J.P. Cuenca e Vladimir Safatle no inferno: o querer da literatura e da filosofia hoje?
Por João Arthur Macieira João Paulo Cuenca em frame do filme A morte de J. P. Cuenca . Reprodução. Escrever sobre escrever. Escrever sobre escritores, diretores de cinema ou teatro, sobre estudantes de pós-graduação, professores de pós-graduação. Aspirantes a escritores, amantes de escritores. Autobiografias de escritores. Quem lê pode ter a impressão de que há um universo muito restrito de lugares onde a narração pode ir. A experiência mediada pela realidade dos literatos quer se sobrepor à realidade, como se não fosse dela que a própria escrita emergisse. Certamente, não é para isso que queremos a literatura. Tende-se a crer que a literatura oferece esse tal acesso formidável à realidade, às suas dimensões mais profundas, mais verdadeiras do que é para o não-leitor. Ler educa os corpos e ensina-os a obediência à mente. Essa tese ganha força justamente com o realismo moderno do século XIX. Um exemplo maior seria o de Balzac e a descoberta das estruturas sociais através do texto literá