O amor à beira abismo. Uma entrevista com o escritor Adriano de Paula Rabelo
Por Márcio Rodrigues “Não acreditamos em reumatismo nem em amor verdadeiro até o primeiro ataque”. Esta constatação bem-humorada foi feita pela escritora austríaca Marie von Ebner-Eschenbach, que produziu grande parte do seu trabalho na segunda metade do século XIX. Ao longo dos séculos, muitas criações literárias têm se concentrado em retratar, de maneira triunfal, o momento em que ocorre esse “ataque”, com todo o encantamento e o desassossego que ele produz. Há toda uma vastíssima literatura folhetinesca, fartamente recriada no cinema e na televisão, cujas histórias terminam sempre num momento em que o casal protagonista supera todas as dificuldades e pode seguir junto. E todo mundo se lembra dos contos infantis que acabavam invariavelmente com um “E foram felizes para sempre...”. Será que foram mesmo? É o que parece questionar o escritor mineiro Adriano de Paula Rabelo em O amor é um abismo furtivo , livro de contos que acaba de ser publicado pela editora Aglaia. Vejamos o que ele