Ninguém precisa acreditar em mim, de Juan Pablo Villalobos
Por Pedro Fernandes Juan Pablo Villalobos. Foto: Metal Magazine . Muito se repetiu sobre o romance enquanto enquanto um rico repositório das mais variadas expressões da linguagem. Uma parte dessa complexificação do romanesco se amplia com acentuado vigor a partir do século XX, muito embora, os resultados nem sempre sejam satisfatórios. Depois do sopro modernista, o que mais encontramos são tentativas fracassadas, pouco convincentes ou insatisfatórias dos usos da forma. É válido repetir que não é suficiente ao escritor o bom exercício da técnica; é tão ou mais importante certo talento para oferecer naturalidade ao andamento da narrativa, processo que inclui, o trato da verossimilhança e o manejo da linguagem. Essas qualidades sempre raras se encontram na literatura de Juan Pablo Villalobos. Este Ninguém precisa acreditar em mim se organiza por dois fios narrativos principais — um deles com transição entre o registro despretensioso de eventos e circunstâncias ao seu tratamento roma