Boletim Letras 360º #418
DO EDITOR
1. Saudações, caro leitor! A
seguir, encontrará as notícias apresentadas durante a semana na página do blog Letras
in.verso e re.verso no Facebook e o conteúdo das demais seções de leitura
criadas em momento posterior à existência deste Boletim. Obrigado pela
companhia nesta longa travessia. Boas leituras!
Afonso Cruz. Foto: André Dias Nobre. |
LANÇAMENTOS
Editora Dublinense publica
premiado livro do escritor português Afonso Cruz.
Em uma Dresden devastada pelos
bombardeios, Bonifaz Vogel esconde na sua loja de pássaros o jovem judeu Isaac
Dresner. A partir daí, vão entrando em cena diversos personagens, incluindo
Mathias Popa, autor de A boneca de Kokoschka, que conta a história do
pintor Oskar Kokoschka e da sua boneca, feita à imagem e semelhança da sua
amada. E dessa singular galeria de vidas, Afonso Cruz compõe um irônico e
magistral jogo de matrioskas, no qual a realidade se confunde com a ficção e
cada história é ressignificada pelo olhar do outro.
No novo livro de Tatiana Fraga,
“a poeta não permite evasão e a faísca transforma-se em derradeiro
curto-circuito”.
Há uma chama, uma faísca, que
percorre a obra poética de Tatiana Fraga e que importa. As suas palavras
fazem-nos atravessar a rua, a casa, o corpo, a carne. Navegamos entre o público
e o privado nessa chama. O “pulso que afia a faca” é também o pulso que escreve
a palavra afiada. O tema do amor é uma parte central na composição deste livro.
É um amor descarnado, que assusta e acalenta, que nos toca com a sua vontade
nua e o seu humor. Vamos caminhando, poema em poema, numa caminhada que é
medida dentro de cada verso. Embala-nos a surpresa, embala-nos o ardor,
embala-nos o vermelho, embala-nos o canto. Depois, há um conjunto de poemas que
nos levam para o mundo, com todas as suas dores. Aqui, a poeta não permite
evasão e a faísca transforma-se em derradeiro curto-circuito. E levados por
esse curto-circuito ficamos presos às palavras, agarrados às tempestades do
mundo. (Nicolau Ferreira) Essa palavra sem coração é publicado pelo Selo
Demônio Negro.
Em Sul da fronteira, oeste
do sol — uma das obras mais aclamadas de Haruki Murakami —, o autor constrói
uma história singela, mas potente, para falar do poder que as memórias e o
desejo exercem sobre nós.
Nascido em 1951 em um subúrbio de
Tóquio, Hajime chegou à meia-idade tendo conquistado tudo que queria. Os anos
do pós-guerra trouxeram-lhe um bom casamento, duas filhas e uma carreira
invejável como proprietário de dois clubes de jazz. No entanto, ele não
consegue se desvencilhar da sensação incômoda de que nada daquilo traz
felicidade para sua vida. Somada a isso, uma memória de infância de uma garota
inteligente e solitária cresce em seu coração. Quando essa colega do passado,
Shimamoto, aparece em uma noite chuvosa, Hajime não consegue mais permanecer no
cotidiano com o qual se acostumou. Shimamoto tem uma beleza de tirar o fôlego,
mas guarda um segredo do qual não consegue escapar. Em Sul da fronteira,
oeste do sol, Murakami constrói uma narrativa de lirismo requintado sobre a
simplicidade da vida de um homem, permeada por sucessos e decepções. A tradução
de Rita Kohl é publicada editora Alfaguara Brasil.
Uma biografia diferenciada
sobre Gabriel García Márquez.
Muito já se escreveu sobre Gabriel
García Márquez, um dos mais importantes escritores de todos os tempos, vencedor
do Prêmio Nobel de Literatura e autor do clássico Cem anos de solidão. O
próprio escritor colombiano escreveu suas memórias. Mas um personagem tão rico
requer muitas vozes para explicá-lo - é o que faz Silvana Paternostro neste livro.
A partir de depoimentos de dezenas de pessoas como irmãos, parentes, amigos e
conhecidos, ela apresenta ao leitor uma história oral de Gabo, como era
conhecido. Os irmãos contam episódios da infância, os amigos lembram a
dificuldade para escrever o “grande romance” e todos oferecem suas versões para
a construção deste ou daquele personagem. O afilhado Santiago revela como a
fama “atacou-o como um animal, um touro” e amigos admitem que García Márquez
foi ficando cada vez mais pedante. Não faltam versões também para “causos” como
o dia em que o escritor peruano Mario Vargas Llosa, até então amigo de Gabo,
lhe acertou um soco. O olho roxo teria sido uma resposta ao suposto flerte com
a sua mulher. Solidão e companhia é publicado pelo selo Crítica.
Projeto de edição das obras
completas de C. S. Lewis publica suas cartas.
Durante décadas, a vida e a mente
de C.S. Lewis têm fascinado aqueles que leem seus escritos. Prolífico escritor
e pensador, sua correspondência pessoal revela muito sobre a sua vida privada,
suas reflexões, amizades e sentimentos. Nesta coletânea organizada por Walter
Hooper, é possível conhecer os caminhos percorridos pelo escritor através das
cartas enviadas por ele para seus familiares e amigos, dentre eles,
personalidades como J.R.R. Tolkien e Dorothy L. Sayers. As cartas, organizadas
em ordem cronológica, tratam dos diversos interesses do escritor, passando pela
teologia, crítica literária, poesia, fantasia e histórias infantis. A partir
delas é possível acompanhar o amadurecimento de Lewis, desde seus anos no
exército, passando pela vida acadêmica em Oxford, seus primeiros passos na fé
cristã e os anos de escrita de algumas de suas maiores obras. Cartas de C.S.
Lewis foram traduzidas por Gabriele Greggersen e são publicadas pela Thomas
Nelson Brasil.
Com uma abordagem totalmente
original, este perfil biográfico entrelaça a vida e a obra de Hannah Arendt,
autora de obras fundamentais como Origens do totalitarismo e Eichmann
em Jerusalém.
A vida de Hannah Arendt se estende
por um período imprescindível na história do mundo ocidental, que abrange não
apenas a ascensão do regime nazista e as crises da Guerra Fria, mas a
formulação de reflexões fundamentais sobre o valor e a culpa da humanidade
diante desses episódios. Nesse sentido, suas contribuições intelectuais estão
diretamente relacionadas à sua vida, marcada por experiências terríveis, mas
também por amor, exílio e saudade. Em Arendt, Ann Heberlein oferece um
retrato inédito que trata desde os temas políticos caros à autora que
investigou a “banalidade do mal” até sua vida privada, com seus famosos amantes
e amigos, incluindo Heidegger, Benjamin, Beauvoir e Sartre. Eis aqui uma Hannah
Arendt atemporal, cujo pensamento permanece cada vez mais relevante mesmo meio
século depois. O livro conta com posfácio de Heloisa Starling. A tradução é de
Kristin Kristin Lie Garrubo e está prevista para maio pela Companhia das
Letras.
João Anzanello Carrascoza mergulha
no cerne das relações entre pai e filho, marido e mulher, irmãos, casais
apaixonados ou em crise.
Os catorze contos de Trama de
meninos se constroem e se espraiam como finas tramas da experiência humana.
Carrascoza mergulha no cerne das relações entre pai e filho, marido e mulher,
irmãos, casais apaixonados ou em crise. Ele nos leva à beira do precipício,
onde os fios são cortados com violência, mas também à redenção, onde famílias
desagregadas se reorganizam e se fortalecem. Os contos de Carrascoza nos trazem
experiências delicadas e marcantes, felizes e tristes, numa tessitura minuciosa
sobre os anseios de cada um de nós. Em “Começo”, história que abre este volume,
um pai sente a tristeza da despedida. O filho vai pegar a estrada e voltar para
a cidade, depois de um dos poucos finais de semana em que estiveram juntos. No
conto final, “Últimas”, há um pai que aguarda. Aguarda seu filho, que percorre
a estrada para encontrá-lo, depois de tanto tempo sem se verem. Mas há
interrupções no caminho, há imprevistos, e, assim como o pai, nós leitores nos
angustiamos com sua demora, ansiamos pela sua chegada, quando finalmente estará
seguro. Entre a despedida de um pai e a
espera de outro, tramas de vidas se entrelaçam, se completam ou se desfazem.
Algumas são interrompidas de forma trágica. Outras claudicam, chegam perto da
ruína, mas se regeneram com fios mais fortes. Há saudade pelos que se foram, há
luta, há esperança na abertura de novas possibilidades. O livro é publicado
pela editora Alfaguara.
Um texto clássico sobre
escravidão e liberdade nos Estados Unidos, esta autobiografia mostra a força de
um dos principais abolicionistas do país.
Publicada pela primeira vez em
1845, Narrativa da vida de Frederick Douglass detalha de forma poderosa
a vida do abolicionista norte-americano desde seu nascimento na escravidão, em
1818, até a fuga para o norte em 1838, passando por toda brutalidade que
sofreu, mas também por seu caminho de aprendizado e letramento. Reconhecido
como um dos maiores defensores do fim da escravidão no século XIX, Douglass
repetidas vezes arriscou a própria liberdade para se manifestar contra o regime
da época. Além do texto autobiográfico, esta edição contém o famoso discurso do
autor sobre o Dia da Independência dos Estados Unidos, “O que é o Quatro de
Julho para o escravo?”, um artigo publicado após um episódio de racismo no
norte do país, “Preconceito de cor”, e um breve ensaio sobre a história do
racismo, “A linha de cor”. O livro publicado pelo Selo Penguin / Companhia tem
tradução de Odorico Leal e texto de introdução escrito por Ira Dworkin.
Uma obra essencial para os
interessados em se aprofundar nos mitos e nas lendas dos povos nórdicos antigos.
Quem nunca ouviu falar de Thor ou
Odin? Ou da grande batalha do Ragnarök? Alguns personagens e elementos da
mitologia nórdica se popularizaram, sobretudo nas telas de cinema, mas será que
nós conhecemos bem a cultura por trás deles? Para a maioria de nós,
provavelmente a resposta é não. Esta caixa é uma obra essencial para os
interessados em se aprofundar nos mitos e nas lendas dos povos nórdicos antigos
— não tão divulgados quanto outras mitologias. A folclorista estadunidense H.A.
Guerber, estudiosa da mitologia germânica em especial, apresenta um extenso
elenco de seres mitológicos e heróis, conduzindo as narrativas de suas
intrigas, aventuras, agruras e alegrias com a destreza de quem detém um amplo
conhecimento sobre o assunto. Mais do que um acervo de boas narrativas e
curiosidades, Mitologia nórdica é uma excelente fonte para conhecermos
um pouco mais a sociedade escandinava da Era Viking, as práticas religiosas
desses povos pagãos, como compreendiam os fenômenos da natureza e sob quais
condutas morais se pautava sua vida social — e como muito dessa visão de mundo
continuou a se manifestar séculos após a dominação cristã. A obra traz ainda
ilustrações de diversos artistas que deram vida a essas incríveis histórias,
proporcionando uma experiência completa de leitura. Esta edição foi traduzida
por Alexandre Barbosa de Souza e é publicada pela Editora Nova Fronteira.
MERCADO EDITORIAL
Leitores de língua espanhola
voltam ao contato com os diálogos entre Mario Vargas Llosa e Gabriel García
Márquez.
São dois livros considerados peças
raras e que constituem o maior testemunho verbal da relação de amizade entre os
dois escritores interrompida em 1976: Dos soledades (Duas solidões, em
tradução livre), a transcrição do diálogo que Llosa e Márquez mantiveram em
Lima, em 1967; e, Historia de un deicidio (História de um deicídio), um
estudo do escritor peruano sobre a obra do autor de Cem anos de solidão
editado em 1971. O primeiro livro é resultado de uma conversa pública realizada
na Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Artes da Universidade Nacional de
Engenharia; trata-se de um diálogo em que Vargas Llosa assume certo papel de
entrevistador, enquanto García Márquez, em certa passagem, pede que o então
premiado com o Rómulo Gallegos, discorra sobre como má situação social dos
países latino-americanos teria desencadeado numa grande literatura. O livro
seguinte estava esgotado desde quando, na ruptura da amizade, seu autor proibiu
novas edições. O estudo é parte da tese de doutoramento de Vargas Llosa
defendida na Universidade Complutense. Em 2006, o escritor chegou a autorizar a
inclusão do texto na reunião de sua obra ensaística, mas é a primeira vez que
retorna aos leitores como obra independente. Os dois livros são publicados pela
Alfaguara espanhola.
REEDIÇÕES
Com Crônica da casa
assassinada, a Companhia das Letras inicia a publicação da obra de Lúcio
Cardoso.
Livro responsável por abalar o
meio literário brasileiro quando publicado pela primeira vez em 1959, Crônica
da casa assassinada conta a história de uma família em decadência: cada
geração se vê mais pobre que a anterior, dilapidando o patrimônio para
sobreviver. Os Meneses, porém, continuam sendo respeitados na pequena
comunidade mineira em que vivem. A Chácara, a grande casa que gera orgulho mas
também aprisiona, é vista com reverência e desconfiança por todos que conhecem
o clã. Contudo, a chegada de Nina — jovem carioca que se muda após se casar com
Valdo, o irmão do meio — vai abalar a relação difícil que se estabelece entre
os irmãos. Demétrio, o mais velho, tem na esposa Ana uma arma sutil; Timóteo, o
mais novo, se embrenha cada vez mais na própria decadência quando passa a viver
trancado num quarto.
Dois projetos editoriais em torno de Grande
sertão: veredas.
1. A edição de bolso. Publicado originalmente em 1956, Grande
sertão: veredas é uma das obras mais apaixonantes da literatura brasileira.
Ao narrar o mundo através dos olhos de Riobaldo, Guimarães Rosa constrói um
romance fascinante, que mescla sofrimento, luta, alegria, violência, amor e
morte em uma prosa extremamente inventiva. Neste clássico arrebatador, as paisagens
percorridas pelos jagunços ganham uma dimensão universal e profundamente
humana. A edição preparada pelo selo Companhia de Bolso, da Companhia das
Letras, conta com posfácio de Davi Arrigucci Jr., cronologia do autor e
sugestões de leitura.
2. A HQ premiada de Eloar Guazzelli. Publicado em 1956, e traduzido para diversas línguas, Grande sertão: veredas é o único romance escrito por João Guimarães Rosa e um dos mais importantes textos da literatura brasileira. Nesta versão em quadrinhos, vencedora do prêmio HQ Mix, o roteiro de Eloar Guazzelli refaz os caminhos da obra clássica e guia os traços poderosos de Rodrigo Rosa, que dá vida a um romance gráfico arrebatador e mescla faroeste e narrativa de aventura no coração do Brasil profundo. Ao atribuir ao sertão mineiro sua dimensão universal, Grande sertão é um mergulho na alma humana, capaz de retratar o amor e a violência através de personagens que se tornaram marcos da nossa cultura, como Riobaldo e Diadorim. O livro é editado pelo selo Quadrinhos na Cia.
DICAS DE LEITURA
1. Poesia completa, de
Cacaso. Não tarda e o Letras publicará um texto sobre este livro anunciado
em 2018 e publicado quase no final de dois anos seguintes; saiu em outubro de 2020. A reunião
da breve e rica poesia do poeta mineiro é ainda resquício do enorme sucesso que
representou a chegada pela Companhia das Letras da obra completa de outros poetas de aproximação: a
começar com Paulo Leminski. Cacaso foi um criador e bem humorado inventor ―
esteve toda a vida envolto no que poderíamos designar como estado de
experimentação, lidando com as poéticas tradicionais e as inovadoras do seu tempo.
Neste livro é possível, finalmente, reconstruir esse itinerário tão variado. A
antologia reúne os seis que publicou: A palavra cerzida (1967), Grupo
escolar (1974), Beijo na boca (1975), Segunda classe, escrito
em parceria com Luis Olavo Fontes (1975), Na corda bamba (1978) e Mar
de mineiro (1982). A esses títulos, foram acrescentados uma variedade de
textos inéditos anteriores ao primeiro e posteriores ao segundo livro
publicados, algumas das suas letras de música, além de alguns textos de leitores
valiosos como Roberto Schwarz, Heloisa Buarque de Hollanda, Francisco Alvim e
Vilma Arêas. Quer dizer, uma rica biblioteca com entradas e saídas das mais
variadas.
2. O rei Lear da Estepe, de
Ivan Turguêniev. Este livro compõe com outros títulos, como Lady Macbeth do
distrito de Mtzensk, de Nikolai Leskov, num dos ricos diálogos que a literatura
russa desenvolveu com as literaturas e outras partes do mundo, nesse caso, a literatura anglo-saxônica. Como o título não deixa escapar
a referência, aqui o escritor recupera a tragédia de William Shakespeare na
qual o soberano de idade avançada abre mão de seu reino para legá-lo às
filhas e ambienta-a na pequena propriedade rural de uma província russa. O livro
foi publicado pela Editora 34 com tradução de Jéssica de Souza Farjado.
3. Atlas do corpo e da
imaginação, de Gonçalo M. Tavares. Esta é uma daquelas preciosidades
editoriais. E neste ano tão penoso e um dos mais difíceis para o mercado
editorial brasileiro será um dos poucos projetos arrojados daqueles que víamos
antes com alguma corriqueirice por aqui. O livro repara uma lacuna muito cara na
publicação da obra do escritor português entre nós. A edição portuguesa data de
2013 e desde o ano anterior já circula em Portugal uma nova por outra casa
editorial diferente da estreia. Pois bem, neste livro Gonçalo M. Tavares consegue
materializar algo muito caro para a literatura do nosso tempo: a literatura não
se resume a puramente contar histórias, é território da invenção e das possibilidades,
sempre capaz de nos fazer desviar da rotina e das repetições forjadas pelas
estruturas de linguagem dominantes. Ao fundir caminhos artísticos tão variados,
o escritor compõe uma teoria imaginativa sobre o corpo. A grande curiosidade que resta é saber o resultado
deste projeto tão arrojado (o livro está ainda em pré-venda na ocasião quando redigimos
esta recomendação), visto que, a edição da Caminho ainda é a maior preciosidade,
mas nem a portuguesa atual nem a nossa seguiu o mesmo padrão de estreia.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
1. Ainda sobre a Fotobiografia
de João Cabral de Melo Neto. O livro organizado por Eucanaã Ferraz e publicado
pela editora Verso Brasil foi apresentado publicamente numa conversa veiculada
no canal da Livraria da Travessa no YouTube. Participam do diálogo o autor, a
editora Valéria Lamego, Professora Célia Pedrosa e a filha do poeta, Inês Cabral
―
veja aqui.
2. Um punhado de textos em prosa
de Cacaso. A Companhia das Letras reuniu numa publicação eletrônica, disponível
gratuitamente a partir deste endereço alguns contos que assinalam uma breve passagem
do poeta pela prosa. O livro reúne oito textos, sendo seis deles até agora
totalmente inéditos ― “Inclusive... aliás...” e “Buziguim” saíram antes em
edições da revista Novos Estudos Cebrap em 1986 e 1987. O trabalho de organização é do pesquisador
Mariano Marovatto. Já noticiáramos sobre noutra edição deste Boletim, mas recuperamos a recomendação assinalando o aniversário do poeta mineiro, nascido num 13 de março de 1944.
3. Este ano o Festa Literária
Internacional da Mantiqueira, realizado integralmente online, homenageia a
escritora Lygia Fagundes Telles. Entre os destaques da celebração está a
publicação de “A espera”, um conto inédito da escritora. Escrito provavelmente
em 1981 e então publicado na MS, uma revista de vida brevíssima. O texto
é publicado pelo selo digital e-galáxia e inclui um posfácio escrito por Jane
Ciambelli e um artigo de Nilton Resende. Por enquanto fica disponível aqui.
Será publicada uma edição impressa, limitada, em papel especial e acabamento
manual para alguns iluminados. A Flima Online acontecerá entre os
dias 18 e 21 de março neste canal no YouTube.
BAÚ DE LETRAS
1. Foi no dia 14 de março de 1926
que nasceu Carlos Heitor Cony. Aproveitamos a data para lembrar três entradas aqui
no Letras sobre o escritor e sua obra: (a) este breve perfil biográfico;
e estes dois textos de Rafael Kafka, (b) um sobre Pessach: uma travessia
e (c) outro sobre A tarde da sua ausência.
2. É uma maravilha assistir a
chegada de vários títulos da obra de Afonso Cruz ao Brasil. Entre 2020 e este
ano foram três novos livros dele entre nós: Vamos comprar um poeta, Nem
todas as baleias voam e A boneca de Kokoschka. Mas, algum leitor
fiel deste blog (existirá) lembrará deste texto nosso de 2011, quando pouquíssimo
sabíamos da obra do escritor português? Ah, e recentemente publicamos texto sobre o segundo título citado ― se ainda não leu, eis aqui a chance.
Comentários