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“A mobilidade infinita”: um comentário sobre o gênero trágico no Fausto, de Goethe

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Por Felipe de Moraes Fausto e Mephisto no calabouço (litogravura colorida). Joseph Fay, 1846. I PRÓLOGO NO TEATRO   “So schreitet in dem engen Bretterhaus Den ganzen Kreis der Schöpfung aus, Und wandelt mit bedächtger Schnelle Vom Himmel durch die Welt zur Hölle!”   Faust — J. W. von Goethe     Em carta datada de cinco de maio de 1797, Schiller escreve a Goethe dizendo da revisitação que fez da Poética de Aristóteles e das considerações acerca do gênero trágico realizadas pelo filósofo grego, que a seu ver eram demasiadas normativas no que concerne à forma exterior que se deveria adotar para a transmissão do discurso trágico (GOETHE; SCHILLER, 2014, s.p.). Aristóteles surgia, então, para ambos, como o “juiz infernal” daqueles que cultivavam uma poética como estrutura dada pronta e acabavam por não refletir filosoficamente sobre as formas poéticas.   Um mês depois, em vinte e dois de junho, a obra embrionária de Goethe, o Fausto , apareceria como tema de discussão para ambos. Os comen