As dores do luto são também uma forma de seguir
Por Tiago D. Oliveira Desde O boxeador polaco (Rocco, 2014), primeiro livro publicado no Brasil de Eduardo Halfon, o leitor já encontra a memória e a ficção se misturando em contos em que um avô revela histórias sobre Auschwitz. O que volta a acontecer em Luto (Mundaréu, 2018), com tradução de Lui Fagundes, quando o autor guatemalteco constrói uma investigação sobre a morte de Solomón, um irmão de seu pai que faleceu ainda criança, afogado em um lago. No decorrer do romance o autor vai construindo um quebra-cabeça com as peças de suas memórias de uma infância que é também constantemente transpassada pela imaginação em recriação dos acontecimentos. Um dos temas que a narrativa carrega é a fuga da família para os Estados Unidos na década de 1970 e assim, fugindo da guerra civil, o autor apresenta a diáspora que tem o exílio como ferramenta de reflexão individual e consequentemente nacional, já que esse ponto é fio condutor para busca da identidade. Ao passo que o protagonista procura