Boletim Letras 360º #413
DO EDITOR
1. Saudações, leitor! Terminou no
1º, o prazo de candidaturas para ser um dos colunistas no Letras in.verso e
re.verso. Fique registrado o agradecimento aos autores que enviaram suas
inscrições e a todos que divulgaram esta chamada.
2. Até o final do mês de fevereiro será divulgado
os nomes dos selecionados pelo e-mail de inscrição, numa das edições deste
Boletim Letras 360º e nas redes sociais do blog.
3. Aproveito a ocasião para
lembrar que o Letras está sempre aberto ao recebimento de textos. Para saber
como, basta visitar este endereço.
4. Reitero a expectativa de que
você se encontre são e seguro. Agradeço a atenção. Boas leituras!
Selma Lagerlöff. |
LANÇAMENTO
O rei Lear da estepe,
de Ivan Turguêniev, uma obra com vida própria, repleta de enigmas e sutilezas.
Atento ao que havia de mais
original na cultura europeia de seu tempo, mas com os afetos e a sensibilidade
firmemente ancorados na realidade russa, Ivan Turguêniev (1818-1883), um dos
grandes mestres da ficção do século XIX, produziu uma obra que se tornaria
modelo para um sem-número de escritores em todo o mundo. Em O rei Lear da
estepe (1870), ele parte da conhecida tragédia de Shakespeare, na qual o
soberano, com idade avançada, abre mão de seu reino para legá-lo às filhas, mas
ambienta-a na pequena propriedade rural de uma província russa. Para
reconstruir a trama da corte inglesa no campo povoado por senhores, servos,
agregados e trabalhadores pobres, Turguêniev lançou mão, com extrema
habilidade, de suas próprias experiências de juventude, retomando o que havia
feito em Memórias de um caçador (1852). O resultado é uma obra com
vida própria, repleta de enigmas e sutilezas que, cento e cinquenta anos após a
sua primeira publicação, ainda desafiam a interpretação e mantêm o leitor
intrigado da primeira à última página. Trazendo a primeira tradução direta da
novela no Brasil, o volume inclui ainda o “Discurso sobre Shakespeare” de
Turguêniev, proferido no tricentenário do dramaturgo inglês, e um posfácio da
tradutora Jéssica Farjado.
Antologia reúne 15 contos de 14
autores libaneses e um palestino nascido e criado em Beirute, formando um
mosaico de perspectivas muito diferentes sobre a mesma Beirute.
Beirute noir faz parte
de uma série concebida por Tim MacLoughlin e Johnny Temple, da editora Akashic
Book, de Nova York, e iniciada em 2004 com o livro Brooklyn Noir. A ideia da
série é reunir escritores locais que conhecem a fundo a cidade onde vivem, e
propor a cada um que escreva um conto noir inédito. Em Beirute
noir, a seleção dos escritores e a organização do volume ficou a cargo da
escritora libanesa Iman Humaydan, que certa vez descreveu Beirute como “a
cidade que dança sobre suas feridas”. Beirute noir, reúne 15 contos de 14
autores libaneses e um palestino nascido e criado em Beirute, formando um
mosaico de perspectivas muito diferentes sobre a mesma Beirute. O rótulo noir
também encontra aqui uma diversidade de formas, mas há algo em comum entre
essas histórias: todas elas evocam a guerra civil libanesa, um período que
durou aproximadamente de 1974 a 1990. Esta coleção de contos é parte de um
resgate vibrante e vivo de Beirute. A tradução de Pedro Martins Criado sai pela
editora Tabla
Obra-prima da escritora sueca
Selma Lagerlöf, A saga de Gösta Berling, inédita no Brasil, é tida
como precursora do realismo fantástico. Autora foi a primeira mulher ganhadora
do Nobel.
Encantador como um conto de fadas,
A saga de Gösta Berling (1891) foi o primeiro livro publicado pela
sueca Selma Lagerlöf (1858-1940), e ela, por sua vez, a primeira mulher a
receber um prêmio Nobel de Literatura, em 1909. Esse romance incomparável,
nunca publicado no Brasil, tem tradução direta do sueco de Guilherme da Silva
Braga e traz um ensaio da escritora francesa Marguerite Yourcenar, autora de
clássicos modernos como Memórias de Adriano e A obra em
negro. Para Yourcenar, “esta primeira obra talvez seja a mais espontânea
da grande escritora, um imenso hino à vida ao mesmo tempo que um canto de
revolta inocente”. Nela, as memórias de infância de Lagerlöf estão muito
presentes, ao evocar sua região natal, o distrito de Värmland, na fronteira com
a Noruega, e sua experiência de crescer numa antiga casa senhorial. Gösta
Berling, um homem bonito, capaz de provocar paixões arrebatadoras, é um pastor
destituído depois de alguns vexames provocados pelo alcoolismo. Rejeitado pela
comunidade, torna-se mendigo e depois cavalheiro da casa senhorial de Ekeby,
graças à compaixão de Margareta Celsing, a mulher mais poderosa de Värmland,
controladora de sete fundições de ferro e amante do vinho e das cartas, e da
mesa repleta de alegres convivas. Em pouco tempo, Gösta torna-se o “cavalheiro
dos cavalheiros”, que sozinho era maior orador, cantor, músico, caçador,
bebedor e jogador do que todos os outros 12 cavalheiros de Ekeby juntos. Ao
conceder o prêmio a Selma Lagerlöf, a academia sueca citou A saga de
Gösta Berling: “A obra é notável não só por romper decisivamente com o
realismo falso e insalubre dos nossos tempos, mas também por seu caráter
original”. Pois é a ambientação assombrosa que mais se destaca no romance: uma
natureza pungente que às vezes até emite voz, um lago deslumbrante, volta e
meia congelado, campos nevados, árvores imponentes e o cerco de animais
ameaçadores como ursos, linces, lobos, e também os mais dóceis, como cães,
cavalos e corujas. A eles ocasionalmente se reúnem criaturas fantásticas, como
trolls, duendes e a ninfa da floresta. Vários críticos contemporâneos veem
nesse romance de estreia um precursor do realismo mágico. Apesar do frio e das
ameaças circundantes, os personagens do livro estão sempre dispostos às festas,
à dança, à música – temas perfeitos para o estilo colorido de Lagerlöf. Cabe
observar que, no título do romance, a palavra “saga” não tem o sentido mais
conhecido, de épico medieval, e sim de fábula ou narrativa de peripécias, ricas
em referências às tradições populares escandinavas. Embora a presença do
protestantismo seja recorrente, sobressai em "A saga de Gösta
Berling" uma atmosfera panteísta, quase pagã. Em dado momento do romance,
a narradora recomenda: “Quem pretende ver como as coisas se relacionam umas com
as outras precisa se afastar da cidade e viver numa cabana solitária na orla da
floresta”. A saga de Gösta Berling foi adaptado para o cinema pelo
diretor Mauritz Stiller em 1924. O filme, um clássico do cinema sueco em sua
era de ouro silenciosa, lançou internacionalmente a estrela Greta Garbo, no
papel da condessa Elizabeth Dohna.
Um dos livros mais emblemáticos
sobre educação negra chega em março com nova tradução pela Penguin / Companhia
das Letras.
Educador e historiador
afro-americano, Carter Godwin Woodson é um dos nomes mais influentes da
educação norte-americana. Nascido em 1875, foi um dos primeiros pensadores a
travar a batalha árdua por uma educação que não oprimisse a população negra. A des-educação do negro aponta problemas, elenca situações, mas
também mostra uma solução. Trata-se de uma espécie de programa que apresenta os
pontos fundamentais não apenas da educação escolar, mas também de uma educação
ampla que pense outra forma de viver, uma educação que defenda os valores da
história e da cultura negra. Escrito em 1933, muitas das questões desta obra
são válidas ainda hoje. Longe de ser um livro que fale somente sobre os Estados
Unidos da época, as soluções aqui apresentadas lançam olhares sobre vários
outros contextos sociais, culturais e políticos da diáspora negra. E essa
análise, fantástica em sua precisão, apresenta a semente que precisa ser
compreendida para entendermos os efeitos que reverberam nos dias atuais. A nova
tradução de Carlos Alberto Medeiros tem introdução da Professora Ana Lúcia
Silva Souza.
Obra que reúne as memórias de
George Orwell sobre sua participação na Guerra Civil Espanhola.
Em dezembro de 1936, pouco antes
da Segunda Guerra Mundial, a Espanha vivia um conflito armado. Aos 33 anos,
George Orwell viaja para a Catalunha a fim de fazer a cobertura jornalística da
Guerra Civil, mas quase de imediato se alista nas brigadas populares para
combater o exército fascista do general Franco: “Naquele tempo e naquela
atmosfera parecia a única coisa imaginável a se fazer”. Misto de relato autobiográfico,
narrativa de guerra e literatura de viagem, a que se soma também a análise
geopolítica de seu tempo, Lutando na Espanha é a reunião de dois
livros: Homenagem à Catalunha e Recordando a Guerra Civil
Espanhola. Esta edição, com tradução de Ana
Helena Souza, apresentação de Filipe Figueiredo e Matias Pinto – Xadrez Verbal
– e ilustrações de Rodrigo Rosa, acompanha uma seleção de cartas, resenhas e
comentários de Orwell sobre suas memórias do conflito, seus comentários à
imprensa e trocas de cartas afetivas sobre o período que mudou definitivamente
sua percepção de mundo. Pouco antes de morrer, em 1949, afirmou que “toda linha
de texto sério que escrevi desde 1936 foi escrito, direta ou indiretamente,
contra o totalitarismo”. Os textos contidos em Lutando na Espanha nos mostram a formação de um escritor e humanista, sensível aos fenômenos de
seu tempo. O livro é publicado pelo selo Biblioteca
Azul / Globo Livros.
REEDIÇÕES
Nova edição de Amálgama, de Rubem Fonseca.
Neste livro de contos, residem
todos os elementos – o erotismo, a violência, a velocidade narrativa, o clima
noir – que consagraram o autor de Lúcia McCartney. Rubem Fonseca
consegue construir uma narrativa que se desenha ao longo dos contos e,
ineditamente, das poesias. Personagens e situações unidos pela tristeza, pela
dor, pela raiva, pelo fracasso, pela ternura e pelo amor, um verdadeiro
amálgama de vidas que se constroem e se destroem num instante.
Amálgama foi premiado com o Jabuti, na categoria Conto e Crônicas,
em 2014. O livro integra agora o projeto de reedição da obra do escritor pela
editora Nova Fronteira.
Nova edição de Estas
estórias, de João Guimarães Rosa.
Os originais dos contos que
integram este livro foram localizados ainda em versões manuscritas e
datiloscritas entre os pertences de Guimarães Rosa após seu falecimento.
Publicado em 1969, Estas estórias traz oito narrativas longas, além da
“entrevista-retrato” intitulada “Com o vaqueiro Mariano”. Mantendo a excelência
narrativa que marcou a escrita rosiana, os contos justificam sua publicação. Em
“A estória do homem do Pinguelo”, temos a presença simultânea de dois
narradores, um de personalidade culta e outro de perfil mais simples, com
linguagem marcadamente popular. No conto “Meu tio o Iauaretê”, o
narrador-protagonista é um homem do sertão que, ao caçar onças, acaba por se
identificar com o universo animal mais do que poderíamos imaginar. A edição da
Global traz ao fim um texto de Walnice Nogueira Galvão, crítica literária e
especialista na obra de Guimarães Rosa, intitulado “O impossível retorno”.
A editora Nova Fronteira reedita Perdoa-me
por me traíres.
Um marido que pede desculpas por
ter sido traído pela mulher é o mote desta “tragédia de costumes” rodriguiana.
A pretexto de redimir o irmão, Raul mata a cunhada infiel e passa a vigiar a
sobrinha a fim de preservar sua castidade. Mas a jovem Glorinha acaba
conhecendo o mundo dos bordéis ao mesmo tempo que prepara uma terrível vingança
contra o tio. Polêmica, a peça Perdoa-me por me traíres arrancou
aplausos e vaias da plateia na sua estreia, em 1957, e contou com o próprio Nelson
Rodrigues como ator, no papel do abjeto tio Raul, na sua primeira temporada.
OUTRAS NOTÍCIAS
O destino da biblioteca de Umberto
Eco.
É viral um pequeno vídeo que
acompanha o passeio de Umberto Eco pelos vários corredores de sua biblioteca.
Mas, até agora, não se sabia ao certo qual o destino do rico acervo, depois da
morte do escritor em fevereiro de 2016. A notícia que chega de Milão é que o
Tribunal de Contas da Itália aprovou um acordo com os herdeiros que prevê a
aquisição da coleção de cerca de 1,2 mil livros raros pela Biblioteca Nacional
Braidense e a parte restante será entregue para a Universidade de Bolonha que
cuidará do acervo por 90 anos. Entre os livros do primeiro grupo estão 36
incunábulos, obras impressas logo após a invenção da imprensa na segunda metade
do século XV. Ao todo, a biblioteca do autor de O nome da rosa consta 1,5
milhões de exemplares.
Há mais de 700 anos Dante
Alighieri foi condenado à morte; agora, um descendente do autor busca pela
revisão da pena e inocência do escritor.
A notícia está na imprensa
italiana. Ao Corriere Della Sera, o astrofísico Sperello di Serego Alighieri,
disse que garantir a anulação da pena do seu antepassado é uma necessidade de
reparação, seguindo o que aconteceu a outros condenados históricos, como
Galileu Galilei. A petição é elaborada por ele e pelo professor de Direito
Processual Penal Alessandro Traversi. Foi em 1302 que o autor de A divina
comédia foi submetido a júri. Então o poder em Florença era alternadamente
controlado por duas organizações políticas; na origem, Guelfos e Gibelinos
formavam disputas entre partidários do papado (os primeiros) e do Império
Romano-Germânico (os segundos), mas o embate se expandiu até se tornar um
conflito que durou mais de um século. Quando Dante foi condenado, o poder fora
tomado pelos Guelfos, o que, aponta seu descendente, teria favorecido a um
julgamento puramente político devido ao fato de ser o escritor um destacado
integrante do grupo opositor. Foi o não comparecimento de Dante para cumprir o
pagamento de uma multa de cinco mil florins e o exílio de dois anos que o teria
levado a ser condenado à morte em segundo julgamento. O tema não tem
movimentado apenas a cena jurídica na Itália que prevê anulação de sentença em
caso de apresentação de provas da inocência do condenado. Em maio, uma
conferência sobre irá reunir historiadores, linguistas e advogados. Entre os
participantes estão Antoine de Gabrielli, descendente do juiz autor da sentença
contra o escritor, Cante de Gabrielli.
OBITUÁRIO
O Brasil perdeu duas vozes poéticas.
1. Vera Pedrosa nasceu no Rio de
Janeiro em 1936. Formada em Filosofia, atuou como jornalista em vários meios,
entre eles nos jornais Correio da Manhã e Jornal do Brasil, e dedicou boa
parte de sua vida às atividades diplomáticas passando por países como a
Espanha, Peru, Holanda, Dinamarca, Equador e França. Integrou a famosa
antologia organizada por Heloísa Buarque de Hollanda, 26 poetas hoje,
publicada em 1975 e que reuniu importantes nomes da poesia brasileira daquela
geração. Na poesia, destacou-se pelos livros Poemas (1964), Perspectiva
Naturalis (1978), De onde voltamos o rio desce (1979) e A árvore aquela (2015). Vera Pedrosa morreu no dia 3 de fevereiro de 2021, no Rio de Janeiro.
2. Maria Lúcia Alvim nasceu a 4 de outubro
de 1932, em Araxá, Minas Gerais. Cedo se fez autodidata interessada em artes
plásticas e literatura. Realizou algumas exposições e publicou seis livros. Sua
estreia literária foi com a publicação de XX sonetos (1959). Depois deste
livro, vieram outros cinco títulos: Coração incólume (1968) e Pose (1968), Romanceiro de Dona Beja (1975); A rosa malvada (1980); e o recente Batendo
pasto (2020). Parte dessa produção poética foi reunida na antologia Vivenda (1989), parte na prestigiada coleção Claro Enigma. Na leitura sobre esta
antologia, Berta Waldman sublinha que “soam várias vozes poéticas na poesia de
Maria Lúcia Alvim: Jorge de Lima, Carlos Drummond de Andrade, Mário de
Sá-Carneiro, Sá de Miranda, poetas trovadores, Louise Labé, Cecília Meireles,
Mallarmé, Paul Valéry, Francisco Alvim, o que nos leva a nível de dissonância
na própria matriz de sua escritura.” Mais tarde, Paulo Henriques Britto
sublinha essa compreensão, acrescentando outros nomes, como Laforgue e Emily
Dickinson. Guilherme Gontijo Flores, no texto de abertura sobre Batendo
pasto, livro que esperou quatro décadas para ser apresentado ao público, diz
que “ela foi capaz de operar um aprofundamento subjetivo que deixa no chão a
maior parte da geração de 45”. Maria Lúcia Alvim vivia em Juiz de Fora e morreu
em decorrência de complicações pela Covid-19.
DICAS DE LEITURA
1. Pão de Açúcar, de Afonso
Reis Cabral. O escritor português foi o galardoado com o Prêmio José Saramago
em 2019, justamente com este livro que é o seu segundo título a ganhar forma
entre nós. O primeiro foi O meu irmão (LeYa, 2015). Neste romance agora editado
pela HarperCollins Brasil, o escritor ficciona um trágico episódio
acontecido em 2006, no Porto: o assassinato de uma mulher trans brasileira espancada
ao longo de vários dias por um grupo de adolescentes. O enredo se aproxima, assim,
de uma situação que se tornou um tanto corriqueira sobretudo numa Europa
visivelmente assombrada pelos vultos de um passado de ódio e condena ao
diferente ou ao emigrante. Aqui, Reis Cabral imagina a vida da vítima e dos
agressores, oferecendo um retrato deformado do horror.
2. 4321, de Paul Auster. Um
nome que já dispensa apresentações entre nós devido a publicação quase
integral (e simultânea) de sua obra e ao sucesso inquestionável que segue
formando o gosto de muitos leitores do escritor: A trilogia de Nova York.
Este romance aqui recomendado é para o leitor que procura abrir seu fôlego para
a leitura no começo deste ano. Sim, é um daqueles calhamaços que nos
cobra um longo período de convivência. Mas, livros assim se tornam nossos
amigos e alguns nos acompanham para a vida inteira. O que faz o escritor estadunidense
com esta obra que lhe custou algo em torno de sete anos para escrevê-la? O
ponto de partida da narrativa é o de pensar como seriam as nossas vidas se as
relações e condições financeiras e familiares fossem outras. O exame recai
sobre quatro percursos de vida possíveis trilhados por uma só personagem,
Archie. O livro foi publicado por aqui pela Companhia das Letras.
3. As 29 poetas hoje,
antologia organizada por Heloisa Buarque de Hollanda. Um livro que marcou época
nos anos 1970 trazia uma variedade de vozes redefinidoras algumas dos destinos
de uma parte da poesia brasileira. Tantos anos depois, sempre atenta aos
trabalhadores da palavra de seu tempo, a autora volta a organizar uma obra com
interesses semelhantes. Mas agora, seu olhar se volta exclusivamente para as
poetas. De vários recantos do país e com os mais variados interesses. É daqueles
trabalhos nascidos para nos guiar num universo cada dia em expansão. O livro é
publicado pela Companhia das Letras.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
1. Numa passagem acima, neste
Boletim, falamos sobre um vídeo que nos apresenta um passeio de Umberto Eco pelos labirintos de
sua vasta biblioteca. Trata-se do excerto de uma filmagem conduzida por
Davide Ferrario, em 2015. Você posse re-ver este momento numa das redes do Letras,
aqui.
2. Esta semana foi aniversário de
Paul Auster. E uma coisa que pouca gente talvez saiba é da sua pretensão para a
poesia. O grande romancista estadunidense começou sua vida literária pelo
ofício do verso. Isso no final da década de 1970. Toda a poesia que, no final,
se reduziu a uma antologia, está publicada entre nós. Neste endereço é possível
ler dois dos seus poemas.
BAÚ DE LETRAS
1. Ainda na pauta aniversários.
Celebramos por esses dias o nascimento de Luiz Ruffato. Um dos textos mais
recentes aqui no blog, sobre o escritor, foi este sobre seu livro Inferno
provisório. Antes, publicamos também este texto sobre outro de seu rico
trabalho, De mim já nem se lembra.
2. Selma Lagerlöff, que retorna aos leitores brasileiros com nova tradução e novo título, aparece algumas vezes aqui no Letras. Numa delas, sobre o seu livro O anel do general. Pedro Fernandes diz que “esta novela de Selma Lagerlöf é magistralmente bem construída. O enredo é, da investigação ao périplo do anel entre os ambiciosos ou tomados por certa força sedutora e destrutiva da joia, constituído por um conjunto aparentemente diverso de narrativas intercaladas por momentos de reflexão do próprio narrador que engendra paisagens nostálgicas sobre um tempo ora perdido na memória ora refigurado pelas tintas da fabulação e reflexões sobre as histórias aí engendradas.” Você pode ler o restante do texto por aqui.
.........................
Comentários