Boletim Letras 360º #355
Atravessamos
um breve recesso, para ganhar novo fôlego para o ano que começa. Enquanto isso,
refletimos sobre o papel do blog nas redes sociais, sobretudo no Facebook, de
onde extraímos as notícias que formam há 355 semanas as edições do que podemos
chamar de nossa coluna fixa: o Boletim Letras 360º. Entre as reflexões está a compreensão
sobre os rumos desse trabalho. Notem: não o do blog, mas o veiculado em redes
como o Facebook. Os pontos de questão são diversos; vão do baixo engajamento
das publicações nesta rede social ao uso de um tempo que poderíamos usufruir
angariando outras coisas, mais concretas, para o projeto. Caso o leitor queira
conversar sobre tudo isso pode deixar seu comentário nesta post, escrever para
o nosso e-mail ou nos procurar nas redes sociais. Levaremos essas inquietações para
esses canais também. O que por hora sabemos é a necessidade de reocuparmos espaços
com o Facebook e isso pode passar pelo fim desse trabalho de triagem que desenvolvemos
desde muito antes da existência desses BO’s; aliás, estes apareceram como uma
alternativa ao assoreamento do Facebook, i. e., quando ainda a possibilidade para
a baixa audiência se justificava pela presença oscilante dos usuários nessa rede
social. Enquanto decisões mais certas não vêm, resta-nos ler o que foi notícia
nessa marola de descanso. E, às vésperas de 2020, reafirmamos o nosso desejo expressado noutras ocasiões de um rico ano.
João Cabral de Melo Neto. Biografia do poeta deve ser publicada até o segundo semestre de 2020. |
Segunda-feira,
23 de dezembro
Um diálogo
esclarecedor sobre a relação entre a sociologia e a literatura.
Em mais um
livro da série de diálogos de Zygmunt Bauman, o renomado sociólogo polonês e o
editor e ensaísta italiano Ricardo Mazzeo conversam sobre a relação entre a
literatura (e as artes em geral) e a sociologia. Embora muitos estudiosos as
vejam como vocações radicalmente diferentes, Bauman e Mazzeo argumentam que
elas são ligadas por um objetivo comum: investigar e revelar a verdade
da condição humana. Os doze diálogos aqui presentes buscam analisar e
documentar os anseios compartilhados, as inspirações mútuas e o intercâmbio
entre os dois tipos de investigação. Para tanto, abarcam em suas reflexões uma
série de obras de escritores e pensadores consagrados em suas áreas – como
Kafka, José Saramago, Elias Cannetti, Italo Calvino, Jonathan Franzen, na literatura;
Descartes, Kant, Lévi-Strauss, Adorno, nas ciências sociais e humanas. Numa
época caracterizada pela busca permanente de sensações novas e pelo fetichismo
do consumo, a literatura e a sociologia ― quando caminham juntas, atentas às
descobertas uma da outra, engajadas em diálogo contínuo ― restituem questões
existenciais fundamentais, recolocando-as na agenda pública. Originárias de
mesma curiosidade e com propósitos cognitivos semelhantes, ambas exploram o
mesmo solo: a tarefa desafiadora de compreender o enredamento complexo entre
indivíduo e sociedade. A tradução de Renato Aguiar para O elogio ad literatura sai pela editora Zahar.
Terça-feira,
24 de dezembro
Edição
reedita toda correspondência de Machado de Assis.
Em 2008, a
Academia Brasileira de Letras publicou o primeiro volume da correspondência de
Machado de Assis. Ao longo dos anos seguintes, a Academia deu continuidade ao
projeto, com a edição de mais quatro volumes que formava assim a totalidade da
correspondência ativa e passiva do escritor produzida entre os anos de 1860 e
1908, ano da sua morte. Reunidos numa caixa, os cinco volumes estão agora reeditados pela Global
em parceria com a ABL, disponibilizando pela primeira vez de forma
conjunta o acesso à rica correspondência do “bruxo do Cosme Velho”. O minucioso trabalho conduzido por Sergio Paulo Rouanet, Irene Moutinho e
Sílvia Eleutério nos possibilita captar dimensões surpreendentes acerca da vida
e da obra de nosso escritor maior. Na intensa troca de cartas de Machado com
figuras de destaque da literatura e cultura brasileiras como Joaquim Nabuco,
José de Alencar, Capistrano de Abreu e Oliveira Lima, estão presentes seus
juízos surpreendentes sobre os acontecimentos de seu tempo e a exposição de
seus anseios pessoais e profissionais. Sem sombra de dúvidas, este valioso
conjunto de cartas lança novas luzes para a compreensão do fenômeno da enorme
presença da literatura de Machado de Assis entre nós.
Quarta-feira,
25 de dezembro
Uma biografia de João Cabral de Melo Neto.
2020 é o ano
do centenário de João Cabral de Melo Neto. Numa entrada anterior nesta página,
divulgamos sobre a edição com a poesia completa do poeta a sair pela Alfaguara
e uma fotobiografia publicada pela Verso Brasil, mesma casa editorial que deu a
conhecer uma edição raríssima com ensaio de João Cabral sobre a obra de Joan
Miró. Agora, a editora Todavia junta-se ao rol das novidades ao divulgar que
ainda no segundo semestre de 2020 dará a conhecer uma biografia de JC que está
a ser preparada pelo professor Ivan Marques.
Quinta-feira,
26 de dezembro
Um Mulherzinhas para chamar de seu. José Olympio também publicará sua
tradução para o livro de Louisa May Alcott.
Está em
todas as casas editoriais: na L&PM com tradução de Denise Bottmann e
Frederico Carotti; na Planeta, com a tradução de Marina Dela Valle; na Penguin
/ Companhia, cf. divulgado nesta página, com tradução de Julia Romeu e
prefácios de Patti Smith e Elaine Showalter; na Via Leitura, traduzida por Giu
Alonso; na Zahar, em edição ilustrada e com tradução de Bruno Gambarotto. E,
agora, estará na José Olympio. A edição chega às livrarias já com a estreia do
filme de Greta Gerwing a partir do livro de Alcott, Adoráveis
mulheres, em curso - até o final de janeiro de 2020.
Sexta-feira,
27 de dezembro
Ensaio de
Michel Houellebecq sobre H. P. Lovecraft ganha edição no Brasil.
O livro é o
primeiro publicado pelo escritor francês. H. P. Lovecraft: contra o
mundo, contra a vida data de 1991. A previsão é que a edição brasileira,
que sai pela Nova Fronteira, chegue às livrarias ainda no primeiro trimestre de
2020, cf. informações do jornal Estadão. Trata-se de um texto
ensaístico que se situa entre o biográfico e a crítica literária e no qual
Houellebecq conceitua Lovecraft como o autor de um mito fundador. A edição
ilustrada tem prefácio de Stephen King.
* Durante o período de recesso não publicaremos as seções que passaram a ampliar o Boletim Letras 360º desde há algumas edições.
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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidades das referidas casas.
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