Prazer em queimar, de Ray Bradbury
Por Pedro Fernandes Há quem diga que a Magnum opus de um criador é produto de uma vida inteira de obsessões. Ou ainda, que todo trabalho criativo existe para culminar na grande obra. Embora as duas afirmativas não sejam gratuitas porque encontram respaldo em muitas situações, elas não constituem, como quase tudo na literatura, uma verdade absoluta. Um caso específico que a princípio pode reafirmá-las parece ser o de Ray Bradbury e sua distopia sobre um futuro sem livros. A prova material acaba de chegar a nós através dessa coletânea de textos publicada sob o título de Prazer em queimar . Organizado por Donn Albright, o livro segue o rastro indiciado pelo próprio escritor estadunidense num comentário sobre seu romance mais conhecido e reúne uma variedade de textos que antecipam o mundo e as situações de Fahrenheit 451 . No início dos anos 1950, Ray Bradbury escreveu cinco contos, chamados por ele de “cinco pulos breves” para “um grande salto”: “Fogueira”, “Fênix brilh