Boletim Letras 360º #409
DO EDITOR
1. Saudações, leitores! A previsão
de retorno com as publicações diárias por aqui é dia 25 de janeiro. Até lá, passa-se
o de sempre: sai uma e outra post.
2. Já as atividades nas redes sociais continuam e esperam sua visita. Neste
Boletim, p.ex., estão reunidas as notícias divulgadas durante a semana na
página no Facebook.
3. Obrigado a cada um dos leitores pela companhia!
Friedrich Dürrenmatt. Foto: Andrej Reiser. No ano do centenário do escritor, três livros seus estão no prelo. |
LANÇAMENTO
Publica-se a biografia de
Alberto da Veiga Guignard, a história de seus afetos, seus amores, seu
trabalho, suas amizades, sua boemia, suas andanças e também de seus tropeços.
Nosso personagem nasceu em Nova
Friburgo, no Rio de Janeiro, em 1896, e faleceu em Belo Horizonte, Minas
Gerais, aos 66 anos. Ele que era, a um só tempo, príncipe e patinho feio,
enteado de um barão europeu que nunca lhe deu crédito. Criou-se artista em
Munique, na Alemanha, e viveu a boemia na Paris da Geração Perdida. Voltou
então para o Rio de Janeiro, onde se conectou com os maiores nomes de seu
tempo, e, para se desintoxicar de seus desvios alcoólicos, foi viver no campo,
em Itatiaia. Depois se mudou para Belo Horizonte, onde se tornou a maior
referência do ensino de Arte Moderna no Brasil, e, enfim, escolheu Ouro Preto
como sua cidade-inspiração. Hoje, é um dos maiores nomes da Arte Moderna, com
obras nos mais importantes museus do país e do mundo, entre eles o Museum of
Modern Art (MoMA), de Nova Iorque. Os quadros que pintou e os artistas que o
influenciaram oferecem muitas pistas sobre a essência de Guignard, assim como
do amadurecimento e da valorização artística brasileira. Além da história desse
grande nome da pintura modernista, dos altos e baixos que o elevaram a um
patamar de importância no contexto da arte e do ensino brasileiros, este volume
conta também com um glossário de movimentos artísticos, que apresenta um breve
panorama das vanguardas que perpassam seu trabalho, e um glossário de nomes,
que reúne informações complementares sobre uma profusão de artistas, poetas,
jornalistas, escritores e políticos aqui citados. Balões, vida e tempo de
Guignard é de autoria de João Perdigão e sai pela Editora Autêntica.
Coletânea de ensaios de George
Orwell ganha edição em fevereiro.
A antologia Por que escrevo
reúne além do ensaio que dá título ao livro, os textos “Política e a língua
inglesa”, “Livros vs. cigarros” e “O leão e o unicórnio”. A tradução de Cláudio
Marcondes é publicada pela Penguin & Companhia das Letras no âmbito da
coleção Grandes Ideias.
O romance escrito por mulheres.
Ensaio de George Eliot lança luz sobre uma forma literária praticada por elas e
descreditada por eles.
O ensaio Romances tolos de
romancistas tolas, publicado em 1856 e finalmente traduzido para o português
brasileiro pela Thalita Uba, é um bom exemplo para pensar como acontecia a
construção muitas vezes cruel, porém cirúrgica, de uma mente que pensava o
gênero do romance de forma bastante atenta, principalmente quando escrito por
mulheres. Nesse texto a autora trabalha em um argumento bastante específico
sobre romances que chama de tolos, escritos em sua maioria por mulheres
aristocratas e que faziam parte de um nicho do que se chamaria hoje, de maneira
pejorativa, de romances femininos, chick-lit e textos do gênero que o senso
comum inclusive associa diretamente com a escrita de mulheres e que até o
momento contemporâneo ainda movimenta a crítica literária rotineira. O livro de
George Eliot tem apresentação de Emanuela Siqueira e é publicado pela Arte
& Letra.
OS LIVROS POR VIR
No ano do centenário de
Friedrich Dürrenmatt pelo menos três títulos do escritor estão no prelo.
Em agosto de 2018, chegaram ao
Brasil duas novas traduções para duas novelas fundamentais da obra de Friedrich
Dürrenmatt ―
A promessa e A pane. Agora, em 2020 passam-se os cem anos de
nascimento do escritor suíço autor de ensaios, peças, sátiras e romances
marcados por reflexões sobre a justiça, a liberdade, a culpa, o acaso, a
virtude e a literatura em si, uma produção explorou a tragédia humana de forma
irônica, por vezes grotesca, escancarando as ambiguidades e a decadência moral
da Europa no pós-Segunda Guerra. A editora Estação Liberdade, responsável
pela publicação das duas novelas antes citadas, prepara a publicação de três
romances de Dürrenmatt: A suspeita, Justiça e O juiz e seu
algoz.
O primeiro semestre de 2021 da Editora Alfaguara.
Através das suas redes sociais, o
selo do grupo Companhia das Letras noticiou cinco das publicações agendas para
o primeiro semestre de 2021. Entre elas está a reedição de Ada ou ardor,
de Vladimir Nabokov, em tradução revista por Jorio Dauster e o retorno em nova
tradução de um clássico de Malcolm Lowry, Debaixo do vulcão, traduzido
José Rubens Siqueira. Foi anunciada também a edição de Sul da fronteira,
oeste do sol, um dos romances mais querido pelos leitores de Haruki
Murakami, com tradução de Rita Kohl e o mais recente romance do escritor
Emmauel Carrère, Ioga, com tradução de Mariana Delfini. O grande
destaque entre os anúncios é O homem da forca, livro que inaugura a
publicação da obra de Shirley Jackson por este selo, com tradução de Débora
Landsberg.
Livros sublinham os 60 anos do diário
Quarto de despejo.
Foi em 2020 que o livro mais
conhecido de Carolina Maria de Jesus completou seus 60 anos. Para sublinhar a
data, a editora Ática, ainda detentora dos direitos de publicação, prepara uma
nova edição do livro, que sai com prefácio de Cidinha da Silva, autora de Um
exu em Nova York (Prêmio Biblioteca Nacional 2019). A nova edição tem
projeto gráfico e capa assinados pelo artista paulistano No Martins. A editora
colocará no mercado o roteiro escrito pela dramaturga gaúcha Edy Lima para a
montagem de Quarto de despejo dirigida por Amir Haddad em 1961 para o
teatro. O espetáculo teve Ruth de Souza no papel principal e foi levantada pela
Companhia Nydia Licia, com cenários de Cyro del Nero, que levou o Prêmio da
Associação Paulista de Críticos Teatrais por esse trabalho.
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