Louise Glück, a poesia de um mundo em declínio
Por Federico Díaz-Granados Louise Glück. Foto: Don Usner A poesia está em festa. Não é apenas um motivo recorrente para celebrar, mas nestes dias está em festa porque uma das mais destacadas expoentes ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Louise Glück, poeta novaiorquina e herdeira da mais genuína tradição da poesia estadunidense, abandonou a discrição e sobriedade de seus dias para se converter no centro das atenções mundo afora. Uma vez mais a poesia é protagonista dos primeiros planos dos jornais e é o tema principal de muitas das conversas entre leitores. A Academia Sueca disse que Louise Glück recebe o galardão “por sua inconfundível voz poética que, com beleza austera, torna universal a existência individual”. Uma frase objetiva que define com exatidão uma vocação e uma carreira literária. Não aparecia nas listas das casas de apostas que todo ano prognosticam os ganhadores, nem no favoritismo das possibilidades vendidas pela mídia, tampouco surpreendeu os leitores de poesia