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Pequenas notas críticas das memórias de Raymond Aron

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Por Rafael Kafka “As ideias matam, falei, mas a beleza e fragilidade do liberalismo está no fato de não abafar as vozes, mesmo as perigosas”, diz Raymond Aron em suas Memórias , na página 780. Na frase em destaque, percebe-se bem o clima da guerra fria, com a visão da chamada democracia liberal sendo garantidora da liberdade política plena. Aron se refere nela a uma “nova direita” que já nos fins da década de 1970 visava à tomada de poder com seu discurso autoritário e repleto de xenofobia, percebida mais especificamente na figura de Benny Levy. Dentro da lógica de um liberal, as visões aronianas são coerentes igualando os posicionamentos de tal nova direita com os regimes totalitários fascistas e comunistas. A democracia liberal é vista por esse teórico como uma espécie de terceira via diante desses dois tipos de totalitarismo e uma forma de regime que permite melhorias sociais e liberdade concomitantemente. Desse modo, cai por terra certo argumento de que a dire