A uruguaia, de Pedro Mairal
Por Pedro Fernandes “Conto isso porque ultimamente andei pensando bastante no tema família e casamento. Pode parecer que estou dando uma de liberado, mas te digo com toda a sinceridade: precisamos pensar de um jeito novo. Crescemos imersos numa ideia de família que nos encheu de angústia quando vimos as rachaduras.” Este excerto integra a segunda parte de A uruguaia . Está situado nos instantes finais da narrativa e o seu estilo é o de uma assertiva resultada de uma ampla investigação sobre o tema discorrido; o desfecho do romance assume propriamente o tom de uma crônica conclusiva sobre a extensa parte das ações registradas por esse narrador/ cronista. Mas, o leitor não está diante de um romance-tese ou de um ensaio sobre uma questão e sim de uma história que recria um drama recorrente desde sempre para os literatos: o das relações amorosas falidas. A uruguaia se constitui por pelo menos três principais linhas viandantes: uma viagem de ida e volta da Argentina ao Uruguai