O universo de Breaking Bad e a ambiguidade do ser
Por Rafael Kafka Fiquei muito impressionado há alguns anos quando decidi ver Breaking Bad depois de superar um preconceito terrível com sua premissa. Até então, um professor frustrado que decide usar seus saberes para iniciar uma vida como produtor e traficante de drogas não me parecia algo apetecível para meu gosto poético. Todavia, um dia lembrei que mais jovem eu fora formado em cineclubes vendo por demais filmes de gângster e o mundo do crime organizado é um ótimo convite à reflexão sobre a condição humana, seus discursos e outros elementos simbólicos que guiam os passos por essa existência caótica. A premissa mencionada acima se revelou um convite a várias reflexões provocadas pela série, a qual diz muito sem muito dizer, usando longos planos e cortes de câmera perfeitos que se tornam um verdadeiro caleidoscópio existencial a revelar subjetividades em formação e conflitos enquanto práticas ilícitas são cometidas. Tudo isso é criado também com um processo de narrat