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A cidade do vento, de Grazia Deledda

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Por Pedro Fernandes Grazia Deledda. Roma, novembro de 1927. Arquivo L'Illustrazione Italiana.  As aparências enganam. E alguns enganos produzem desvios no destino com consequências irreversíveis. A narradora de A cidade do vento foi colorida com as mesmas tintas que sobraram da feitura de Emma Bovary: a mulher ávida por leituras, seu passatempo predileto, e profundamente marcada pela idealização amorosa ― se pela leitura, não sabemos, afinal, seus hábitos de leitora não são minuciosamente explorados. Sabemos que a modesta biblioteca que a família herdou pertencera ao seu tio bispo e que nela estão de livros não adequados à idade da narradora lidos na surdina da noite aos religiosos, dispensados de sua atenção: “todos os grandes clássicos, nossos ou traduzidos em língua italiana, muitos volumes em língua latina e livros religiosos, vidas de santos, bíblias e monografias religiosas”, descreve. Os livros constituem ora em objeto de formação autodidata, visto lhe