É Natal, o que fazer hoje?
Por Juan Tallón 25 de dezembro é um daqueles dias especiais em que as pessoas fazem o de sempre. Em seu diário de 1964, Josep Pla observou na entrada correspondente a essa data que ele escolheu não se levantar. E ele não se arrependeu. “Como na cama. Canelones”. Depois ele passou a tarde dormindo. Às sete e meia, acordou e trabalhou por algum tempo, mas não muito, sem sair da cama. À noite, jantou, também na cama, frango assado frio, delicioso. “Eu tive um dia muito bom”*, resumiu. No Natal de 1890, seu colega Liev Tolstói era mais ativo, pelo menos em termos físicos. Para começar, ele acordou cedo. “São oito da manhã. Acabei de arrumar a árvore de Natal”, ele escreveu, reconhecendo que havia deixado as tradições para o último momento. Sylvia Plath registra em seus diários que, no dia de Natal de 1958, “brinquei, fiz piadas, dei boas-vindas à mamãe. Eu posso odiá-la, mas há mais coisas. Eu também tenho pena dela e a amo. Afinal, como se costuma dizer, ‘ela é minha mãe’”.