A invenção de Drácula
Por José de la Colina Cena de Drácula , filme de Tod Browning (1931). O vampiro humano sempre ressuscitado, o dândi noturno chupa-sangue, o príncipe universal da Transilvânia, o temível e agradável personagem que seria multiplicado por Hollywood e outras cinematografias, ou seja, o Conde Drácula, apareceu pela primeira vez no final do século XIX com o romance de um escritor nada ou quase nada conhecido: Bram Stoker. Mas, se sabe que, durante séculos e com ou sem nomes diferentes, o sinistro anti-herói vinha sendo auto-engendrado através das superstições arcaicas, dos folclores orais antigos e das literaturas populares e outras mais destacadas, como por exemplo: no Satiricon , de Petrônio; n’ As mil e uma noites (de Sherezade?); no Dicionário Filosófico , de Voltaire; em Smarra , de Nodier; em A noiva de Corinto , de Goethe; no Manuscrito encontrado em Zaragoza , de Potocki; Vampirismus , de E. T. A. Hoffmann; O vampiro , atribuído a Byron, mas de um certo doutor Polidori; Barn