Roberto Arlt, um escritor contra os versos lindos
Por Valeria Villalobos Buenos Aires, 1928. Robert Arlt, mais cedo que de costume, sobe numa condução rumo ao outro extremo da cidade para ir trabalhar. Não entende a paisagem que contempla. Há tempo que não sabe quem vive na sua vizinhança e seu horizonte se cobriu de edifícios, carros, fábricas, chaminés e massas de gente com itinerários rigorosos. Sentado num “bonde”, que começa a receber mais pessoas que as habituais, conhece o amor à última vista enquanto passa por uma mulher numa parada que desconhece. Abre seu jornal: El mundo . Até isso mudou, o tamanho do jornal. Já não é mais uma folha que requer um escritório de 2x1m. e uma educação rigorosa para ser lido; agora é um tabloide com seções para toda a família que se pode carregar debaixo do braço. Arlt observa pela janela e percebe que no antigo relojoeiro que viu tantos anos preso em seu local e em seu lugar há apenas uma paisagem com vitrines imponentes. Lê sua última colaboração nesse novo jorn