Cada um em seu lugar
Por Tiago D. Oliveira A leitura de um livro de contos começa quase sempre para mim pelo tatear de sua forma. Certa vez alguém me disse que se passasse as páginas tão rapidamente encontraria uma mensagem desenhada nos rodapés a partir de letras e símbolos soltos. Desde então, mais do que um vício, tal prática tornou-se o ritual antes de qualquer livro. Sentir o objeto artístico em sua realização em minhas mãos, explorar as ranhuras, seus poros. O que me concebe também passadas sobre o chão do entendimento de nosso tempo: Não só os modos de questionamento da linguagem artística, mas também para nomear o local das práticas artísticas contemporâneas , como afirma Florencia Garramuño quando pensa a obra de Nuno Ramos. Eis que faço esse trânsito até os contos de Marcelo F. Lotufo em seu novo livro, Cada um a seu modo , lançado pela Edições Jabuticaba, não somente para focar nas formas nem na linguagem, mas acima de tudo, para sentir o curso das águas, como consegue esculpir Vilma Arêas no