Sobre um retrato de Machado de Assis
Por Pedro Fernandes Não faz muito tempo e passamos por uma intervenção proposta pela Faculdade Zumbi dos Palmares que chamava a atenção para um Machado de Assis preto. A ideia sob o título de “Machado de Assis real” visava, segundo palavras do texto então divulgado, constituir uma “errata histórica feita para impedir que o racismo na literatura seja perpetuado”. Os manifestantes chamavam a atenção para um Machado de Assis negado pela elite intelectual do país com tentativas de branqueamento dos registros fotográficos sobre o escritor. O chamado apresentava uma revisão em cores ( veja aqui ) de uma fototipia do autor de Memórias póstumas de Brás Cubas realizada por volta de 1892 de autoria atribuída a Juan Gutierrez (imagem). 1 Passou-se um ano da ideia e se considerarmos a sua repercussão parece que arrefeceu os ânimos de uma discussão antiga. Como toda imagem de apelo emocional, o manifesto logo se converteu viral nas redes sociais, depois alcançou projeção em vários jornais e mí