Carnaval de engenho
Por José Lins do Rego Ilustração de Santa Rosa para texto de José Lins do Rego. O Cruzeiro , 1941. O mestre Paizinho chegara para falar com meu avô. Era o mestre de música do Pilar e o presidente do clube “Os filhos da Candinha”. A conversa era curta. Ele dava a lista, o velho assinava os cem mil réis e falava mal dessa história de vadiação de carnaval. Deviam acabar com aquilo. Homem de respeito não devia andar metido com danças, em brincadeiras de entrudo. O Chico Xavier precisava abrir os olhos, tomar providências. Havia gente na vila que só pensava em carnaval, que andava perturbando o sossego dos outros. O mestre Paizinho ouviu tudo calado. Depois o velho entrava e voltava com os cem mil réis. — Tome lá, dizia ele, mas não apareçam aqui no engenho. Não quero saber de patifarias. O ano passado vocês foram abusar do Lula de Holanda. Se souber de coisa semelhante, mando o Chico Xavier metê-los na cadeia. Depois o mestre Paizinho vinha conversar com as minhas tias. E falava do