Boletim Letras 360º #403
DO EDITOR
1. Saudações, leitores! Na
sexta-feira, 27, este blog cruzou a linha do seu décimo quarto ano online. Nada
mal, repito sempre, para um espaço que nasceu para servir a um propósito e
permaneceu até se tornar este bonito rapazote. Espero ainda contar muitos
outros aniversários e sempre em melhor forma. Quando isso já não for possível, também,
coloca-se um ponto final e não se fala mais sobre.
2. Nesta longa caminhada, nunca
cansarei de repetir os agradecimentos sempre necessários pela companhia casual,
fiel ou esporádica dos leitores. Você que me lê agora sabe que o propósito meu
e dos que escrevem comigo a jornada do Letras é um apenas: fazê-lo se
encantar pelo universo, diverso e rico universo, da literatura e suas fronteiras.
3. Abaixo, as notícias que fizeram
a semana em nossa página no Facebook. A invenção denominada Boletim Letras 360º
não tem a mesma idade, logo se vê, do blog. Foi criada há 403 semanas, quando
os algoritmos da rede social mais frequentada da casa passou a esconder (como
faz cada vez mais abruptamente nos dias de hoje) nossas posts. Boa leitura!
Yukio Mishima. Nos cinquenta anos da sua morte, leitores brasileiros recebem livro inédito do escritor. |
LANÇAMENTOS
Textos indispensáveis para
entrar em contato com o debate sobre a literatura e a poesia no primeiro
romantismo alemão.
Com tradução e apresentação de
Constantino Luz de Medeiros, Conversa sobre a poesia, de Friedrich Schlegel
& Fragmentos da Athenäum, de August Wilhelm Schlegel é um livro para
quem deseja entrar em contato com as ideias do primeiro romantismo alemão sobre
a literatura e a poesia. A famosa “Conversa sobre a poesia”, publicada na
revista Athenäum em 1800, retrata alguns jovens pensadores e pensadoras
discutindo de um modo leve e despretensioso suas concepções sobre a poesia,
sobre as grandes obras da história da literatura e sobre o futuro que gostariam
de ajudar a moldar. Seu fio condutor é o conceito de unidade, aspecto central
para a compreensão de qualquer conceito ou ideia dos românticos alemães.
Unidade entre o antigo e o moderno, entre poesia e filosofia, entre arte e
vida, entre espírito e natureza e entre as mais diversas, variadas e multifacetadas
formas de manifestação do espírito humano. Os “Fragmentos da Revista Athenäum”
demonstram a importância do pensamento estético de August Wilhelm Schlegel, que
teve um papel imprescindível para a recepção do primeiro romantismo alemão ao
expor de forma clara e didática ideias e conceitos esparsos e de difícil
compreensão, comunicando-os a um público mais amplo. Deve-se sobretudo a seu
espírito e sua linguagem flexível e precisa o efeito atingido pelas ideias
românticas, as quais foram desenvolvidas em pequenas cidades e círculos
intelectuais alemães, para depois alcançar a Europa e outros continentes. O
livro é publicado pela Relicário Edições.
O livro de estreia da escritora
venezuelana María Elena Morán no romance.
É notório o poder de sedução das
sereias: com seu canto, elas atraem marinheiros incautos e os levam à morte ou
ao naufrágio. Dificilmente, porém, nos perguntamos pelo que as sereias se
sentem atraídas. Sereia é o apelido que Sofía recebeu de uma avó que mal
conheceu. Já adulta, ela encontra fragmentos de textos de décadas antes: são
trechos de cartas e diários que a avó escreveu antes de ser afastada da família
sob acusações de loucura. Sofía atende ao chamado da avó. Ela abandona sua vida
e embarca em uma viagem rumo às zonas sombrias da história familiar. Seu
destino: um antigo manicômio. Para enfrentar o oceano do tempo, ela não tem
mais que uma força interior incendiária. No imaginário das sereias, há fatos
inquietantes: elas não envelhecem, nunca são feias e jamais fogem do roteiro
esperado. Embora irresistíveis, a ironia é que são as sereias que parecem ter
suas existências aprisionadas ao destino dos marinheiros. Este livro quebra as
regras. A trajetória de Sofía nos faz confrontar a velhice e a decadência do
corpo, enquanto apresenta personagens donas de si, imperadoras da própria
ruína. Com maestria, María Elena Morán nos conduz por um universo extremamente
original. A trama de Os continentes de dentro é intensa: desenha a linha
que costuma levar do desespero à covardia e da perdição ao recomeço. É preciso
respirar fundo antes de começar a leitura: os momentos mais iluminados deste
romance não tardam em se transformar nos mais impiedosos. Sofía é sereia
desprovida de mito: tem uma aura mágica, mas se debate sobre o chão lamacento
da humanidade. Avança às profundezas para construir seu reino de perigo e
fascínio. (Julia Dantas). O livro é publicado pela editora Zouk.
Quando uma ficção deriva outras.
Em 2020, centenário de nascimento
de Clarice Lispector, completam-se também 60 anos da publicação de Laços de
família, seu mais célebre livro de contos. Para essa dupla comemoração, 27
ficcionistas brasileiros dialogam com a obra da escritora e a homenageiam,
nesta coletânea que traz narrativas inspiradas em cada um dos contos de Laços
de família. Intertextuais ou não, as recriações têm pontos de vista bem
diferentes ou mesmo opostos. São, em geral, duas por conto de Clarice, uma
escrita por mulher e outra por homem, quase sempre de estados e idades
distantes, numa amostragem da rica e diversificada literatura brasileira
contemporânea. Enriquecem o volume depoimentos de cada um dos autores sobre a
“gênese dos contos”. Feliz aniversário, Clarice é publicado pela editora
Autêntica.
Chega ao Brasil romance inédito
de Yukio Mishima.
Yukio Mishima, nome de grande
importância para a literatura japonesa, com uma extensa obra publicada, e
alguns inéditos no Brasil, traz ao leitor, em Vida à venda, uma viagem
ácida e divertida sobre o valor da vida. Ou, mais do que isso, sobre a vida e a
morte à margem dos dias e do desencantamento. 2020 marca o cinquentenário da
morte de Mishima, e é a morte, tema constante na obra do autor, que aparece em Vida
à venda como um acinzentar da alma, sem que seja, necessariamente, um
pesar. Rilke escreveu que o homem moderno não pode morrer de forma romântica. E
é assim que Hanio Yamada, um desiludido publicitário, e personagem principal
desse romance, entende o seu desejo de morrer. De atravessar o presente. De
forma pragmática, após uma frustrada tentativa de suicídio, Hanio anuncia a
escolha de vender a própria vida, para que assim alguém possa direcioná-la a
uma melhor forma de finitude, ou que possa, na verdade, subverter o tédio.
“Vendo minha vida. Use-a como quiser. Homem de 27 anos. Garanto sigilo.
Tranquilidade absoluta.” Entre Hanio e o leitor se estabelece uma relação de
proximidade, cumplicidade, busca pelos caminhos da alma, e pelos sentimentos
humanos. Viagem que se desencadeia ora sombria, ora irreverente. É no
emaranhado de tentativas de vendas, que se torna um grande negócio, que
descobrimos uma ideia cheia de possibilidades ― e uma sucessão de personagens
que beiram o fantástico. O desenrolar dessa aventura tem como traço a ácida
narrativa de Mishima, numa obra de forte irreverência, que prende o leitor até
o último momento; misturando humor, profundidade, sexualidade, paixão e
críticas à sociedade e aos costumes nela estabelecidos. Um dos últimos livros
de Mishima, Vida à venda, foi publicado originalmente na revista Playboy
do Japão, entre maio e outubro de 1968. Foi com o relançamento japonês, em
2015, que se tornou um best-seller, chegando a ser adaptado para uma série
televisiva em dez episódios. A tradução é Shintaro Hayashi. E o livro é
publicado pela Estação Liberdade.
Uma visita às memórias de
Valter Hugo Mãe.
Em Contra mim, o escritor
recupera a infância e parte da adolescência e torna suas memórias os temas de
sua literatura. Com a linguagem da crônica e o estilo que seus leitores bem
conhecem, elementos autobiográficos se apresentam em sequenciamento, veiculados
por linguagem de períodos curtos e compostos de capítulos também curtos, mas
ricos em profundidade de reflexão e sinceridade com a própria história. A
materialidade da palavra é a protagonista, e a grande lente pela qual seu autor
aprende a ler o mundo. A infância retratada pelo escritor passeia por Portugal
e sua história recente. Os marcos históricos são o fim do Império Colonial na
África e a Revolução dos Cravos e seus desdobramentos. Estes fatos são pano de
fundo e moldura para o retrato de um menino e sua mitologia particular. Também
estão registradas as descobertas, o contato com o corpo, a relação com o irmão
morto e a influência da cultura brasileira em Portugal. Está, sobretudo, o
cotidiano, que traz os seus antídotos para as adversidades. Aqui, mais que a
infância de um escritor, está uma formação de alguém que se arrisca a ver o
mundo sob outra ótica. O livro tem prefácio de Nélida Piñon é publicado pela
Biblioteca Azul.
George Bataille sobre Édouard
Manet.
Nesta aprofundada reflexão sobre a
vida e a obra de Manet, Bataille destila boa dose de erudição, porém, como é
praxe para o pensador francês, amparada em sua fenomenal capacidade de
arguição. Tendo como base as reflexões de Malraux sobre Manet, Bataille dá um
passo adiante e expõe como, para o autor de Olympia e Le Déjeuner sur
l’herbe, a pintura se tratava menos de indiferença estética e mais de um
furor violento contra as convenções de seu tempo, antecipando, assim, muitos
comportamentos e pontos de vista tipicamente modernistas. A tradução é de Celia
Euvaldo. Manet é publicado pela Martins Fontes Editora.
A nova edição da Revista
7faces dedica homenagem a Murilo Mendes.
“Uma maneira de compreender a obra
de Murilo Mendes, de contorno desmesurado, é deixar-se errar pela variabilidade
proposta por um poeta que rejeita o estático e se integra nunca comodamente aos
múltiplos deslocamentos propiciados pela contínua movência dos sentidos.” ―
assim escreve Pedro Fernandes no texto de apresentação da Revista 7faces n.22.
A edição do segundo semestre de 2020 destaca a obra do poeta mineiro Murilo
Mendes com textos de Maria Domingas Ferreira de Sales, Sílvio Augusto de
Oliveira Holanda, Maria Laura Müller da Fonseca e Silva, Valmir de Souza,
Filipe Amaral Rocha de Menezes, Gustavo Henrique de Souza Leão e Patrícia
Aparecida Antonio. Para a leitura desse rico material e o contato com a poesia
de 17 novos poetas, basta visitar o endereço.
Livro de Gustav Meyrink é o
novo título no catálogo da editora Carambaia.
O Golem é uma criatura
antropomórfica do folclore judaico, feita por mãos humanas a partir do barro.
Segundo a lenda que atraiu o interesse de escritores românticos tardios no
século XIX, esse personagem gigantesco foi criado em Praga por um rabino para
defender a comunidade judaica de ataques antissemitas, mas teria se voltado
contra o criador. A presença do Golem de Praga na trama criada por Meyrink é
uma entre numerosas referências a tradições místicas e ocultistas, mas tem
grande importância simbólica. É uma espécie de força irracional e destruidora
que paira sobre as intrincadas vivências do personagem central, Athanasius
Pernath, mestre joalheiro cujo passado é obscuro até para ele mesmo. Pernath
vive no Bairro Judeu de Praga, onde se passa a maior parte da história. Um dos
aspectos mais impressionantes do texto de Meyrink é a descrição desse ambiente
lúgubre, de pouca luz natural, onde as construções angulosas parecem se
amontoar, povoadas de figuras estranhas que habitam suas vielas, corredores,
escadas e passagens ocultas. Entre essas figuras há personagens assombrosos: um
sinistro vendedor de ferro-velho, uma esquálida prostituta adolescente, um
surdo-mudo que recorta silhuetas em papel, um sábio versado no conhecimento
religioso e sua filha encantadora, um marionetista e um jovem estudante com
missão de vingança. Pernath se envolve em questões essenciais da vida desses
personagens enquanto persegue uma busca da própria identidade por meio de
indagações espirituais. Toda a narrativa é atravessada pelo tema do duplo, e os
estudos do inconsciente, então em andamento por Sigmund Freud, encontram-se
refletidos na fluidez narrativa de O Golem, em que realidade, sonho e
alucinação convivem sem limites precisos. A edição da Carambaia sai em versão
digital e em edição numerada de 1.000 exemplares, com projeto do estúdio Bloco
Gráfico, que faz referência tipográfica ao expressionismo e ao movimento Plakatstil
de design de cartazes. Na capa, o desenho do título representa a criatura da
lenda judaica em suas imensas proporções. O texto tem tradução do original em
alemão por Petê Rissatti e posfácio de Luiz S. Krausz, escritor e professor de
Literatura da Universidade de São Paulo.
PRÊMIO LITERÁRIO
O grande destaque do 62º Prêmio
Jabuti é a poesia de Cida Pedrosa.
Devido a pandemia do Corona vírus,
a cerimônia do Prêmio Jabuti 2020 foi apresentada no formato virtual. Solo
para vialejo, de Cida Pedrosa, publicado pela Cepe Editora, foi o grande
vencedor nesta edição e na categoria Livro de poesia. Este ano, o concurso
introduziu a controversa distinção “romance literário” e “romance de
entretenimento”, seguindo, ao que parece, os motivos classificatórios no
mercado editorial inglês e fugindo do aspecto marginal entre nós do “romance
comercial”. Na primeira categoria, o ganhador foi Torto arado, de Itamar
Vieira Júnior; o livro que já foi ganhador do prêmio LeYa de ficção, publicado
em Portugal em 2018 chegou entre nós no ano seguinte pela Todavia. Uma
mulher no escuro, de Raphael Montes, venceu na segunda categoria. Em Livro
de contos, o prêmio ficou com Urubus (Confraria do Vento), de Carla
Bessa. Livro de crônicas destacou Uma furtiva lágrima (Record), de
Nélida Piñon. Todas as informações sobre estão disponíveis no site.
DICAS DE LEITURA
Nesta edição, destacamos três
livros publicados recentemente e que você ainda pode colocá-los na sua lista de
leitura para o que ainda resta de 2020.
1. O fim, de Karl Ove
Knausgård.
Este é bem um desafio. Escolhendo o último título desse romance de uma
vida, é possível que não consiga mais nenhuma outra companhia pelo mês inteiro.
Dos seis livros que compõem Minha luta, o itinerário pela vida do
próprio escritor norueguês, este parece ser o mais robusto; na descrição
oferecida pela Companhia das Letras, 1.056 páginas. Nele, Knausgård
examina a vida, a morte, o amor e a literatura, isto é, faz uma ampla conclusão
pelos temas que dominaram os livros anteriores. Na sinopse de divulgação
lemos que acompanhamos os altos e baixos do reconhecimento literário e da repercussão
do seu trabalho. A tradução é de Guilherme da Silva Braga.
2. Salammbô, de Gustave
Flaubert. Este é dos clássicos que dispensam grandes apresentações. Esteve há
muito fora de circulação no Brasil e, recentemente ganhou nova edição e nova
tradução. Quando o escritor francês escreveu este romance, ainda se recuperava
da grande celeuma pela publicação de Madame Bovary. No livro aqui
recomendado, ele trabalhou arduamente: a leitura comentada de mais de duas centenas
de livros e uma viagem de dois meses pela Tunísia são algumas dessas atividades
que atestam sua dedicação a este livro. A ação transcorre em Cartago durante as
primeiras guerras púnicas, em que se confrontaram romanos e cartagineses. A
história tem início quando, após uma batalha ganha a muito custo, o líder
militar cartaginês, general Amílcar Barca, constata que não tem recursos para
pagar aos mercenários a recompensa estipulada. Depois de uma negociação
frustrada com um representante de Cartago e um massacre cometido por soldados
cartagineses, começam as batalhas entre o exército de mercenários e os
comandados de Amílcar. O mercenário líbio Mâthos, um dos principais líderes da
revolta, não consegue esquecer Salammbô, filha de Amílcar e sacerdotisa de
Tanit, a deusa cartaginesa da Lua. Mâthos a viu apenas uma vez, numa aparição
sensual durante o banquete de comemoração do aniversário da vitória
militar em Cartago. Obcecado pela ideia de voltar a encontrá-la, decide roubar
um objeto sagrado dos aposentos de Salammbô. A disputa pela posse do objeto e
pelo coração de sua dona se misturam aos embates em campo de batalha até um final
digno de todas as peripécias que o precederam. O livro é publicado pela editora
Carambaia com tradução de Ivone Benedetti; tem posfácio de Samuel Titan Jr. e
fotos de Nino Andrés.
3. Arremate, de Armando
Freitas Filho. Este ano cumpre um ponto alto na carreira literária do
poeta brasileiro: quarenta anos de poesia. Assim, nada é gratuito neste livro
que faz ora uma revisitação aos seus principais interesses criativos ora abre-se
para outros caminhos bem possíveis de se desenvolver. Não tem este trabalho,
portanto, a dicção crepuscular. O livro está dividido em três longas seções que
contornam expressões próprias para três títulos: “Pincel lápis tesoura goiva
lente martelo tela”, “Canetas múltiplas” (seção na qual visita uma variedade de
nomes da prosa e da poesia) e “Casa corpo adentro”. O livro foi publicado pela
Companhia das Letras.
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
1. Muitas vezes falamos sobre o
centenário de João Cabral de Melo Neto. E uma das publicações de destaque neste
conturbado ano editorial é a Poesia completa. Por esses dias, a
Alfaguara disponibilizou na Amazon esta pequena antologia: “João Cabral de Melo
Neto em 8 tempos”. O material reúne oito autores que selecionam e comentam
sobre oito poemas do poeta pernambucano.
2. Esta semana que a Revista 7faces publicou sua nova edição, explorando a obra poética de Murilo Mendes, deixamos uma recomendação: o documentário Murilo Mendes: a poesia em pânico, de Alexandre Eulálio. Realizado em 1977 em Roma, onde viveu o poeta, é uma boa maneira de entrar em contato com uma imagem sobre o seu dia-a-dia nesta cidade e sua vivência na/ pela poesia. Está disponível aqui na nossa galeria no Facebook.
BAÚ DE LETRAS
1. Ontem passou o aniversário de 85
anos de Raduan Nassar. Destacamos algumas publicações no blog sobre o escritor
e sua obra: a) começamos pela leitura de Flaviana Silva sobre Lavoura
arcaica; b) avançamos com esta matéria aquando da publicação da sua Obra
completa; c) e findamos com este perfil sobre escritor.
* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidades das referidas casas.
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