A casa de Hemingway em meio à desolação
Por Pablo Mediavilla Costa Ernest Hemingway lendo em seu barco, Pilar, 1947-1948. Arquivo: John F. Kennedy Presidential Libray and Museum. Os fogos de artifício sacodem as tranquilas noites de San Francisco de Paula, nos arredores de Havana. Ernest Hemingway lidera um grupo de amigos pela vegetação rasteira de sua fazenda, agem sob suas etílicas ordens como um comando de guerrilheiros, armados com bombas fedorentas e hastes ocas para lançar foguetes e outros fogos de artifício adquiridos no bairro chinês. Em pé na cerca da propriedade vizinha, assistem a um banquete do rico Frank Steinhart, herdeiro da Havana Railway Co. — empresa de transportes da cidade — com quem Hemingway teve uma disputa territorial. Ao sinal do escritor, lançam o ataque e correm de volta para a casa. Papa — apelido imortal na boca de Marlene Dietrich — sempre o último a bater em retirada e “ver como saltavam copos e pratos dos comensais à medida que estouravam os fogos de artifício ou as senhoras se desculpavam