Breve romance de sonho, de Arthur Schnitzler
Por Pedro Fernandes Depois da leitura de uma manchete no jornal sobre o suicídio de uma tal baronesa D. (de Dubieski), Fridolin parte em disparada, primeiro para o suposto hotel onde ela havia sido levada pelas quatro horas da manhã e em seguida para o necrotério, a fim de confirmar se a morta era a misteriosa figura que se oferecera em sacrifício numa orgia na noite anterior para protegê-lo do mesmo fim ao qual foi condenada. Esse episódio se desenvolve tarde da noite – aliás, esse é período preferido de Arthur Schnitzler na composição desse romance – e, ao reencontrar o legista amigo, este, curioso com o interesse àquela altura, o questiona indiretamente ante a justificativa primeira que se tratava de um trabalho: “Eu já estava pensando”, diz Adler, “que tinha sido algum peso na consciência que o tivesse trazido até aqui no meio de uma noite de sono”. Fridolin assente: “É, tem a ver com consciência pesada, ou, ao menos, com uma questão de consciência”. A retomada de