A unhada da vida. Uma leitura de Machado de Assis
Por Felipe de Moraes “(...) je vis um pauvre saltimbanque, voûté, caduc, décrépit, une ruine d’homme, adossé contre un des poteaux de sa cahute; une cahute plus misérable que celle du sauvage le plus abruti, e dont deux bouts de chandelles, collants et fumants, éclairaient trop bien encore la détresse.” “Le vieux saltimbanque”, Charles Baudelaire “Outros leram da vida o capítulo, tu leste o livro todo.” “A um bruxo, com amor”, Carlos Drummond de Andrade Ilustração para Memórias póstumas de Brás Cubas . Mariana Rio. I ― “O DESOLADO CRONISTA DO ABSURDO” 1 Lúcia Miguel-Pereira, em seu Prosa de Ficção (de 1870 a 1930) , escreve acerca de Machado: “Por isso é que a Machado de Assis se pode chamar de realista . Sem preocupação de escola literária desde que se libertou do romantismo, ele observou, como ninguém entre nós, as criaturas em toda a sua realidade, dando a cada aspecto o justo valor, isto é, apreciando a todos com um critério relativo . Fo