Debaixo do vulcão, de Malcolm Lowry
Por Pedro Fernandes Os últimos dias para a resolução de um conflito amoroso que se arrasta desde há muito quando dos primeiros encontros dos amantes noutra vida de sentido talvez mais vivo — como é sempre caso nas histórias de amor. É este o tempo de duração da narrativa de Debaixo do vulcão , o principal romance do escritor inglês Malcolm Lowry, e é também uma boa maneira de sintetizar a complexa tessitura da narrativa. O que essa síntese denuncia, à primeira vista, parece ser a utilização do consagrado modelo da tragédia: o drama encenado constitui apenas a parcela superficial de uma história muito mais profunda. Acontece que este não é um texto para teatro e o seu narrador desafia o limiar elastecendo-o até oferecer (com altos e baixos) as minúcias dos seus protagonistas soterrados ora por aquilo que criaram ora porque neles escasseiam certa vontade própria de, assumindo seus defeitos, conseguirem contornar desacertos e estabelecerem certa ordem possível que os livre do total afog