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Júlio Verne: uma viagem ao coração do mar

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Por Juan José Rodríguez O capitão Nemo observa um polvo gigante da cabine do Nautilus. Gravura de Alphonse de Neuville e Edouard Riou, 1870. O quanto alguém tão peculiar como Júlio Verne ainda incendeia em nossas mentes? Ele não foi um Charles Dickens, um Balzac ou muito menos um Dostoiévski, mas toda a sua obra é uma coluna fundamental quando se trata de explicar o grande impacto da literatura nas sociedades modernas. Sem a sua presença não haveria marcos monumentais como a divulgação lúdica da ciência, a cultura do entretenimento, o gosto pelas viagens e o respeito sagrado pelas regiões desconhecidas da natureza. Júlio Verne ainda nos cativa com seu ar de Art Nouveau ― os especialistas em cultura francesa diriam Segundo Império ― com sua voz antiga de antiquário e sua cenografia de espaços abertos em horizontes desconhecidos. Sua prosa de folhetim, planejada para manter em suspense um leitor muito mais cavalheiresco do que o atual, hoje padece de digressões doutorais, pois o desej