Jojo Rabbit, de Taika Waititi
Por Pedro Fernandes Jojo Rabbit é, para um diretor cuja filmografia inclui algumas das mais recentes adaptações das HQs Marvel para o cinema ou a feitura de filmes menores dos estúdios Disney, um ponto fora da reta. Não é apenas por ser sua saída da zona de conforto que é dar vida a um universo cuja existência prescinde mais de comandar uma extensa e criativa equipe técnica; é por ingressar no território que não permite unanimidades. Não é o caso de os blockbusters atuarem como um fenômeno unânime, mas as dissidências aparentemente são menores, visto que são produções cujos interessados guardam certa correlação de expectativas. As diferenças são ainda mais acentuadas se repararmos que o filme de 2019 não apenas foge desse padrão como revisita um dos temas mais polêmicos e repugnantes na nossa curta história das ideologias: o nazismo de Adolf Hitler e seu partido. Situado entre as frágeis fronteiras do humor negro, este trabalho de Waititi, que é baseado no livro O céu que