É o poder: BBB, indústria cultural e o sequestro da imaginação
Por Leonardo Matos “A literatura é o sonho acordado das civilizações. Portanto, assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura.” — Antonio Candido, “O direito à literatura” La Baker . Loïs Mailou Jones Cada gesto de leitura parece vir acompanhado da possibilidade de ingressar em outro regime de cognoscibilidade. Abre-se diante de nossos olhos um mundo ao mesmo tempo diverso e semelhante ao mundo já conhecido. Alteram-se as combinações, embora os signos sejam parcialmente preservados — dado que no sonho todo igual se abre à diferença. De repente, finda a leitura. Lançamos sobre a realidade um olhar de surpresa ao reconhecermos a distância entre a vida desenhada pelo sonho e o cotidiano fixado na realidade. Acordar pressupõe então o reconhecimento do que a vida podia ser, mas não é. Assim, ao longo da leitura seríamos convidados a esboçar a partir de dentro que mundo pretendemos juntos desenhar. Em li