A resposta que não vem
Por Tiago D. Oliveira A convivência com os livros aproxima-nos paulatinamente de nós mesmos. É impressionante como a cada leitura conseguimos direcionar, mesmo que aleatoriamente, a narrativa ou versos, para a direção dos nossos dias. É como se cada livro estivesse em escambo com o desconhecido para pintar uma antiga sensação que consegue sempre força e renovação a cada página virada. O desconhecido. Assim, o que se guarda dos dias é também medido pelos títulos que nos observam na estante ou ainda em pensamentos. À vida. Em Meu coração de pedra-pomes , de Juliana Frank, encontramos este escambo com o desconhecido. Wanda, ou melhor, Lawanda, como prefere ser chamada, é uma jovem de 19 anos que tem uma deficiência mental e trabalha em um hospital, a partir de uma vaga conseguida por cotas, como faxineira e mora em um quartinho alugado pela tia. Tem o hábito de cultivar pensamentos excêntricos, guardar besouros em uma caixa no armário e costurar borboletas em suas calcin