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O retrato da solidão

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Por Joaquim Serra Paul Auster tem a notícia da morte do pai. É o gatilho necessário para tentar reconstruir na primeira parte de A invenção da solidão partes daquele enigmático homem. À maneira de um mosaico, a memória reconstrói a solidão dos últimos anos de vida do pai, a relação distante com o filho, o casamento como uma interrupção da vida que, mais tarde, depois do divórcio, ele retomaria. O autor de O livro das ilusões , A noite do oráculo , e o mais recente 4321 , já publicado no Brasil, volta aos primeiros de vida até o presente da composição de A invenção da solidão. O livro faz parte de suas incursões autobiográficas em que o autor opta por uma terceira pessoa para falar de si mesmo. Isso não confere veracidade à narrativa, mas distancia – ou às vezes aproxima – aquele que fala daquele que age. A primeira parte, “retrato de um homem invisível”, é uma busca do autor pelo entendimento da figura paterna. O pai é ausente, solitário, “o mundo ricocheteava nele,