“Pano de fundo variado para um destino comum”: Otto Maria Carpeaux e o romance brasileiro
Por Guilherme Mazzafera A leitura dos inúmeros ensaios sobre literatura do austríaco-brasileiro Otto Maria Carpeaux (1900-1978), bem como de sua História da literatura ocidental , configura, na oposição entre o recorte preciso e o percurso totalizante, uma espécie de imago mundi da literatura do Ocidente cuja apreensão mais ou menos sistematizada demanda um recorte rigoroso. Aos poucos, o leitor vai construindo copioso mosaico de análises quase sempre breves que mantêm um olho rente ao objeto em estudo, respeitando sua expressão individual, e outro no lastro histórico do qual ele deriva, sem, no entanto, a ele se limitar. No caso deste breve ensaio, proponho um exercício sintético, perseguindo o fio do romance brasileiro na crítica literária de Carpeaux¹. Tendo chegado ao Brasil em 1939 e se estabelecido no Rio de Janeiro como colunista do Correio da Manhã em 1941, a entrada do elemento brasileiro em seu ofício crítico dá-se, nos livros, por meio da seção “No mundo novo