. O livro é publicado pela Penguin/
Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
RAPIDINHAS
Fernando Pessoa no Pulitzer. Um dos
principais prêmios que reconhece o trabalho de jornalistas, escritores e
compositores tem entre os concorrentes para 2022 o especialista na obra do
poeta português com a elogiado Pessoa: A biography. O livro já
possui edição portuguesa e deve sair no Brasil pela Companhia das Letras no
segundo semestre deste ano.
Reedição da obra de Antonio
Candido. A indispensável trabalho de um dos mais importantes críticos brasileiros
está em nova casa. A editora Todavia anunciou a aquisição dos direitos de publicação
e prepara para oferecer novas edições da obra de Candido a partir do primeiro
semestre de 2023; serão dezessete títulos, incluindo uma edição especial de Formação
da Literatura Brasileira.
Outra vez, os contos completos de
Virginia Woolf. A editora 34 prepara nova edição da obra que fazia parte do
catálogo da extinta Cosac Naify na coleção Mulheres Modernistas com prefácio do
tradutor Leonardo Fróes.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1. O jardim dos Finzi-Contini,
de Giorgio Bassani. Agora que a editora Todavia anunciou a publicação de
mais um título do escritor italiano, fica a recomendação ao leitor que se interessar
por sua leitura, este outro romance que chegou entre nós no ano passado pela
mesma casa e com tradução do mesmo tradutor, Maurício Santana Dias. Situada num
enorme jardim na cidade de Ferrara, no calor da feitura da Segunda Guerra Mundial,
a narrativa acompanha a relação da jovem Micól Finzi-Contini com o narrador. Do
idílio passamos aos horrores dos tempos que virão. Um dos livros que provam a
afirmação de Bassani entre os principais romancistas italianos do século XX. Você pode comprar o livro aqui.
2. Uma noite em Markovitch,
de Ayelet Gundar-Goshen. Com o terceiro livro a ser publicado em junho próximo
no Brasil, pode-se falar de um reconhecimento da obra dessa escritora
israelense destacada com uma das vozes mais interessantes da literatura contemporânea
de seu país. Também o tempo de incubação dos episódios neste romance, um dos
seus principais trabalhos até agora, é da véspera da Segunda Guerra Mundial. Um
grupo de jovens sai da Palestina para a Europa ao encontro de um grupo de judias
que o nunca os conheceram com a missão de casarem-se para escapar de uma Europa
em que Hitler expande seus domínios e prestígio. Gundar-Goshen recria um painel
dos mais complexos na história do século XX — o da guerra no continente europeu
e o da Guerra de Independência de Israel, território que esse grupo de jovens casados
tentará alcançar. A tradução é de Paulo Geiger e o livro está publicado pela
editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
3. O tumor, de Ibrahim
Al-Koni. Uma alegoria sobre a corrosão e devastação descanteadas pela sede de
poder e pelas ambições desmedidas; assim, a editora Tabla sintetiza o valor
deste livro do escritor líbio, o
primeiro publicado no Brasil. Também uma fantasia distópica sobre o poder, a narrativa
dessa novela acompanha o rito de unção de um lugar-tenente para representar seu
líder em certa região do oásis saariano. A tradução é Mamede Jarouche. Você pode comprar o livro aqui.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
1. Em 2016, Karl Ove Knausgård veio
ao Brasil para participação na Festa Literária Internacional de Paraty; em São
Paulo o escritor esteve em sessão pública para conversar com seus leitores. O encontro
basicamente em torno da série de livros Minha luta está disponível no canal
da Companhia das Letras, aqui.
2. Recém-criada no Brasil, a Cátedra
Camões José Saramago, com sede na Universidade Federal do Paraná, prepara evento para sublinhar o centenário do escritor português. Até lá, especialistas
saramaguianos e leitores comentam sobre a obra a partir do mote “Se podes ver, repara”.
Aqui, o depoimento do nosso editor, Pedro Fernandes, a partir do romance Ensaio sobre
a cegueira.
3. Na edição n.115 da revista Blimunda, mensário da Fundação José Saramago, é possível ler um texto de Ricardo Viel sobre o registro fotográfico que abre este boletim e ilustra a capa do seu trabalho com Alejandro García Schnetzer que chega ao Brasil em junho pela Companhia das Letras.
BAÚ DE LETRAS
1. No passado domingo, pelo Dia
das Mães, compilamos em dois fios no Twitter um conjunto de dezenove
publicações no Letras que têm na figura materna seu centro de interesse:
primeiro este com dez textos em torno da literatura; e depois este, com textos
sobre nove filmes já resenhados por aqui.
2. De Joan Didion, é possível ler
a tradução de um breve perfil sobre a jornalista estadunidense por aqui. Uma
oportunidade também às vésperas do seu novo livro traduzido no Brasil.
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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.
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