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Mostrando postagens de dezembro 15, 2021

Andrei Platônov: a ideologia e as paixões

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Por Geney Beltrán Félix Andrei Platônov na varanda do sanatório em Moscou, 1948.   Chamado por Sergio Pitol de “o escritor mais original das terríveis décadas” do stalinismo, considerado por Joseph Brodsky o melhor ficcionista russo desde Dostoiévski, Andrei Platônov morreu em 1951 num estado de completa ostracismo nos círculos literários, sem ter visto publicados seus dois mais importantes trabalhos. No início da década de 1920, o autor, um comunista convicto, não encontrou grandes obstáculos para divulgar seus textos, mas com o passar dos anos sua sorte foi virando de cabeça para baixo. Em seu país, A escavação só veio a público em 1987 e Tchevengur foi publicado, em sua primeira edição completa, em 1988.   — Você é um vigarista ou um patrão burguês? — Sou... sou do proletariado, respondeu Chiklin com relutância. — Ah! O czar de agora!   Este diálogo entre um velho e um trabalhador em A escavação reúne muitos exemplos nos quais a narrativa de Platônov apresenta uma visão crítica d