Existo para o amor de inexistências
Por Tiago D. Oliveira Trágico é pensar em uma vida sem o coração por vezes na boca. A fé é um instrumento de razão de nossa existência, mesmo quando envolvida pelo avesso de sua força ou empenhada em joelhos dobrados sobre pedras alheias às que sobram na pavimentação comum da sociedade. A fé é um ponto cadente na vida de qualquer indivíduo, seja ela qual for. Humana. Está marcada pela finitude da carne, mas prometida para além dos muros dos jardins. Somos todos partes de uma marca herdada que afere a nossa condição de retorno em um ciclo de reconhecimentos, No princípio era a ferida./ Em sete dias Deus/ criou a cicatriz . O reconhecimento de nossa condição é o que exatamente possibilita a projeção de um lugar de conforto, cura ou simplesmente continuação. Em O mosteiro não é Deus , Imaculada Teixeira de Souza eleva a peregrinação de um monge a um lugar de construção no leitor, que vai recolhendo das incertezas de seu caminhante um aprendizado sobre a desconstrução de uma fé idealizada