A geografia do poema
Por Tiago D. Oliveira na asa azul da saudade de cá e de lá calí boreaz, Outono azul a sul . A geografia do poema é uma cama, acolhe o leitor e também embala as chances do verso, mas também pode ser o eco de seu reverso. A geografia de um poema é o próprio poeta. O livro grafa a viagem, principalmente a recolha imaterial que fica quando a última palavra é escrita, lida – mudei de casa, de estação / mas de saudade não (“dedicatória”, p.13) – e já no primeiro poema o que se espraia acolhe, direciona. Outono azul a sul , livro de estreia de calí boreaz na literatura, editado no Brasil e em Portugal pela Editora Urutau, ilustrado por dois artistas plásticos, o brasileiro Edgar Duvivier e o português António Martins-Ferreira, traz uma geografia híbrida carregada de uma Lisboa e um Rio de Janeiro que transportam, na leitura dos poemas, a imaginação e o sentimento para um deslocamento elevado pela constatação da beleza. Dividido em três partes: “poemas cai