Os manuscritos inacabados por trás do alegado desprezo de Edward Said pela ficção
Por Donna Ferguson Edward Said. Foto: Michael Birt. Edward Said era claro e firme: a obra de um crítico, argumentava, é mais importante que a de poetas e romancistas. São os intelectuais públicos, acreditava ele, os escritores mais capazes de desafiar o poder e mudar o mundo. No entanto, de acordo com uma nova biografia do altamente respeitado estudioso e crítico literário palestino, Said secretamente escreveu tanto poesia como ficção – sem jamais mencionar o fato a seus amigos. Said, que morreu em 2003, deixou para trás dois romances incompletos e abandonados, um conto rejeitado e ao menos 20 poemas, como pioneiramente revela a biografia de Timothy Brennan. A Brennan – um ex-aluno de Said que é agora professor de literatura comparada na Universidade de Minnesota – foi dado um acesso sem precedentes aos manuscritos inéditos, cortesia da família de Said. A biografia, Places of Mind: a Life of Edward Said , publicada pela Bloomsbury, lança nova luz sobre como, após toda uma vida ensinand