Boletim Letras 360º #471
DO EDITOR
1. Caro leitor, eis a edição 471
do Boletim Letras 360.º com as notícias copiadas durante a semana em nossa
página no Facebook e outras exclusivas neste canal.
2. Aproveito a ocasião para lembrar
sobre o próximo sorteio entre os apoiadores do blog — está previsto para o
próximo sábado, 26. São três livros oferecidos pela Editora Bandeirola. Você
pode conhecer mais sobre o catálogo da casa por aqui. E, sobre como participar
do sorteio ou de outras formas de ajudar o nosso projeto aqui. Cabe não esquecer
que na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste
boletim, você tem desconto e também ajuda a manter o Letras.
3. Em nome do Letras, obrigado
pelo convívio e pelo apoio!
Louise Glück. Foto: DR. |
LANÇAMENTOS
O primeiro livro de Louise
Glück após ter sido laureada com o prêmio Nobel de literatura de 2020 ganha
tradução e edição no Brasil.
Nesta coletânea enxuta, de apenas quinze poemas, estão os temas que consagraram
Louise Glück como uma das vozes mais apaixonantes da literatura contemporânea:
a solidão, a exaustão, o trauma, as descobertas da juventude e as reflexões que
acompanham o envelhecimento. Seus poemas — que mesclam ensaio, ficção,
mitologia, psicanálise e filosofia, na forma de épicos condensados — são
capazes de iluminar as fragilidades da alma humana. Receitas do inverno da
comunidade é um livro poderoso sobre a vulnerabilidade. Ao refletir sobre a
finitude, Glück trata de dramas individuais que são comuns a todos nós. Com
tradução de Heloisa Jahn, o livro tem edição bilíngue publicada pela Companhia
das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
O segundo livro de María José
Ferrada no Brasil.
O romance O homem do outdoor é sobre a violência em suas muitas formas.
Narrado por Miguel, um menino de onze anos, conta a história de Ramón e das
pessoas que o cercam, nos dois sentidos que o verbo pode ter: o de estar perto
e o de encurralar, impondo limites. Ao decidir se mudar para um outdoor, Ramón,
que já era considerado um sujeito estranho na vila onde vivia, atrai a atenção
de todos os moradores do lugar, tornando-se objeto de vigilância, julgamentos e
recriminações, em nome do que as pessoas consideravam, então, uma vida boa e
correta. A decisão de Ramón traz à cena a dor e a fragilidade constituintes da
vila, tanto as de ordem existencial, quanto as de natureza objetiva, em sua
relação indissociável e sufocante. Abandono, pobreza, solidão, insegurança,
medo e perdas se materializam em uma necessidade coletiva de controle sobre
corpos e modos de vida, como tentativas de conter a miséria e a grandeza da
experiência humana. São as muitas combinações desses elementos que fazem as
personagens de María José Ferrada, desenhados pelo olhar estranhamente lúcido e
sensível do pequeno Miguel. Aliás, a infância, seja como tema ou como voz, tem
se mostrado um convite potente para saber quem somos e como vivemos, e quem
podemos ser e como podemos viver, na obra de Ferrada. Como Kramp, seu
livro anterior, O homem do outdoor é uma leitura arrebatadora. O livro é
publicado pela editora Moinhos com tradução de Silvia Massimini Felix.
Uma narrativa em torno da
história do manuscrito do Rubaiyat.
A narrativa de Samarcanda
gira em torno da história do manuscrito do Rubaiyat, de Omar Khayyam,
desde a sua composição pelo poeta e sábio persa do século XI à sua perda no
naufrágio do Titanic em 1912. Acusado de zombar dos códigos invioláveis do
islã, o poeta e sábio persa Omar Khayyam é conduzido à presença do juiz local.
Reconhecendo a sua genialidade como poeta e a sua estatura como pensador, este
homem poupa a vida de Khayyam e lhe entrega um caderno em branco para que se
limite a escrever nele seus versos. Assim nasceu o Rubaiyat de Omar
Khayyam. Os caminhos da vida deste poeta se cruzam com os de Nizam Al-Mulk,
vizir do sultão Malikchah, e com os de Hassan Sabbah, fundador da Ordem dos
Assassinos, que mais tarde esconderá o precioso manuscrito na famosa fortaleza
montanhosa de Alamut. No final do século XIX, o livro acendeu a imaginação do
Ocidente na tradução evocativa de Edward Fitzgerald. No início do século
seguinte, um acadêmico estadunidense ouve falar da sobrevivência do manuscrito
e o recupera com a ajuda de uma princesa persa. Juntos eles o levam na fatídica
viagem do Titanic. Neste romance, o genial e premiado escritor libanês, Amin
Maalouf, nos conduz, mais uma vez, pela Rota da Seda, atravessa séculos e
continentes, e nos delicia com seu talento de contador de histórias. Com tradução
Marília Scalzo e ilustrações de Ana Cartaxo, o livro é publicado pela editora
Tabla. Você pode comprar o livro aqui.
Nova tradução para O
idiota, de Dostoiévski.
Escrito originalmente em formato de folhetim, O idiota narra as
desventuras do jovem epilético príncipe Míchkin. Dotado de uma pureza ímpar e
expressando-se com sinceridade, este personagem choca-se com uma Rússia secular
e desencantada, distante dos ideais cristãos de generosidade e movida por uma
busca incessante por dinheiro e status. Ao retornar a São Petersburgo após um
tratamento médico, Míchkin envolve-se em triângulos amorosos da alta sociedade,
centrados na disputa pela atenção de Nastássia Filíppovna, uma beldade
multifacetada, muitas vezes interpretada como louca pelos homens que a
cortejam. Apesar das boas intenções, a presença do príncipe provoca uma série
de conflitos que dinamitam aquele círculo social dependente de aparências. Em
parte romance de ideias, em parte romance de costumes, que trata do
nacionalismo russo e de um contexto sócio-histórico específico, a prosa de
Dostoiévski reluz, em especial, ao contrapor o idealismo de Míchkin com o
niilismo individualista de Ippolit, um rapaz tuberculoso despreocupado com a
ética de suas ações. Este livro oferece a análise severa e complexa que o
mestre russo faz de uma sociedade moderna que perdeu seu norte moral – crítica
que se mostra relevante até hoje, no capitalismo tardio. Afinal, que espaço há
para as boas ações, a compaixão e a caridade em um mundo onde o dinheiro é a
força motriz? As agruras do protagonista representam com agudeza a visão
desoladora que Dostoiévski tinha de seu entorno, o que levou o escritor a
defender as ideias contidas no romance até o fim de sua vida. Com tradução de
Rubens Figueiredo, o livro é publicado pela Penguin/ Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
O novo romance de Nara Vidal.
Eva tem o diabo no corpo. Segundo
corre na família, seu nome atrai pecado. A dependência afetiva pela figura
materna é padrão nos relacionamentos abusivos que a narradora vive quando adulta.
Agora, com a mãe morta, o casamento fracassado e um filho ausente, passa a
limpo a infância e a juventude. Este é um romance magistral sobre a perda, mas
também sobre o acúmulo de controle e violência que pode caber na relação entre
mães e filhos e entre amantes. Eva é publicado pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
O primeiro livro da escritora
Dolores Reys a chegar ao Brasil.
“Vão te deixar aqui, mamãe, todos,
apesar de eu não querer. Apesar das minhas mãos não deixarem, você vai ficar.
Não há muito o que eu possa fazer, apenas engolir a terra deste lugar, e que a
terra desconhecida de um cemitério em que jamais pisamos, mamãe ou eu, não seja
mais uma inimiga. Ela fica aqui e eu levo um pouco desta terra em mim, para
saber, às escuras, meus sonhos. Fecho os olhos para apoiar as mãos na terra que
acaba de te cobrir, mamãe, e tudo fica escuro para mim. Fecho os punhos, agarro
e a levo à boca. A força da terra que te devora é escura e tem gosto de tronco
de árvore. Eu gosto, ela me mostra, me faz ver.” Cometerra é publicado
pela editora Moinhos com tradução de Elisa Menezes. Você pode comprar o livro aqui.
O segundo romance da escritora
sul-coreana Jeong You Jeong no Brasil.
Sowon é um jovem órfão que vive
como nômade pela Coreia do Sul. Seu maior desejo é se ver livre de um passado
devastador: há sete anos, seu pai, Choi Hyonsu, foi acusado de cometer uma
série de assassinatos. Rotulado como “o filho do psicopata”, Sowon parece
fadado a pagar pelos crimes do pai infinitamente. Um dia, contudo, o rapaz
recebe um manuscrito anônimo, contendo a decifração da tragédia que emoldurou
sua vida. Com tradução de Paulo Geiger, Sete anos de escuridão, da
escritora sul-coreana Jeong You Jeong é publicado pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
Um romance sobre as diversas
formas que a família pode assumir no mundo de hoje.
Escrito com uma simplicidade
apenas aparente, este é um romance profundo e cheio de sabedoria sobre a
maternidade, sobre sua negação ou suposição; sobre as dúvidas, incertezas e até
sentimento de culpa que a cercam; sobre as alegrias e tristezas que a acompanham.
É também um romance sobre três mulheres e os laços de amizade e de amor que se
estabelecem entre elas. A filha única, de Guadalupe Nettel, é publicado
pela editora Todavia com tradução de Silvia Massimini Félix. Você pode comprar o livro aqui.
O relato biográfico sobre o
jovem tenente japonês em fuga da grande guerra.
Embrenhados na selva de uma
pequena ilha nas Filipinas, o jovem tenente japonês Hiroo Onoda e seus três
companheiros de guerrilha “põem-se a caminho pelas décadas que têm pela frente”.
Último sobrevivente, e certo de que o fim da guerra não passa de uma mentira do
inimigo, Onoda levará quase trinta anos para ser convencido a finalmente se
render. O crepúsculo do mundo é uma história de sobrevivência, de honra,
de estoicismo e de um indivíduo confrontando, até os limiares da loucura, as
forças destrutivas da civilização e da natureza indiferente. Um prato cheio,
portanto, para o diretor de cinema Werner Herzog, que aqui confirma ser um
prosador de firmeza e poder sugestivo impressionantes. Seu relato, baseado em
entrevistas que fez pessoalmente, abraça a fluidez imaginativa para tentar
reconstituir em minúcias não apenas os fatos, mas também suas implicações
estéticas e filosóficas. Os detalhes às vezes soam alucinógenos: um saco de roupas
sujas infla com um bolor que parece algodão-doce, um chiclete num tronco de
árvore se torna o sinal inequívoco de uma emboscada. Onoda anda de costas para
que suas pegadas apontem na direção contrária e despistem o inimigo. No céu, em
impressos e transmissões de rádio, sinais do progresso podem lhe parecer
incompreensíveis: um satélite artificial passeando entre as estrelas, uma
página de jornal tomada de anúncios, um avião que voa sem hélices. Onoda matou
inocentes, tornou-se uma lenda local, foi anistiado pelo governo filipino e
recebido como herói no Japão após se entregar. Viveu algum tempo no Brasil e
faleceu aos 91 anos, em Tóquio. Herzog não apara as ambiguidades desse
extraordinário caso real. Pelo contrário, abre espaço à dúvida, à poesia e ao
sonho para nos conduzir até muito além do convencional, ao reino das histórias
que resistem em ser decifradas. Com tradução de Sérgio Tellaroli, o livro é
publicado pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
Nova tradução e edição para uma
obra herdeira de Thomas More.
Nesta utopia tardia, publicada um
pouco mais de cem anos depois da Utopia inaugural de Thomas More, Campanella
desenha, sob as condições específicas do gênero utópico, um projeto
teológico-político capaz de equacionar o que já se anuncia como o moderno – do
ponto de vista científico e filosófico – com os pressupostos entendidos como
imutáveis de uma cosmologia fiel a ideais cristãos, de certo modo revitalizados
pelo renascimento. Da maneira como Campanella coloca o problema, o político,
isto é, a gestão das coisas terrenas e mundanas, deve se ajustar a uma ordem
que lhe ultrapassa e o coordena, uma ordem cosmológica. A “utopia”, em sentido
próprio, é justamente pensar em que condições esse encontro de ordens é
possível, não se desajusta ou se desarranja. Pelo contrário: nesse lugar
utópico, confirma-se e reitera-se que o homem passa a ser idêntico à sua mais
alta imagem ideal, cuja origem é divina. Esse novo homem só pode ser o
correlato de uma nova ordem em que os desvios individuais, as pequenas paixões
e taras, a subjetividade em seu sentido moderno, não têm lugar e espaço.
Campanella, muito ciente disso, explora até o limite tal possibilidade,
produzindo paradoxalmente uma joia barroca do fim do Renascimento. A cidade
do sol tem tradução de Carlos Berriel e é publicado pela editora Martins
Fontes. Você pode comprar o livro aqui.
RAPIDINHAS
Ler Ulysses em grupo. A
Companhia das Letras aproveita o ano das celebrações pelo centenário de
publicação deste que é um dos principais romances do século XX na literatura
ocidental e organiza um grupo para que os temidos e destemidos leitores leiam
James Joyce. A iniciativa é comandada pelo tradutor de Ulysses, Caetano
W. Galindo. Saiba mais por aqui.
Discutir Alejandra Pizarnik. A
Relicário Edições tem trabalhado na publicação e socialização da obra da escritora
argentina no Brasil. Outra das suas iniciativas é a realização do Circuito
Alejandra Pizarnik. Trata-se de um evento gratuito que realizado entre os dias
23 e 25 de março e que reúne pesquisadores, poetas e os tradutores da obra de
Pizarnik na casa. Mais informações, incluindo como se inscrever aqui.
Será a vez de reimpressão dos
livros esgotados de Roberto Bolaño? A pista de gelo, Amuleto e Noturno
no Chile ainda aparecem esgotados, embora tenham saído as edições em
formato digital. Mas, a esperança que esses livros retornem aos leitores foi
dada pela reimpressão de outro até então indisponível, Estrela distante.
Um Gouncourt para detentos. Os
ministros franceses da Justiça e Cultura lançaram o “Gouncourt des Détenus”. O vencedor
escolhido de 15 trabalhos selecionados e submetidos ao voto dos prisioneiros em
30 estabelecimentos penitenciários será anunciado no dia 15 de dezembro de
2022. A ideia visa promover a cultura literária entre os detentos.
REEDIÇÕES
Nova edição para o livro de Olivier
Bourdeaut.
Neste romance, é o olhar curioso e
maravilhado do filho do casal apaixonado que dá o tom da narrativa, ao som de
Nina Simone, num cenário de paisagens francesas e espanholas. Quem conduz a
dança é a mãe, imprevisível e extravagante. É também essa personagem delicada e
elegante que arrasta o narrador e toda a família para um turbilhão de poesia e
sonho, insanidade e delírio. O amor familiar cria uma atmosfera de magia e
alegria que se reverterá mais adiante, quando as festas cessarem, o champanhe
terminar, quando situações perturbadoras e arriscadas acontecerem e provocarem
em nós outros sentimentos e sensações. Estamos prestes a adentrar um romance
sensível e poético, que provoca reflexões sobre amor sem limites, insanidade e
relações familiares excêntricas, entre muitos outros temas relevantes do nosso
tempo. Não à toa, esta incrível narrativa ganhou as telas do cinema francês em
janeiro de 2022, numa adaptação igualmente fascinante. Esperando Bojangles
tem tradução de Rosa Freire d’Aguiar e é reeditado pela editora Autêntica/ Selo
Contemporânea.
Uma nova edição brasileira para
o único livro de Fernando Pessoa escrito em língua portuguesa e publicado em
vida.
Um dos mais importantes livros de
poesia em língua portuguesa, verdadeiro monumento literário do século XX que
reflete sobre o passado lusitano — as viagens marítimas, os mitos nacionais, o
apogeu e a queda do Império. Com pesquisa e edição de Jerónimo Pizarro, um dos
maiores conhecedores da obra de Fernando Pessoa da atualidade, a nova edição de
Mensagem publicada pela editora Todavia traz ainda notas criteriosas e
explicativas, além de textos de apoio de Pizarro e da especialista brasileira
Ida Alves.
DICAS DE LEITURA
Numa publicação que fizemos na
nossa página no Instagram, tocamos sobre a redescoberta da obra de Marina
Tsvetáeva no Brasil; pelo menos três valiosas antologias são publicadas agora: além das recomendadas aqui, uma a sair pela Editora 34. Além disso, outros livros da escritora já publicados entre nós foram reimpressos. Por isso, esta seção faz agora um balanço desses novos e de outros trabalhos para os leitores
interessados em saber mais sobre o universo criativo da escritora russa. É um
suprassumo! Garantimos. Na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados
neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
1. Indícios flutuantes. Esta é a antologia mais próxima de nós. Conhecemos em grande parte a poesia de Marina Tsvetáieva
(o sobrenome varia de acordo com a transliteração) por esse trabalho organizado
pela tradutora Aurora Fornoni Bernardini para a editora Martins Fontes. O livro
é composto por 61 breves poemas. Publicado em 2006, recebeu esse título a
partir de uma designação do crítico Iuri Tyniánov para os indícios secundários
de significado marcadamente instáveis mas fundamentais para uma compreensão do
universo criativo de um escritor. Você pode comprar o livro aqui.
2. Vivendo sob o fogo:
confissões. Dois anos depois da antologia referida acima, Aurora Fornoni Bernardini
amplia-nos sua visita ao universo da poeta com a tradução de uma coleção de
cartas organizadas por Tzvetan Todorov e que cobre toda a vida de Tsvetáieva:
dos primeiros passos na Rússia czarista, na sua vida literária e amorosa na
Rússia soviética, na tragédia da morte da filha e no drama da carestia, no seu
périplo pela Alemanha, Tchecoslováquia, na longa estadia na França, no seu retorno
à União Soviética e no seu trágico fim. O livro foi publicado também pela Martins
Fontes. Você pode comprar o livro aqui.
3. O poeta e o tempo.
Para quem quiser conhecer algo da ensaísta Marina Tsvetáeva, recomendamos
essa pequena pérola. Publicado pela editora Âyiné, com tradução também de
Aurora Bernardini, o leitor encontra três ensaios em que a escritora russa
reflete sobre o tempo e suas tensões na poesia (e na palavra poética) com essa
dimensão ao mesmo tempo misteriosa e aterrorizante. Você pode comprar o livro aqui.
4. O diabo. Uma vez recomendamos
este livro em nossa conta no Instagram. Esse trabalho faz parte da prosa autobiográfica
de Tsvetáieva e reconstrói as suas lembranças sobre a infância sob uma
linguagem ambígua, sensorial que ressignificam a figura do diabo na sua
obra. A tradução também de Aurora Bernardini está publicada na simpática coleção
Mir editada pela Kalinka que reúne edições bilíngues de textos breves da
literatura russa. Você pode comprar o livro aqui.
5. Elos líricos. E voltamos
à poesia. Essa antologia organizada e traduzida por Paula Vaz de Almeida para a
editora Bazar do Tempo reúne outras seis dezenas de poemas e duas séries de
textos em prosa que cobrem da juventude à maturidade de Tsvetáeva. O recorte da
organizadora da coletânea foi pelos poemas que estabelecem diálogo com outras
vozes da literatura russa: há assim um ciclo poemas dedicados a Púchkin, outro
a Boris Pasternak, mais um a Maiakóvski, outro a Aleksandr Blok, um a Anna
Akhmátova e outro a Sofia Parnok. É uma das publicações que assinalam o reinteresse
pela poesia da escritora russa. Você pode comprar o livro aqui.
6. Aos meus versos, escritos
tão cedo. Recomendamos essa antologia em nossa conta no Instagram.
Trata-se de uma edição no capricho, bilíngue e com tiragem limitada. A
organização e tradução é de Verônica Filíppovna, quem assina um texto de
apresentação para o seu trabalho. São seis dezenas de poemas que cobrem as várias fases da
poesia de Tsvetáeva e que transitam entre a memória, o sonho e certa
espiritualidade, manifesta essa pelo sentido da escrita. Com o livro, cartões,
fac-símiles de manuscritos, fotografias e outros elementos expandem e enriquecem
a experiência de leitura. A Pontoedita é uma editora independente que não vende na Amazon, mas se for sua primeira compra na loja virtual da casa, dá para conseguir 10% de desconto.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
1. No passado dia 16 de março de 2022,
celebramos o 130.º aniversário de César Vallejo. O poeta de Trilce aparece
neste vídeo compartilhado na coluna que hoje é seção neste Boletim. Dos
momentos raros que o bom da web nos oferece.
2. Ainda do poeta peruano, editaremos
uma resenha sobre o recomendado na edição 470 deste Boletim Poemas humanos.
Enquanto isso, vale visitar a sequência de leituras de poemas desse livro
realizada por figuras diversas no Instagram da Editora 34.
3. Ainda sobre a efeméride do
aniversário e de outro poeta. No dia 18 de março de 2022, foi o 180.º
aniversário de Stéphane Mallarmé. Recordamos esses quatro poemas traduzidos por
Augusto de Campos e copiados no arquivo do blog da revista 7faces.
BAÚ DE LETRAS
1. Em 2019 traduzimos este texto-perfil
sobre a escritora russa Marina Tsvetáeva — “A vida é um lugar onde não se pode
viver”.
2. Mensagem, de Fernando
Pessoa. O livro foi comentado no blog neste texto de Pedro Fernandes publicado
em 2012.
3. Recentemente traduzimos um texto de John Freeman sobre a obra de Louise Glück e nele, o crítico já apresenta comentário sobre alguns dos poemas de Receitas do inverno da comunidade.
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