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Mostrando postagens de janeiro 26, 2021

Guerra em Surdina, de Boris Schnaiderman

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  Por Joaquim Serra   “Que diabos um civil está procurando neste inferno?” Isaac Bábel, “A família do paizinho Marescot” Boris Schnaiderman.   O breve século XX também nos legou diversas narrativas de guerra e de outras experiências negativas. São famosos entre os leitores os escritos de Primo Levi, Ernst Jünger, Joseph Heller, e do visceral Céline. Os modelos adotados pelos escritores variam muito para representar épocas tão conturbadas. Se por um lado Primo Levi registra o Holocausto pelo viés da perda de identidade, mimética em essência, Céline opta por uma transgressão linguística e perceptiva para falar de um delírio diante dos destroços da guerra de trincheiras. Mas nem sempre apenas pela realidade construída pelo romance é possível identificar o autor por trás dela. Céline é o mais emblemático exemplo disso. Viagem ao fim da noite foi muito bem recebido pela crítica de esquerda, era um “livro que denunciava com tanta veemência a guerra, o colonialismo, o capitalismo”, tornou-se