Risque esta palavra, de Ana Martins Marques
Por Pedro Fernandes Ana Martins Marques. Foto: Mauro Figa. O livro de estreia de Ana Martins Marques, A vida submarina , demonstra uma poeta ciosa do seu ofício. Poderá parecer lugar-comum a afirmativa, mas só agora, com um olho na obra em curso e o outro no título de 2009 reeditado uma década depois é que melhor conseguimos compreendê-la. Esqueçamos a inegável ansiedade pela palavra e a irregularidade do livro. Inegável porque visível nas dimensões que escapam à convencional brevidade de peças do tipo — A vida submarina é um livro robusto — e irregular porque feito do uso de múltiplas técnicas composicionais. Essas características são agora parte de um trabalho que se torna uma referência indispensável a quem se interessar por compreender melhor o funcionamento do universo poético estabelecido pela poeta. Em Risque esta palavra — um título que instaura o paradoxo de afirmação do poema pela negação da palavra — descobrimos um livro que repara muitos dos interesses manifestados e