Eduardo Lourenço: o poeta do pensamento que escreveu O labirinto da saudade
Por Maria Vaz “O que fica dos homens e mulheres quando alguma coisa fica e se alguma coisa fica? Para onde vamos? Eduardo Lourenço gostaria de uma resposta lírica, “como a de partir em férias”. Fala da morte do que é absoluto para nós – as outras são ilusórias, “sobretudo a nossa”.”¹ Eduardo Lourenço. Foto: Gonçalo Rosa da Silva Foi Lídia Jorge que o apelidou de poeta do pensamento . A sua vasta obra não tem paredes nem tetos, mas a ausência dos mesmos deixa a instigação aberta aos que lhe queiram suceder. Uma tarefa difícil que, decerto, ninguém a quererá afirmativamente. Porque nas letras e na arte as pessoas são insubstituíveis. Eduardo Lourenço é uma figura incontornável da cultura em Portugal e nos países lusófonos de língua oficial portuguesa. Prestar-lhe um tributo, com dignidade, exige que nos entreguemos ao seu raciocínio e àquilo que fez com as palavras, de forma dedicada ao longo da vida, para dar a conhecer o que, de si, era interiormente conhecido. Ainda que o próprio