Mecanosfera/Monoambiente e os desafios da escrita
Por Paula Luersen Criticar até mesmo aquilo que está em risco. Sabemos que não é tarefa do escritor zelar por instituições. Afinal, na maioria das vezes, escritores têm pouca influência prática e imediata sobre o rumo dos eventos que definirão a permanência ou extinção daquilo que está posto. É um grande desafio, contudo, revelar contradições e injustiças de situações sob o alvo de ataques políticos que não preveem qualquer crítica construtiva, apenas o escárnio. Falo da situação atual do mundo acadêmico no Brasil, transformado por instâncias governamentais, através de um olhar infantilizado, em uma espécie de inimigo a ser combatido. Longe de ser aquilo que pintam as tintas de uma postura ideológica e mal intencionada, esse mesmo mundo acadêmico também não está isento de críticas. Ao performar os vícios do sistema no qual se inscreve, ele promove assimetrias entre produção de conhecimento e seus modos de circulação e mensuração. O livro de Fabrício Silveira Mecanosfera/Monoambiente s