Os pilares da quadra, a poesia de Renan Peres
Por Wagner Silva Gomes Dividido em duas partes, a primeira girando em torno da liberdade, a segunda tomando como base o amor, sintomas (Pedregulho, 2020), livro de estreia de Renan Peres (Vitória – ES, 1997), tem como ponto de partida o horizonte, espaço. Mas esse não é nada sem o amor, construção. É sobre até onde vai o amor, se: xiii. no seu mundo jamais serei pedestre suas ruas me foram interditadas está proibido nos cruzarmos. (p. 93). Com versos livres, ora com rimas sólidas toantes, como as paredes em /S/ , da interdição de cruzar com o outro – últimos dois versos – o eu lírico quer ir além do limite imposto. Peres, por isso, faz uso da heterometria (as duas paredes de decassílabos com uma de nove sílabas que poderia ser de dez, contando com o indivíduo, mas se trata de um terceto, não de uma quadra – espanto, as quadras, como são chamados os quarteirões de ruas, bairros, não são quadras, pois têm dois lados, lados que dividem sujeitos, subjetividades, etnias, classe