Todos somos o monstro de Frankenstein
Por Silvia Panadero Frankenstein, de James Whale em 1931. Enquanto Lenu filosofa sobre o Espírito Santo, o ponto principal do curso de teologia que está fazendo, Lila se arruma para ir ao cinema com o marido e alguns amigos. As duas têm a mesma idade, dezesseis anos, mas Lenu pôde continuar estudando, enquanto Lila precisou cuidar de sua vida e de seu futuro muito jovem. Às especulações levantadas por sua amiga responde com uma visão particular do mundo: “Há uma miséria ao redor que nos torna todos ruins. A cada segundo pode acontecer alguma coisa que lhe fará sofrer de uma maneira que nunca haverá lágrimas suficientes. E você faz o quê? Um curso de teologia em que se esforça para entender o que é o Espírito Santo? Deixa pra lá, foi o Diabo que inventou o mundo, não o Pai, o Filho e o Espírito Santo.”¹ Dessa forma, Elena Ferrante captura a raiva, o ódio, o ressentimento e a maldade de Lila em certo ponto de A amiga genial , o primeiro romance da tetralogia napolitana, que narra a ami