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Eu hei-de amar uma pedra, de António Lobo Antunes

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Por Pedro Fernandes António Lobo Antunes. Foto: Leonardo Cendamo.   António Lobo Antunes é autor de uma literatura rizomática. Cada romance seu é metonímia para o todo de sua obra, visto que, desponta como um pequeno filamento de um mesmo caule. Na filosofia pós-estruturalista o rizomático — termo derivado da imagem biológica do rizoma, caule subterrâneo em forma de raiz que se estrutura por multiplicação de outros filamentos — se ilustra uma compreensão estrutural do saber, igualmente múltiplo e sem respeitar uma subordinação hierárquica ou diretriz determinada. Na apropriação feita para o nosso caso, a adjetivação se reveste com os dois conceitos inferidos.   No caso de Eu hei-de amar uma pedra , sua raiz é o episódio do reencontro de um homem com um amor da juventude que julgava desaparecido, o restabelecimento do enlace e a manutenção até à morte, guardado por uma sorte de acordo tácito dos amantes; dele deriva a variedade de episódios controlável apenas pela suspensão circunstanc