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Mostrando postagens de novembro 29, 2021

A literatura como reparação

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Por Javier Munguía   Quando, em 13 de julho de 1942, foi capturada pelos agentes de polícia franceses que a entregariam às forças nazistas, Irène Némirovsky abandonava anos de perseguição. Já em 1936 ela escreveu a seu editor, Albin Michael, sem dar maiores detalhes para não se comprometer, que a situação havia se tornado muito difícil para ela. Se na França, onde tinha escolhido viver, era comum que judeus fossem submetidos a linchamentos sociais, a situação só se agravou com o início da Segunda Guerra Mundial, primeiro, e depois, numa França ocupada pelos alemães, com a promulgação do leis antissemitas, que deixaram o marido de Irène, um banqueiro, incapaz de trabalhar, e a escritora, sem o direito de publicar. Terá que fazer isso sob um pseudônimo até sua morte.   Exilada de sua terra natal, a Ucrânia, desde os 15 anos de idade, Irène se recusou a recuperar sua condição de fugitiva quando um agente sugeriu que ela fugisse para evitar os campos de concentração. Foi presa num campo fr