Sidarta, de Hermann Hesse
Por Pedro Belo Clara Hermann Hesse, 1958. A certamente mais afamada obra do prêmio Nobel de 1946 é essencialmente o produto de uma viagem à Índia empreendida nos idos anos 1920. O impacto de toda uma atmosfera rica e singular, com seus costumes, ideologias e modos de vida tão díspares dos ocidentais, foi profundo em Hermann Hesse. De forma sublime, diga-se sem qualquer vestígio de vassalagem intelectual, o autor conseguiu reproduzir em cada frase, diálogo e ideia que compõem este livro as mais vincadas características de tão exótico país – sob o ponto de vista europeu. Por ter sido bem sucedida, esta extraordinária obra traz em si o condão de transportar o leitor para esses longínquos horizontes, contemplando-os sob a cristalina lente do seu autor. Sempre bem doseada, bem alimentada num equilíbrio que poderá aparentar fragilidade, não se demora por descrições que seriam desnecessárias ou, de exagero, eventualmente fastidiosas. Em termos de cenografia é isto que, muito resumidamente,